segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O CORAÇÃO MAIS QUE SIMPLESMENTE BATE


Todos nós sabemos da importância do coração para a manutenção da nossa vida. Parou... Já era! Por isso a medicina se especializou e os cardiologistas estão aí trabalhando, pesquisando, medicando, operando e, sobretudo, orientando e prevenindo, pois, mais do que nunca, em casos do coração é preferível prevenir, evitar o mal maior, do remediar enquanto há tempo.

A vida nos ensina que o coração mais que simplesmente bate. Ele é a porta dos sentimentos, é a porta do amor, a porta das emoções. Os artistas, os compositores, os cantores, os poetas sabem disso.

E, na verdade, o coração é mesmo sujeito às emoções, pois, uma descarga exagerada de adrenalina pode fazê-lo para ou entrar em colapso e comprometer o seu funcionamento e consequentemente a vida.

Cientificamente não é o coração que cuida dos sentimentos, do amor, da raiva, do ódio, da indiferença. Os sentimentos moram no cérebro. Este, o órgão mais poderoso, mais fantástico, mais enigmático do corpo humano. É o mais poderoso porque tudo controla: os movimentos voluntários, involuntários,órgão, o sistema de proteção dos demais, como a adrenalina que, em sua dosagem adequada protege o coração nos momentos de tensão, de perigo ou de emoções muito fortes.

O cérebro é fantástico porque é mundo ainda a ser conhecido, seus mecanismos, suas inter-relações, suas interfaces, a razão, a memória, enfim...

O cérebro é enigmático, pois quanto mais a ciência o conhece mais percebe o quanto tem que caminhar para conhecê-lo completamente, algo ainda utópico. Há na internet e na literatura médica muita informação sobre o cérebro, seu funcionamento, seus enigmas... Porém, o certo é que ele, o cérebro, é quem comenda também os sentimentos.

O cérebro é razão, racionalidade, ciência, consciência, amabilidade, maldade, dissimulação. Mas ele precisa do coração para levar a emoção ao mundo. É de Santo Agostinho este ensinamento: “Com o coração se pede... Com o coração se bate... E é com o coração que a porta se  abre.

Graças a Deus é assim... Fica difícil amar com o cérebro, encostar um cérebro em outro cérebro. Com o coração é diferente. Nos abraços os corações se juntam. No primeiro momento batem descompassados, mas aos poucos vão entrando no ritmo e, no silêncio do amor correspondido,  um acompanha o ritmo do outro. Resultado? Emoção e felicidade.

O contrário: o afastamento, o desprezo, a indiferença, da mesma forma passa pelo coração que ao embalo da tristeza, também vai se descompassando, levando à angústia, à irritação (hoje confundida com estrecesse) e ao estrecesse propriamente dito, à depressão (esta um grande perigo).

E por esses e por tantos outros motivos que o coração mais que simplesmente bate.



Imagem: Google

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

O VIVER E SUAS INCOERÊNCIAS (ALGUMAS)


Uma das conclusões da IV Conferência Geral dos Bispos da América Latina, em Santo Domingo, em Outubro de 1992, foi a consciência de que há na Igreja Católica do Continente uma falta de coerência entre fé e vida.

É um tema interessante, presente e premente que se aplica a praticamente a todos os setores das atividades humanas, com destaque para aquelas que envolvem a formação de opinião. Formadores de opinião são aquelas atividades de comunicação como jornalismo, magistério, religião, política. São pessoas que conseguem atingir muitas pessoas com suas falas. São pessoas importantes para a formação sociopolítica de seus ouvintes, leitores e seguidores.

Entretanto, a credibilidade dessas lideranças está alicerçada exatamente na coerência entre a pregação e as atitudes na vida. Prega-se a paz e age com maledicência. Tem atitude piedosa da Igreja e adora uma fofoca quando está na rua... Prega a prudência e ama a aventura e o perigo.

Jornalistas que entrevistam pessoas e depois “editam” suas falas, omitindo declarações importantes ou unindo-as, remendando-as para formar uma ideia diferente da original. Pura falsidade (de quem fez a matéria ou de seus chefes). São Jornalistas tendenciosos e que atendem a interesses de grupos maiores.

Pais e maridos ditadores em casa e “muito simpáticos” nas rodas de amigos. Professores que dizem saber muito, mas são limitados e se recusam a trocar ideias e conhecimentos com colegas de magistério. São únicos e isolados... Sem amigos.

Os políticos então... Em campanha parecem “santos” e “milagreiros”. Suas vidas são “exemplos” de luta em defesa da causa do bem comum. Uma vez eleitos, não passam de meros agentes da corrupção. Já não se lembram de suas promessas, viram as costas para seus eleitores e só pensam em se manterem no poder, enriquecendo-se o mais rápido possível. As “operações” da polícia federal estão aí para escancarar a verdade. Há quem diga (informação a ser confirmada) que metade dos políticos tem alguma explicação a dar para a justiça. Haja!

