segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

LIBERTAR-SE DE SI MESMO

O pior e mais terrível inimigo a ser enfrentado é a si mesmo. Se é muito complicado o diálogo com uma pessoa teimosa, o mais teimoso, ou a mais teimosa é a gente mesma.

O grande dilema da vida (aliás, muito pouco discutido e dele tomado consciência) é a incoerência entre a teoria e a prática. Não há compatibilidade entre o que se prega, o que se divulga que é a realidade que se vive. A não ser aquele que tem consciência que é chato na teoria e chato na prática. Mas tem muita gente que não tem essa consciência. É chato na teoria e pensa que não é na prática. É pior ainda. São pessoas detidas em prisões do “eu” e execráveis socialmente.

O grande desafio é, portanto, vencer a si mesmo. Isto é, amadurecer e reconhecer os erros e lutar para superá-los. Libertar-se si mesmo é exatamente isso: reconhecer as falhas, corrigi-las, reconciliar-se com o seu passado e melhorar continuamente. A vida é dinâmica, veloz e tem a característica fundamental de mudar, também, continuamente.

Permanecer na ortodoxia é parar no tempo, é ficar preso em si mesmo.

Muito interessante a fala de Nelson Mandela quando deixou a prisão, na qual ficou injustamente por mais de 25 anos. Disse ele mais ou menos isso: “Enquanto caminhava em direção ao portão que me daria a liberdade, percebi que deveria deixar para trás todo o rancor, toda a mágoa. Pois do contrário continuaria preso”. Mandela, literalmente, libertou-se de si mesmo. E continuou sendo o grande ícone da liberdade de seu povo na África do Sul.

Há muitos aspectos a serem considerados nesse processo. O espaço é pequeno.

Hoje o hedonismo e as autoajudas, pregam viver intensamente a vida, como se a vida fosse acabar amanhã de manhã. Não há, assim, preocupação com o futuro. As pessoas caem de cabeça nos prazeres momentâneos. Gasta-se a saúde. A vida não acaba e as pessoas não têm forças suficientes no futuro para vivê-la de forma minimante digna. E. pior, envolvem outras pessoas no seu cuidado.

Libertar-se de si mesmo é saber até onde pode caminhar sem comprometer o seu futuro saudável. É lógico que a doença e a decrepitude, vão chegar um dia. A dor e o sofrimento serão companhias inevitáveis no entardecer da vida.

Uma das caracterizas mais fortes e da liberdade é o poder de dizer “sim” e também “não”. A liberdade de decidir aé onde se deve ir, principalmente quando se compromete a saúde e a duração da vida. Liberdade para ir e vir, ver e fazer, com base no equilíbrio da moralidade, de prejudicar segundos e terceiros.

Liberar-se de si mesmo é, portanto, encontrar o equilíbrio da razoabilidade e ser feliz assim... E ter vida longa.



Imagem: Google

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