Nesta
quarta-feira a cristandade inicia o seu importante período de reflexão e
práticas espirituais da quaresma, que corresponde aos quarenta dias que Jesus passou
no deserto, orando, meditando e sofrendo toda a sorte de tentações. Voltou de
lá pronto para o seu sacrifício maior que foi a passagem pelo Getsemani, a
prisão, a flagelação (tortura), julgamento, condenação e execução, morrendo na
cruz no monte Calvário. Depois veio a Ressurreição e sua vitória definitiva
sobre a morte.
A Quaresma,
neste Ano da Misericórdia, convida a todos os cristãos à reflexão e à
conversão, a partir de atitudes próprias de experiência espiritual, sacrifícios
corporais e de caridade para com o próximo, especialmente o mais pobre.
Esse é
o ponto importante em que todos, cristãos e não cristãos, podem aderir a esse
movimento de aproximação em relação ao próximo, especialmente ao próximo mais
próximo que está dentro de nossa casa ou faz parte do nosso relacionamento
cotidiano. O grande projeto poderia ser a extensão dessa aproximação aos mais
distantes, uma vez que a humanidade está plena de sofrimentos, abandonos, de
gente passando fome, fugindo de guerras ou sem perspectivas imediatas de paz,
moradia e vida saudável.
Quando
os cristãos estão aderindo, por exemplo, ao jejum e abstinência de carne está
fazendo um sacrifício, uma mortificação, um ato de piedade. Mas, também se
solidarizando com os sofrimentos de Jesus (imitando-o) e, fundamentalmente, se
aproximando daqueles que estão sofrendo as vicissitudes do abandono em todas as
partes do mundo.
Não há
oração válida sem um gesto concreto, como não há conversão perfeita sem
engajamento ou reflexão perfeita sem uma atitude, uma ação, uma desinstalação
ou fuga da zona de conforto.
No
micromundo do nosso relacionamento encontramos pessoas que sofrem. Portanto,
não precisamos ir mais longe. Mas se que sermos ampliar nosso horizonte vamos
encontrar sofrimentos infinitos. Então, precisamos organizar ou metodificar
nossa ajuda, descobrindo instituições serias e honestas que estão
distribui9indo caridade pelo mundo, o macromundo.
O
importante é a nossa conscientização de que os pobres necessitam de ajuda não
só no Natal ou na Quaresma, mas todos os dias. Porém, se possível, nossa
ajuda precisa ser construtiva, isto é,
não apenas matar a fome ou atender as necessidades imediatas, mas oferecer oportunidades,
portas e janelas para o crescimento, para
a instalação, estabilização, e equilíbrio econômico-financeiro, no sentido de
que não volte mais a necessitar de ajuda e tenha o mais importante: a dignidade
de vida.
A
Quaresma pode ser muito mais que orações e atos de piedade, pode ser significar
uma transformação e conversão humana, o nascimento de um novo ser mais comprometido
com a verdade, com a sinceridade, com a não corrupção, com a verdadeira
política do bem comum, com a promoção humana, com a paz... Com o fim do
Getsêmani social
Se isso
acontecer o sacrifício de Jesus nunca terá sido em vão.
Imagem:
Google
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