Pessoas incoerentes... Candidatas ao fracasso na vida, pois “...Não ensinam o que sabem... Não praticam o que ensinam ... Não perguntam sobre o que ignoram” (Beda, o Venerável - *672, + 735 - Inglaterra). Se a consciência pesar, é claro.

Caminhos para a solução? Educação, educação, educação... De qualidade!... A começar já!



Imagem: Google

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

CUIDAR DAS GERAÇÕES FUTURAS


Muito se fala (e pouco se age) em relação ao futuro da humanidade, levando-se em conta que a humanidade hoje está  extrapolando os limites da exploração do planeta, comprometendo sua sustentabilidade e o bem-estar das gerações vindouras.

São tantas reuniões promovidas pela ONU (organização das Nações) que já se perdeu a conta e (pasmem) da foi resolvido. E o Planeta continua a ser devastado!

Há quem diga que em 60 anos a capacidade de produção de alimentos estará zerada... 60 anos é um tempo incluso na geração que está crescendo agora. E o que dizer da água? Das endemias? Das doenças insurgentes, ressurgentes e recorrentes?

E as doenças do cotidiano, como as diabetes, o colesterol, a hipertensão? Vale lembrar que média de vida da população que  aumenta, como resultado melhoria da qualidade(?!) de vida, trazendo em seu bojo doenças em ritmo crescente como a Demência Senil, Mal de Parkinson e Mal de Alzheimer?

Não podemos esquecer da diminuição das famílias e do vácuo numérico existente entre a população idosa e a população jovem, .tendo como consequência a fala de filhos para cuidar dos idosos, gerando uma nova classe profissional especializada: a dos “cuidadores”. Nada de mal, tudo de bom, mas aumentando em muito as despesas familiares.

Não podemos esquecer, ainda, da terrível praga da corrupção política que detona o dinheiro público, desviando-o do financiamento do bem-estar da população, principalmente da saúde, educação, saneamento, infraestrutura e mecanismos para vigiar e coibir a destruição da natureza, exatamente o bem maior das gerações futuras.

Disse alguém: “Quem não cuida da natureza hoje comete o pecado de Caim, ou seja, é assassino de Abel, pois não se importa com toda a geração futura”. Romantismo? Apelação religiosa? Nem tanto...

Como é sabido, a história de Abel e Caim é simbólica e pode ter sido a primeira revolução social registrada na Bíblia Cristã. Caim, possivelmente representando uma classe social excluída, eliminou Abel, tido como membro ou sinal de uma elite dominante. Mas essa revolta “comprometeu” o futuro da humanidade.

Portanto, quem não cuida, quem não protege, quem faz vistas grossas, quem não se interessa, quem “dá de ombros”, quem literalmente destrói o ambiente, pelo sim ou pelo não, está sendo criminoso por menosprezar os seus descendentes.

Há quem diga que aqueles que saem às ruas hoje em para reivindicar melhorias para a população, são desqualificados, pois são filhos abastados, recebem ajuda oficial de transporte, por isso não precisam protestar contra os aumentos abusivos das passagens. Acontece que essas pessoas têm a coragem e a consciência política para dar voz aos que, tímidos ou temerosos, não conseguem fazê-lo.

A imprensa, formadora de opinião, muitas vezes não cosegue enxergar esse lado da questão e correm o risco de serem porta-vozes dos interesses que estão sendo colocados em xeque.

É preciso gritar sim... Gritar com a bandeira dos excluídos, não de partidos, independentemente da cor, mas em nome dos excluídos, excluídos da educação, da saúde, da dignidade, do emprego, do transporte e dos que percebem os direitos das gerações futuras.



Imagem: Google

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

"A TERCEIRA MARGEM DO RIO"


“(...) Amo os grandes rios, pois são profundos como a alma do homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranquilos e escuros como os sofrimentos dos homens. Amo ainda mais uma coisa de nossos grandes rios: a eternidade. Sim, o rio e uma palavra mágica para conjugar a eternidade”.
João Guimarães Rosa

A Terceira Margem do Rio” é o título de um dos mais populares contos de João Guimarães Rosa. É uma obra que vai de encontro a uma das características fundamentais desse autor que é o seu fascínio pelos rios, conforme descrito no parágrafo inicial desta postagem.

No conto, um homem resolve se afastar de tudo e de todos e passa a viver no rio, navegando em sua pequena canoa rio acima, rio abaixo, sempre no rio, indefinidamente. De nada valem os apelos da família, o empenho do filho e a certeza da desestruturação de sua família.

O grande mote do texto é a reflexão da condição humana e sua busca dos significados mais profundos, simbolizados na expressão “terceira margem do rio”.

Não resta dúvida que a o tema é extremamente atual, dado que vivemos hoje uma situação não de crise existencial, mas de vazio existencial. Hoje estamos diante da banalização, da supercialidade, da falta de mística e de um sentido maior para a vida. Segundo Guimarães Rosa, o sentido para a vida está nas profundezas do rio, ou da alma. Mas como atingir esses espaços se a modernidade oferece praticamente tudo que o ser humano precisa, materialmente falando?

