“Quando se perde o respeito pela verdade, nem
que seja só um bocadinho, tudo se torna duvidoso”...
Esta
frase de Santo Agostinho, apesar de proferida há tanto tempo é espantosamente
atual, principalmente quando se contempla o panorama político do nosso país.
Porém, essa verdade não deve nos colocar numa espécie de zona de conforto com o
pensamento de que tudo está perdido e nada mais pode ser mudado.
É
atual, sim, porque a política domina o noticiário na imprensa inundando a
sociedade com a lama da corrupção, das mentiras, das falsas promessas... A
frustração é generalizada...
Entretanto,
não deve ser assim. É preciso não perder as esperanças, com fundamento na
ética, no respeito aos direitos fundamentais do ser, humano, nos princípios
religiosos, enfim...
A
verdade, que filosoficamente é relativa, pois se baseia no histórico e na
herança cultural do povo, deve ser buscada a qualquer custo. A justiça deve ser
o seu braço mais forte, mais seguro... A justiça em toda sua estrutura e
hierarquia, especialmente nos seus escalões mais altos é a reserva moral, justa
e da verdade, a síntese da cultura, da história e das esperanças do povo que
representa.
O povo
(as pessoas que compõem a sociedade) é anterior às suas leis, à sua estrutura
política, à sua estrutura jurídica... Isto quer dizer que o povo vem antes de
tudo, apesar de que ele, povo, não sabe disso. E não tem culpa... A culpa é do
sistema educacional, que é falho, arcaico, e funciona como instrumento de
dominação da elite sobre ele. Triste realidade. O sistema educacional é uma
mentira, uma inverdade, pois não forma cidadãos críticos, conhecedores,
portanto livres.
A
verdade sempre a verdade... A começar com a verdade de cada um. As mentiras que
permeiam a classe política não podem servir de exemplo de virtude. As máximas
que dizem que “...uma mentira repetida
muitas vezes não devem se transformar em verdade...”. Deve, sim, continuar
sendo uma mentira.
A
revolução da verdade que provavelmente mudará o país precisa começar com a
revolução íntima de cada um dos seus cidadãos. É a revolução do conhecimento,
da maturidade, da consciência política. Da educação, a começar pela educação
básica.
Estamos
sonhando? Referindo-nos a uma utopia? Sim, a verdade absoluta, o povo maduro
politicamente é uma utopia. Mas é preciso sonhar... É preciso tentar enxergar
para além do horizonte, para além do nosso umbigo.
É como
disse Eduardo Galeano “...A utopia serve
para isso: para que eu não deixe de caminhar”. E concluímos: a utopia é
essencial para o restabelecimento da verdade em nossa terra.
Imagem:
Google
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