sexta-feira, 2 de maio de 2014

SER SANTO

Bertolt Brecht: “Há homens que lutam um dia, e são bons; há homens que lutam por um ano, e são melhores; há homens que lutam por vários anos, e são muito bons; há outros que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis”.

Retomamos esse pensamento de Brecht como mote para a reflexão sobre o “ser santo”. À primeira vista parece ser um assunto exclusivo do catolicismo, mas não é. Todas as religiões e crenças têm suas doutrinas e suas regras e que as cumpre com vocação e doação pode ser um modelo de vida. Até mesmo no ateísmo, pode haver pessoas que se dedicaram ou se dedicam à causa pública, batalhando pelo bem comum com desprendimento e fidelidade à sua vocação. Essas pessoas são também modelos de vida.

Assim, já podemos antecipar que “ser santo” é ser modelo de vida. Para os católicos há algumas diferenças: os santos fazem milagres, isto é, intercedem junto a Deus em atenção aos pedidos dos fiéis. Mas todos que vivem em estado de graça são considerados santos. Por isso celebram em 01 de Novembro o dia de “todos os santos”.

Ser santo é, então, viver fiel a uma vocação e a ela dedicar-se plenamente.
Existem os grandes heróis que ganham fama mundial. Existem as pessoas comuns, anônimas, mas vivem a heroicidade plena.

O que dizer das mães que se dedicou sua vida inteira à sua família e no fim dos seus dias pode ver seus filhos (não importa quantos) todos criados, realizados, feitos para a vida? E do pai, na sua cadeira de balanço, com olhar perdido no horizonte, tentando reconstituir sua linha do tempo e mal consegue se lembrar quantos netos e bisnetos?

E aquele que salvou várias pessoas de um ônibus incendiado e teve 80% de seu corpo queimado? E aquele que salvou a senhora da enxurrada e deslizamentos na região serrana do Estado do Rio? Santos e heróis, independentes da sua opção religiosa...

O Professor Luiz Almeida Marins Filho (www.anthropos.com.br) ensina, em relação à administração do tempo, que na vida temos de cuidar apenas do essencial. Há três situações: o essencial, o importante e o acidental. O importante será essencial quando este já tiver sido resolvido. Então o acidental passará a ser importante. É uma questão de foco. Não podemos viver acidentalmente. Assim a vida ficará curta. Não haverá tempo para a santidade.

Portanto, ser santo é ter foco, viver para o essencial, lutar por ele, transformar para melhor as pessoas e o mundo. Primeiro cuidar de si, depois dos que estão próximos e depois dos demais. Não adianta ser santo e herói longe de casa. Primeiro em casa, pois todos os santos têm um histórico de valorização do lar, da família e das pessoas próximas.

Concluindo, com Frei Beto: “Ser santo é viver a alteridade do outro... É ver o rosto de Deus no irmão te desafiando na tua fé. Ser santo é ser uma Tereza de Calcutá, que amou até doer quem foi desprezado até morrer...”

Santos: pessoas imprescindíveis!


Imagem: Google


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