É certo que estamos em crise econômica. Mas ninguém está sem sua internet, seu celular, seu PC, seus enlatados, suas roupas de marcas (ou quase de marcas). Tudo é superficial, banal. O sentido maior da vida, que é a vida em comunidade, a religiosidade estão lá na “primeira margem do rio”, em plano secundário.

Muitos templos estão se esvaziando... A juventude de há muito não tem modelos de vida, isto é, em quem se inspirar para construir o seu futuro. Não há mais perguntas impactantes, que desinstalam, que geram inquietude.

A “Terceira Margem do Rio” é sinônimo de utopia no seu sentido inicial, um sonho irrealizável. O rio é “eterno” e tem um destino. A alma humana é eterna e, também, tem um destino. O grande oceano acolhe o rio, consolidando sua eternidade. A alma humana é acolhida na eternidade divina e com a divindade se funde...

Essa é uma realidade que ainda é superficial para as mentes humanas voltadas para o consumismo pura e simples.

È preciso aprender com os clássicos da literatura. A vida é superficial para quem é superficial. Mas a busca pela "Terceira Margem do Rio" é fascinante.

Sua bênção, João Guimarães Rosa!


Imagem: Google

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

NO DETALHE (COMEMORANDO O AMOR)


Foi no detalhe
Que nosso amor aconteceu
Aquele olhar...
A alma que estremeceu
Aquele sorriso
Mais que falar
Sem mais aviso

Foi no detalhe
Que aconteceu
O ser escancarado
E os caminhos
Então cruzados
E os sonhos colimados
E os temores sublimados

Foi no detalhe
Que a atenção redobrada
A verdade estabelecida
A felicidade alicerçada...

Foi no detalhe da vida
Na ansiedade do encontro
A felicidade construída

E mais que detalhe...
Corpo, alma, coração...
Céu azul, mar imenso...
Alegria, tristeza, emoção...
Somos plenamente um...
Amor pleno... Intenso...

(José Gonçalves dos Santos)



Imagem: Fátima Paula

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O USO DO MODO VERBAL DO IMPERATIVO E AS RELAÇÕES HUMANAS


Vivemos em tempos em que não há muita preocupação com o falar corretamente a  nossa língua. Há o predomínio da linguagem coloquial, que o falar descompromissado com as regras da língua, o sistema educacional “dá de ombros”, pois não podem interferir nesse processo, respeitando as origens dos alunos, das pessoas, importando, sim, se de fato há uma comunicação fluente ou não.

A comunicação via internet ajudou em muito a piorar a situação, uma vez que  além de ser coloquial, há as simplificações e abreviações, a tal ponto  que dá a impressão que estamos praticando uma nova língua. Nada contra, pois na verdade nada o quê fazer. Eruditos, tremam na base!

Por ora, nos interessa uma reflexão a respeito do uso do verbo no imperativo. As regras não mudaram e a utilização desse modo verbal deveria ser restrita a determinadas situações da vida ou em diálogos eruditos.

O modo imperativo é usado, portanto, para uma ordem, um pedido, uma sugestão. Sim para dar ordem, especialmente em situação em que a outra parte está em risco, em perigo iminente. Exemplos:
- “Vamos, corram!” (Em caso de incêndio)
- “Perdoe-me, por favor!” (Em caso de desespero)
- “Faça o que eu digo, agora!” (Em caso de exigência urgente, ou ordem dos pais para os filhos)

Usa-se o imperativo em obras literárias com conteúdo de incentivo, por exemplo, à cidadania, ao civismo, ao amor à pátria, ressalvando que os ditadores gostam muito desse modo verbal.

Mas não... Quase que inconscientemente esse modo verbal é utilizado por pessoas com interesses específicos nos contextos dos relacionamentos sociais.

Nesse sentido, percebemos que em situações de lideranças legítimas, as pessoas passam a dar ordens usando o imperativo, de forma autoritária e ditatorial, pois não admitem recusa ou desobediência. Líderes que são solapados lenta e silenciosamente em suas bases e, de repente, caem do pedestal.

Da mesma forma os líderes “ad hoc”, .guindados a essas posições momentaneamente e pensam que permanecerão nelas “ad eterno” e, por isso, passam também a dar ordens no imperativo. Igualmente essas pessoas são solapadas corroídas em seu pedestal. Se não caem, são odiadas e transformam os ambientes em desagradáveis de serem frequentados.

É muito comum isso acontecer em trabalhos voluntários...Nas igrejas, nas instituições, nos clubes de serviço, nas escolas e em tantos outros ambientes que acolhem grande número de pessoas. Há sempre aqueles hávidos em mostrar serviço e o fazem da forma mais negativa possível, dando ordens de forma grosseira e autoritária. Triste de quem os apoia, os suporta, pois não percebem o mal que essas pessoas fazem aos projetos das instituições e às pessoas que lá estão por amor, por vontade, pelo simples desejo de servir a uma causa justa, caridosa, religiosa.

