Há um
evidente embate, feito nos bastidores da vida e não percebido claramente pelas
pessoas leigas, isto é, não envolvidas diretamente nas discussões acadêmicas,
haja vista o precário estado geral da educação brasileira, entre o “ser” e o
“ter”, embate que ganha importância com as “crises”, ditas econômicas, que o
mundo está vivendo e que, agora afeta mais diretamente o nosso pais. É o que se
refere à condição humana, ou ao Humanismo e à Humanidade.
Não é
de fácil compreensão... Nem é nosso propósito aprofundar a discussão, pois
“humanismo” e “humanidade” ensejam grandes viagens pela História, pela Filosofia,
pela Religião, pela Economia, pelas Ideologias, pela História das Mentalidades.
Ainda que de extrema importância, não nos interessam agora.
Tentaremos
simplificar as coisas sem banalizá-las...
O
Humanismo nasceu da contradição entre Religião versos condição humana,
especialmente na Idade Média, quando, historicamente falando, a Religião
Católica exercia grande influência nas áreas que viveram sob o domínio do
Império Romano, a Europa Ocidental. Para consolidar e manter essa influência
fazia um discurso pesado, quase terrorista, usando da condenação via Inquisição
de muitas posturas contrárias aos seus ensinamentos. Era o “teocentrismo”.
Já o
humanismo, surgiu para colocar o homem como centro das coisas, principalmente
do pensamento filosófico, rejeitando essa “pressão” religiosa. Veio o “antropocentrismo”,
abrindo as portas para a aceleração do conhecimento humano e do seu domínio
sobre a natureza.
Em
linhas gerais é isso: o “humanismo” é forma de pensar valorizando o homem e
suas potencialidades. Ele está nos fundamentos de muitas correntes filosóficas
que foram engendradas depois do Renascimento Cultural até a atualidade. O homem
continua sendo um mistério em todos os sentidos e que maravilha e causa espanto
ao próprio homem, o que, sem dúvida o remete ao Deus de suas crenças.
A
“humanidade” é o humanismo levado aos sentimentos. Reconhecendo-se como centro
das coisas, os seus mistérios, desafios, fragilidades, vulnerabilidades, o
próprio homem, mercê dos seus valores, percebe que solitário ele nada é.
Percebe que é preciso “juntar-se”, fazer e viver comunitariamente. Assim, o sentimento
de humanidade favorece o reconhecimento da importância do outro, seu parceiro
de caminhada.
E a
caminhada só é possível numa operação em que se cruzam o “vertical” e o
“horizontal”, conforme a música “Dois Riscos”, do Pe. Zezinho.
O
“vertical eleva”, para o encontro com a divindade, para o consolo e conforto
espiritual, para o fortalecimento da fé e do sentimento de “humanidade”, para
levantar a cabeça e ampliar os horizontes. É o humano se divinizando...
O
“horizontal abraça”, para o acolhimento, para o caminhar juntos, para construir
ideais, utopias, realizar sonhos, fazer a paz. É o divino humanizando-se...
Tudo
muito simples... Basta compreender o maior dos sentimentos humanos: o amor!
Imagem:
Google
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