“Pietá”,
obra-prima de Michelangelo, baluarte do Humanismo, no Renascimento
Não tem
como fazer uma reflexão sobre a condição humana sem um passeio na História e
nesse passeio identificar as origens teóricas do humanismo. Esse passeio recua
até a Grécia Antiga uma civilização totalmente volta para o ser humano em todas
as atividades especialmente as culturais. A História também não nega que a essa
civilização era discriminatória, pois nela apenas tinham valor e eram
reconhecidos os cidadãos gregos nascidos de pais gregos. Havia, portanto, uma
limitação dos benefícios da cidadania e acesso a arte e a cultura.
Entretanto
lá estão plantados os fundamentos do humanismo que influencia até hoje os
comportamentos sérios.
E foi
no final da idade Média e começo da Moderna que o humanismo se tornou um
movimento radical no sentido de tornar o ser humano o centro das coisas,
especialmente em contra ponto ao Teocentrismo Medieval, durante o qual a Igreja
e o Cristianismo monopolizavam a informação e as liberdades, relegando as
pessoas ao segundo plano. Esse movimento também se chamou Antropocentrismo.
Esse
humanismo marcou presença na filosofia, na arte, na literatura, na política,
sempre valorizando sempre as realizações
das pessoas, seu corpo, suas ideias, sua liberdade. Esse humanismo foi se
desdobrando Séculos seguintes consagrando nomes como Manetti, Marsilio Ficino,
Erasmo de Roterdam, Franscesco Petrarca, Rabelais, Pico de La Mirandola, Camões,
Gil Vicente, Michelangelo, Thomas Morus, Augusto Comte, Machiavel, Frederico
Ozanam e outros...
É muito
bonito o humanismo. Porém ele foi extremamente útil à burguesia que estava em
ascensão e ao mesmo tempo assumia o controle da Asociedade. É assim ainda hoje.
Há uma elite dominante no mundo, uma elite burguesa, capitalista que tem como
essência o consumismo.
O
humanismo foi bom e está sendo bom, mas não o suficiente. Hoje é preciso praticar
o “gentismo” (Pouco importa se a palavra não existe!). O humanismo valoriza as
realizações humanas. Mas o “gentismo” coloca as pessoas no seu devido lugar.
Para ilustrar, segue uma frase que circulou nas redes sociais, atribuídas ao
Dr. Adib Jatene, médico acreano, falecido em 14 de Novembro de 2014: “A função do médico é curar. Quando ele não
pode curar, precisa aliviar. E quando não pode curar nem aliviar precisa
confortar. O médico precisa ser especialista em gente”.
Não só
o médico precisa ser especialista em gente, ser gentista. Todos precisamos ser
gentista: do médico ao motorista, inclusive aqueles do transporte
alternativo... Do pastor, do padre, do gerente, do diretor, ao mais simples, ao
menos graduado, àqueles que estão na escala mais baixa da hierarquia social.
Praticar
o gentismo, ser gentista, é ser solidário, ser amoroso, maleável, acolhedor,
amigo, estar ao lado nas horas mais triste de solidão, de abandono, de sofrimento,
de falta de perspectiva. Não é estar presente nas horas boas, de abundância, de
festas, mas nos perrengues do dia e das noites insones.
Como
dissemos, o gentismo coloca o ser humano no seu devido lugar, no topo das
preocupações sociais, econômicas e principalmente políticas... Como gente!
Estamos
longe, muito longe disso...
Imagem:
Google
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