Falsos líderes em todos os sentidos.



Imagem: Google

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

ANSIEDADE DE MÃE


O filme dirigido por Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”, marcou época na historia do cinema por seu realismo e polêmica. Gibson, tido como católico convicto, quis fazer um filme menos para retratar os últimos momentos de Jesus na terra, a partir do sua passagem pelo Jardim do Getsâmani, logo após ter ceado com os apóstolos, e mais para fazer uma espécie de sermão sobre a realidade atual da sociedade capitalista.

Assim, o Jesus de Gibson, interpretado por James Caviezel, nada mais é do que a parcela sofredora da sociedade atual. O martírio que ele sofre no corpo, tido como exagerado por muitos, nada mais é do que a síntese dos sofrimentos dos excluídos.

A ironia dos soldados romanos é a ironia dos poderosos que exploram os pobres até a última gota de seu sangue.

E são muitos os elementos introduzidos por Gibson na sua narrativa. O demônio tentador que não desgruda de Jesus o tempo todo, como um desafio estonteante a ser superado a todo o momento por sua humanidade. Humanidade, aliás levada às últimas consequências, principalmente quando um explorador exaure os explorados numa tortura sem fim.

Cada ,quadro desse filme há uma lição, uma reflexão. A dúvida cruel de Pilatos, o descaso dos sacerdotes, líderes do templo, a mulher que grita “Alguém faça isso parar!” quando Jesus sucumbe ante o peso da cruz que carrega; a postura de João, o Predileto, as atitudes de Maria, a mãe de Jesus; o corvo que vasa olhos de um dos condenados.

Na verdade, Gibson faz um sermão rico e profundo e foi até objeto de um estudo filosófico, transformado em livro.

Por hoje fica a referência a uma cena comovente,como tantas outras, em que Maria, vê seu filho a caminho do suplicio, já todo estropiado e dilapidado na carne... Ela nada fala, em sua mente passa um filme em flash back... Ela se lembra de seu filho menino brincando entre as pedras, caindo, chorando e correndo ao seu encontro em busca de colo e conforto. Ela quer fazer o mesmo... Até ensaia o gesto de ir até ele, mas percebe que Ele, Jesus, tem uma missão a cumprir e que seu sofrimento é o sofrimento de toda a humanidade. E Maria se recolhe e se afasta em direção do anonimato momentâneo.

Recentemente, a TV mostrou uma mãe indignada por ver sua filha presa por fazer, junto com o namorado, um arrastão em ônibus da cidade grande. Ela, inconsolável, batia na filha sob o olhar plácido da polícia. Que dor essa mãe sentia!... Que dor, ao ver sua filha conduzida à privação da liberdade, enterrando sonhos sonhados com carinho desde quando essa moça ainda habitava o seu ventre!

Dores e ansiedade de mães que percebem seus filhos escaparem irreversivelmente por seus dedos e se tornarem criminosos. Mães que choram sós, na solidão, no anonimato, nas orações. Como Maria, acompanhando à distância o martírio de seu filho inocente para depois recolher o seu corpo inerte, tal como retratou  Michelangelo, magistralmente, em “La Pietá”.

Dores e ansiedade de mãe em ver seus filhos se perderem nas penumbras do vício, do descontrole, da morte e da saudade.

... E o sermão de Gibson continua fazendo eco!



Imagem: Google

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

QUANTO VALE A VIDA?


Para inicio de conversa um excerto do texto publicado na Revista Esfinge nº 00, da Editorial NA, página 30, sob o título “Quanto vale a vida?”, assinado Délia Steinbeg Guzmán:


“Quanto vale a vida para si mesmo?
Depende da autoestima que alguém tenha das circunstâncias em que se encontre. Para o egoísta, a vida não tem preço por isso mesmo está disposto a apagar o que for por ela. Para o fraco e inseguro, a vida é um peso difícil de suportar e, apesar do mero instinto de conservação física, muitas vezes deseja abandonar este mundo. Para o que é jovem, a vida é amontoado de anos nos quais, de uma maneira ou de outra, obterá a felicidade. Para o que é velho, a vida vale minuto a minuto, pois cada dia fica mais apreensivo por sua proximidade  com o previsível final. Para o doente, a vida é ma dor e vale pouco. Para o infeliz, a vida é uma tortura carente de preço. Para o que se sente afortunado, a vida é um tesouro”.

A vida parece ter um valor relativo... Estão relativizando a vida...

Quanto vale a vida para quem é arrogante e só pensa em si mesmo e só olha no seu umbigo?

Quanto vale a vida para quem perdeu o emprego e não tem perspectiva de melhores dias num horizonte próximo?

Quanto vale a vida para quem alcançou os píncaros da glória pisando e explorando pessoas, pagando a elas salários pífios e assistência zero?

Quanto vale a vida para quem entra na política para desviar bilhões do bem-estar mínimo da massa excluída da população?

