quarta-feira, 30 de outubro de 2013

SINGELEZA

Hoje eu recebi uma singela homenagem...
Final de tarde... Caminhava pela rua, absorto em meus pensamentos, mal percebia a brisa quente que acariciava meu rosto, a mesma brisa que fazia as folhas das árvores caírem...

A mesma brisa que incomodava os pardais que se agitavam nos galhos que se preparavam para o repouso da noite. A mesma brisa que fez uma flor silvestre, amarela, anônima, a se curvar diante de mim.

Parei um instante. Contemplei-a. Gosto das flores silvestres. São anônimas, solitárias. Mas embelezam tanto quanto as outras bem cuidadas pelos jardineiros.

São maltratadas, mas fortes sobrevivem. Fortes e simples. Apanhei-a e a trouxe para casa. Coloquei-a num solitário com água; Suas pétalas foram caindo uma a uma, mas outros botões nasceram e se abriram e assim sucessivamente até sucumbir pela falta natural de  seus nutrientes minerais.

Foram bons e singelos momentos. Reverenciei-a, ela me correspondeu, ainda que fraquejasse.

Ah! A singeleza! Essa flor anônima me ensinou a perceber que o mundo também é feito de simplicidade, e não precisamos ir muito longe para percebê-la. As crianças são simples e espontâneas, os animais de estimação são capazes a gestos inesquecíveis.

Lembremo-nos de nossas mães... Das cantigas de ninar... Dos cuidados do pai que dá um nó na manta do filho para avisá-lo que esteve ali velando seu sono...

O olhar simples que toca o coração e o conquista para sempre... A mão estendida para oferecer um abraço amigo e um carinho; ou pedir ajuda.

O bebê que suga o leite de sua mãe com força, mas seus olhinhos são singeleza pura...  Às vezes se fecham para sonhar, talvez...

A singeleza da flor silvestre... A criança que reconhece o “cheiro” da sua mãe... As mãos que se estendem...  Os abraços e os sorrisos que se espalham

Um mundo simples, singelo e melhor. é possível!


Nenhum comentário:

Postar um comentário