Para
inicio de conversa um excerto do texto publicado na Revista Esfinge nº 00, da
Editorial NA, página 30, sob o título “Quanto
vale a vida?”, assinado Délia Steinbeg Guzmán:
“Quanto vale a vida para si mesmo?
Depende da autoestima que alguém tenha das
circunstâncias em que se encontre. Para o egoísta, a vida não tem preço por
isso mesmo está disposto a apagar o que for por ela. Para o fraco e inseguro, a
vida é um peso difícil de suportar e, apesar do mero instinto de conservação física,
muitas vezes deseja abandonar este mundo. Para o que é jovem, a vida é
amontoado de anos nos quais, de uma maneira ou de outra, obterá a felicidade.
Para o que é velho, a vida vale minuto a minuto, pois cada dia fica mais
apreensivo por sua proximidade com o
previsível final. Para o doente, a vida é ma dor e vale pouco. Para o infeliz,
a vida é uma tortura carente de preço. Para o que se sente afortunado, a vida é
um tesouro”.
A vida
parece ter um valor relativo... Estão relativizando a vida...
Quanto
vale a vida para quem é arrogante e só pensa em si mesmo e só olha no seu
umbigo?
Quanto
vale a vida para quem perdeu o emprego e não tem perspectiva de melhores dias
num horizonte próximo?
Quanto
vale a vida para quem alcançou os píncaros da glória pisando e explorando
pessoas, pagando a elas salários pífios e assistência zero?
Quanto
vale a vida para quem entra na política para desviar bilhões do bem-estar
mínimo da massa excluída da população?
Quando
vale a vida para quem estupra e mata uma criança inocente e indefesa?
Quanto
vale a vida para um juiz que torna livres assassinos hediondos, só porque as
“evidências” não são contundentes e esses assassinos voltam a praticar os
mesmos crimes?
Quanto
vale a vida para aqueles que abandonam esposa e filhos apenas porque ela e eles
estão com suspeitas de doenças graves como a microcefalia?
Quanto
vale a vida para autoridades que ordenam bombardeios de cidades inteiras,
obrigando as populações a fugirem para o nada ou lugar nenhum, apenas para
eliminar inimigos de aliados políticos e por interesses econômicos da burguesia
de seu país?
Quanto
vale a vida para aqueles que destroem florestas, matas ciliares, detonam as
calhas dos rios com a extração de areia, burlam as tíbias leis do país com
depósitos de resíduos tóxicos próximos dos rios e mananciais, em nome da
riqueza particular ou do sucesso industrial e comercial?
Quanto
vale a vida para um bandido que mata um estudante que tem como arma apenas os
seus livros sob os braços e, esse mesmo bandido diz para a imprensa que “...naquela hora era ele ou eu”?
Quanto
vale a vida para aqueles que permitem que populações pobres ocupem áreas de
risco, depois chegam os desastres naturais, fazem promessas mirabolantes e
ficam apenas nisso?
Quanto
vale a vida para aqueles que mentem deslavadamente em nome de um projeto
político escuso e explorador?
Quanto
vale a vida intrauterina ameaçada pelo aborto (mais agora com o zika vírus) e a
vida nos seus estertores, vilipendiada pelo abandono nos asilos, pelo desrespeito
e pela eutanásia?
Quanto
vale a vida para aqueles que defendem a liberação de drogas como a maconha?
Será que eles aceitam que seus filhos e netos a usem?
São
tantas outras perguntas...
A vida
é um dom divino... Um milagre... Por que tão banalizada?
Imagens:
Google
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