Quando vale a vida para quem estupra e mata uma criança inocente e indefesa?

Quanto vale a vida para um juiz que torna livres assassinos hediondos, só porque as “evidências” não são contundentes e esses assassinos voltam a praticar os mesmos crimes?

Quanto vale a vida para aqueles que abandonam esposa e filhos apenas porque ela e eles estão com suspeitas de doenças graves como a microcefalia?

Quanto vale a vida para autoridades que ordenam bombardeios de cidades inteiras, obrigando as populações a fugirem para o nada ou lugar nenhum, apenas para eliminar inimigos de aliados políticos e por interesses econômicos da burguesia de seu país?

Quanto vale a vida para aqueles que destroem florestas, matas ciliares, detonam as calhas dos rios com a extração de areia, burlam as tíbias leis do país com depósitos de resíduos tóxicos próximos dos rios e mananciais, em nome da riqueza particular ou do sucesso industrial e comercial?

Quanto vale a vida para um bandido que mata um estudante que tem como arma apenas os seus livros sob os braços e, esse mesmo bandido diz para a imprensa que “...naquela hora era ele ou eu”?

Quanto vale a vida para aqueles que permitem que populações pobres ocupem áreas de risco, depois chegam os desastres naturais, fazem promessas mirabolantes e ficam apenas nisso?

Quanto vale a vida para aqueles que mentem deslavadamente em nome de um projeto político escuso e explorador?

Quanto vale a vida intrauterina ameaçada pelo aborto (mais agora com o zika vírus) e a vida nos seus estertores, vilipendiada pelo abandono nos asilos, pelo desrespeito e pela eutanásia?

Quanto vale a vida para aqueles que defendem a liberação de drogas como a maconha? Será que eles aceitam que seus filhos e netos a usem?

São tantas outras perguntas...

A vida é um dom divino... Um milagre... Por que tão banalizada?



Imagens: Google

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

LEVE A VIDA LEVE


Vimos no texto de ontem o quanto é complicado as pessoas serem arrogantes e chatas, palavra esta que resume todos os aspectos negativos que as tornam desprezíveis. Na verdade é um peso que elas carregam, pois precisam se policiar constantemente para não perder a pose e o poder que aparentam... Seguranças, correligionários, puxa-sacos, aproveitadores, enfim gente da mesma “qualidade”.

Devemos acrescentar que outros fatores tornam pesada a vida das pessoas: excesso de trabalho, preocupação em demasia com as coisas do passado, ansiedade extremada em relação ao futuro, centralização de atividades, falta de confiança nos amigos e colaboradores, exacerbação dos problemas, muitos deles comuns a todas as demais pessoas.

Esse peso, esse fardo, artificialmente cogitado, imaginado, construído torna-se um passo para o estresse que e um passo para a depressão... E depressão mata! (palavras de psicólogos e psiquiatras).

Estão no grupo de risco, embora poucos saibam, os arrogantes, os metidos, os que sabem das coisas, os autoritários, os ditadores, os “ranhetas”, os teimosos, egoístas, aos fechados, aos carrancudos, os inconsequentes, os de nariz empinados... E aqueles que ainda não aprenderam a lidar com os problemas da vida, inclusive os mais corriqueiros e comuns.

A esses um recado que julgamos importante: tornem leve a suas vidas Desapeguem-se das suas características negativas... Olhem a vida com outros olhos, voltem-se para as coisas simples, para a beleza da arte, da música, das artes plásticas, para os sorrisos das crianças... Para os amigos verdadeiros.

Leiam mais, reestudem suas formações escolares, técnicas ou universitárias, repensem seus valores, seus relacionamentos, reconciliem-se com o passado, absorvam deles apenas aquelas verdades que possam  solidificar o presente e construir o futuro. Nada de medos, desmontem as equipes de segurança internas e externas... Deixem de usar elevadores privativos, almocem no “bandejão”, ou no restaurante de R$ 1,00, tomem “pingado” com pão com manteiga no balcão da padaria, comam coxa de frango com a mão, discutam futebol, política e as noticias do dia. Ouçam o que as pessoas simples têm a dizer. Prestem atenção nas “piadas” do povo comum. Expiem os jornais expostos nas bancas...

Levem a vida leve... Caminhem a pé pelo centro da cidade... Visitem os centros de comércio popular (os camelódromos), chupem um picolé de coco desses carrinhos que ficam nas praças... Deixem o carro em casa e vá de ônibus. Levem a vida leve. Há vida fora do mundo nojento da arrogância, da metidez, da antipatia...

A verdadeira felicidade chega como a noite sucede ao dia... Ela até pode entrar pela fresta da janela. Isto é, de repente se é feliz de forma diferente, simples, mas autêntica.



Imagem: Blog

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A ALEGRIA DE VIVER E CONVIVER



Hoje a reflexão é dirigida aos arrogantes, aos metidos, aos que sabem das coisas, aos autoritários, aos ditadores, aos “ranhetas”, aos teimosos, egoístas, aos fechados, aos carrancudos, aos inconsequentes, aos de nariz empinados...

Dialogar com essa gente é o mesmo que jogar xadrez com pombo (parodiando Lobão): “Não sabem jogar, sujam o tabuleiro, bagunçam as pedras e ainda saem com o peito estufado”. É perder tempo.

Um lembrete: a História da Humanidade registra que pessoas, especialmente as detentoras de poder e com algumas dessas “qualidades” citadas acima são sempre minadas, corroídas em suas bases e um dia caem. Os imperadores caíram, os ditadores caíram ou desapareceram de alguma maneira, ou assassinados ou por suicídios.

Eram pessoas com enorme estrutura de segurança, envolvendo aparato de espionagem e milhares de homens, fiéis escudeiros, alguns deles com os germes da traição instalados em seu sangue.

Já pessoas com características semelhantes, mas comuns, ou da classe média, ou com cargos de executivos em empresas de médio e grande porte, profissionais liberais, “Penam eu estão “protegidas” e que podem continuar desfiando suas “qualidades” ao bel prazer. Elas correm o mesmo risco de serem minadas muito antes do que imaginam. Aliás elas são tão tolas que pensam que isso só acontece com os outros e nunca com elas. De repente estão no chão, solitárias, literalmente solitárias, pois na vida só amealhou “colegas” e não amigos. Os colegas se vão, os amigos permanecem.

Pessoas indesejáveis com as “qualidades” citadas são na realidade mal amadas, infantilizadas, inseguras, imaturas... Não cresceram... Pensam que cresceram. As características negativas que as estigmatizam funcionam como máscaras, como proteção, como cortina de ilusão, de fumaça turvando-lhes a visão, impedindo-as de sentir a dor da queda, do abandono, da solidão. Não há o que fazer.

Se pudéssemos  ajudá-las e elas nos ouvissem, sugeriríamos uma para reflexão, Aproveitar o espírito da Quaresma, mesmo não sendo cristão. O ambiente é propício para uma revisão de vida, a começar pela análise das pessoas que estão ao redor. Elas são amigos de verdade ou apenas colegas? Colegas de bar? Parceiros das mesmas “qualidades”? Já precisou deles? Veja os familiares... Eles estão juntos por obediência cega ou por amor? Será que não estão loucos para caírem na estrada e viver longe?

Torne sua vida leve, livre-se dos pesos, das amarguras, das frustrações... Seja humilde e aceite ajuda. Não espere um acidente ou uma doença grave com passagens pela UTI. Fale menos e ouça mais... Dê atenção aos humildes, às coisas simples... Sente no chão e brinque de pega-pega com as crianças. Ouça as crianças... Elas têm muito a dizer sobre a humildade e sobre a alegria de viver e conviver.



Imagem: Google

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

QUARESMA, UMA REFLEXÃO HUMANA


Nesta quarta-feira a cristandade inicia o seu importante período de reflexão e práticas espirituais da quaresma, que corresponde aos quarenta dias que Jesus passou no deserto, orando, meditando e sofrendo toda a sorte de tentações. Voltou de lá pronto para o seu sacrifício maior que foi a passagem pelo Getsemani, a prisão, a flagelação (tortura), julgamento, condenação e execução, morrendo na cruz no monte Calvário. Depois veio a Ressurreição e sua vitória definitiva sobre a morte.

A Quaresma, neste Ano da Misericórdia, convida a todos os cristãos à reflexão e à conversão, a partir de atitudes próprias de experiência espiritual, sacrifícios corporais e de caridade para com o próximo, especialmente o mais pobre.

Esse é o ponto importante em que todos, cristãos e não cristãos, podem aderir a esse movimento de aproximação em relação ao próximo, especialmente ao próximo mais próximo que está dentro de nossa casa ou faz parte do nosso relacionamento cotidiano. O grande projeto poderia ser a extensão dessa aproximação aos mais distantes, uma vez que a humanidade está plena de sofrimentos, abandonos, de gente passando fome, fugindo de guerras ou sem perspectivas imediatas de paz, moradia e vida saudável.

Quando os cristãos estão aderindo, por exemplo, ao jejum e abstinência de carne está fazendo um sacrifício, uma mortificação, um ato de piedade. Mas, também se solidarizando com os sofrimentos de Jesus (imitando-o) e, fundamentalmente, se aproximando daqueles que estão sofrendo as vicissitudes do abandono em todas as partes do mundo.

Não há oração válida sem um gesto concreto, como não há conversão perfeita sem engajamento ou reflexão perfeita sem uma atitude, uma ação, uma desinstalação ou fuga da zona de conforto.

No micromundo do nosso relacionamento encontramos pessoas que sofrem. Portanto, não precisamos ir mais longe. Mas se que sermos ampliar nosso horizonte vamos encontrar sofrimentos infinitos. Então, precisamos organizar ou metodificar nossa ajuda, descobrindo instituições serias e honestas que estão distribui9indo caridade pelo mundo, o macromundo.

O importante é a nossa conscientização de que os pobres necessitam de ajuda não só no Natal ou na Quaresma, mas todos os dias. Porém, se possível, nossa ajuda  precisa ser construtiva, isto é, não apenas matar a fome ou atender as necessidades imediatas, mas oferecer oportunidades, portas e janelas  para o crescimento, para a instalação, estabilização, e equilíbrio econômico-financeiro, no sentido de que não volte mais a necessitar de ajuda e tenha o mais importante: a dignidade de vida.

A Quaresma pode ser muito mais que orações e atos de piedade, pode ser significar uma transformação e conversão humana, o nascimento de um novo ser mais comprometido com a verdade, com a sinceridade, com a não corrupção, com a verdadeira política do bem comum, com a promoção humana, com a paz... Com o fim do Getsêmani social

Se isso acontecer o sacrifício de Jesus nunca terá sido em vão.



Imagem: Google

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

IR OU FICAR... QUAL A DIFERENÇA?



Parece assunto de autoajuda... Vamos comentar algo mais sobre a questão do medo.

É sabido que o medo é necessário... Necessário para a proteção da vida, pois é uma forma de o cérebro avisar a consciência, a razão de que algumas atitudes e posturas podem não darem certo ou não serem corretas.

É sabido, também, que o excesso de medo é que é o problema. O medo demais paralisa a pessoa e a torna inativa, impedindo-a de conquistar os sonhos ou realizar os projetos pretendidos.

É sabido, ainda, que há muitos, milhares de textos, livros, teorias, vídeos a respeito do medo, sua origem, sua evolução e as técnicas para que  ajudar as pessoas a se livrarem do medo, ainda que parcialmente.

O que nos interessa por hora é uma palavra de incentivo para aquelas pessoas que ainda estão sob a pressão e a paralisia do medo. Não simplesmente orientá-las a buscar orientação de especialistas ou consultar a literatura específica.

Enfrente o sol e a sombra será projetada às suas costas”. (desconhecemos o autor) é uma frase significativa que nos incentiva a encarar os desafios do cotidiano. Difíceis ou complicados num momento tonam-se suaves quando superados. O medo foi vencido.

A frase da ilustração também é importante: “O que quer está bem ali depois do medo”... Imaginamos que desafiar o medo, a desconfiança, a insegurança  pode levar, sim, a realização de sonhos dos mais simples aos maiores e complexos. É preciso dar o primeiro passo, dobrar a esquina do medo.

O medo deve ir só até a esquina. É o espaço suficiente para uma análise racional de sua periculosidade ou se está sendo excessivo. Depois dela é seguir em frente e não olhar para trás. Isso significa deixar o medo lá antes da esquina.

Importa não olhar para trás para não retomar o medo. Importa consolidar os passos em direção das conquistas, consolidando uma após a outra. Melhor por partes e não tudo de uma só vez, no afogadilho, pensando que o mundo acabará amanhã de manhã. Importam os planos, as metas, os métodos, o passo-a-passo.

Importam, também, a ética, a honestidade, o respeito à liberdade alheia, a humildade, o acolhimento, a não arrogância, o caminhar junto.

A diferença entre o ir e o ficar é a intensidade do medo, do medo de ser feliz.



Imagem: Facebook

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

D. HELDER E O CARNAVAL



AO FUNDO O "GALO DA MADRUGADA" - 2016 - 
O MAIOR BLOCO DE  CARNAVAL DO PLANETA. 
CARNAVAL REALMENTE POPULAR. 
DO RECIFE PARA O MUNDO.

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MONTAGEM: BLOG

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A VERDADE SEMPRE A VERDADE... UTOPIA?

Quando se perde o respeito pela verdade, nem que seja só um bocadinho, tudo se torna duvidoso”...

Esta frase de Santo Agostinho, apesar de proferida há tanto tempo é espantosamente atual, principalmente quando se contempla o panorama político do nosso país. Porém, essa verdade não deve nos colocar numa espécie de zona de conforto com o pensamento de que tudo está perdido e nada mais pode ser mudado.

É atual, sim, porque a política domina o noticiário na imprensa inundando a sociedade com a lama da corrupção, das mentiras, das falsas promessas... A frustração é generalizada...

Entretanto, não deve ser assim. É preciso não perder as esperanças, com fundamento na ética, no respeito aos direitos fundamentais do ser, humano, nos princípios religiosos, enfim...

A verdade, que filosoficamente é relativa, pois se baseia no histórico e na herança cultural do povo, deve ser buscada a qualquer custo. A justiça deve ser o seu braço mais forte, mais seguro... A justiça em toda sua estrutura e hierarquia, especialmente nos seus escalões mais altos é a reserva moral, justa e da verdade, a síntese da cultura, da história e das esperanças do povo que representa.

O povo (as pessoas que compõem a sociedade) é anterior às suas leis, à sua estrutura política, à sua estrutura jurídica... Isto quer dizer que o povo vem antes de tudo, apesar de que ele, povo, não sabe disso. E não tem culpa... A culpa é do sistema educacional, que é falho, arcaico, e funciona como instrumento de dominação da elite sobre ele. Triste realidade. O sistema educacional é uma mentira, uma inverdade, pois não forma cidadãos críticos, conhecedores, portanto livres.

A verdade sempre a verdade... A começar com a verdade de cada um. As mentiras que permeiam a classe política não podem servir de exemplo de virtude. As máximas que dizem que “...uma mentira repetida muitas vezes não devem se transformar em verdade...”. Deve, sim, continuar sendo uma mentira.

A revolução da verdade que provavelmente mudará o país precisa começar com a revolução íntima de cada um dos seus cidadãos. É a revolução do conhecimento, da maturidade, da consciência política. Da educação, a começar pela educação básica.

Estamos sonhando? Referindo-nos a uma utopia? Sim, a verdade absoluta, o povo maduro politicamente é uma utopia. Mas é preciso sonhar... É preciso tentar enxergar para além do horizonte, para além do nosso umbigo.

É como disse Eduardo Galeano “...A utopia serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”. E concluímos: a utopia é essencial para o restabelecimento da verdade em nossa terra.



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O CARÁTER


Achamos conveniente retomar esse assunto que anda um pouco esquecido atualmente, em especial quando a imprensa está ra recheada de notícias relativas à corrupção e aos desmandos do poder político.

A política que deveria ser uma das principais virtudes da democracia, palavra que parecia ser mágica para resolver todos os problemas da sociedade, como acontecia, (aparentemente) na Grécia Antiga, exatamente o berço da democracia. Em breve voltaremos a esse assunto.

Política, hoje, infelizmente é sinônimo de mal caráter. Não deveria ser assim, mas é a triste realidade.

A palavra caráter tem ampla aplicação. Ela está presente  que em todas as áreas do conhecimento humano: na psicologia, na filosofia, na política, na biologia, na química, linguística... Interessa-nos suas definições no que se refere à pessoa. O caráter define as marcas da pessoa, sua maneira de ser e fazer, sua força, sua capacidade de tomar decisões sem medo de arrependimento.

Há quem diga que o caráter é inerente à pessoa, isto é, faz parte de sua constituição e não depende de formação, evolução ou crescimento. Faz parte da pessoa, nasce com ela e com ela permanece. É, portanto uma marca indelével. Nessa linha de pensamento a pessoa pode nascer boa e ser de bom caráter ou nascer má e ser de mau caráter. Há controvérsias...

Caráter parecer ser sinônimo de virtude ou do somatório de todas as virtudes que fazem uma pessoa perfeita. Uma pessoa má ou maldosa, arrogante, dissimulada, desonesta, interesseira, que visa o poder a qualquer .custo e a qualquer custo (a qualquer custo mesmo!) defende seus interesses é considerada “sem caráter”. São índoles... Má índole... Boa índole...

Um provérbio, provavelmente chinês diz o seguinte:
Dinheiro perdido: Nada perdido
Saúde perdida: muito perdido
Caráter perdido: tudo perdido

Sinal que o caráter pode mudar tanto para o bem quanto para o mal.

Humanistas que somos, acreditamos na melhoria contínua das pessoas, no seu aperfeiçoamento, no seu amadurecimento, na sua desinfantilização... Portanto, o caráter pode mudar... Depende do interesse, da vontade da pessoa... Depende do seu interesse e do seu ânimo em exercer a sua liberdade...

Agora, em relação à política não sabemos não! É tudo muito complexo... Se começar já uma mudança na educação de base, quem sabe daqui a algumas décadas... Quem viver... Verá!



Imagem: Google

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

HUMANISMO OU "GENTISMO"

“Pietá”, obra-prima de Michelangelo, baluarte do Humanismo, no Renascimento

Não tem como fazer uma reflexão sobre a condição humana sem um passeio na História e nesse passeio identificar as origens teóricas do humanismo. Esse passeio recua até a Grécia Antiga uma civilização totalmente volta para o ser humano em todas as atividades especialmente as culturais. A História também não nega que a essa civilização era discriminatória, pois nela apenas tinham valor e eram reconhecidos os cidadãos gregos nascidos de pais gregos. Havia, portanto, uma limitação dos benefícios da cidadania e acesso a arte e a cultura.

Entretanto lá estão plantados os fundamentos do humanismo que influencia até hoje os comportamentos sérios.

E foi no final da idade Média e começo da Moderna que o humanismo se tornou um movimento radical no sentido de tornar o ser humano o centro das coisas, especialmente em contra ponto ao Teocentrismo Medieval, durante o qual a Igreja e o Cristianismo monopolizavam a informação e as liberdades, relegando as pessoas ao segundo plano. Esse movimento também se chamou Antropocentrismo.

Esse humanismo marcou presença na filosofia, na arte, na literatura, na política, sempre  valorizando sempre as realizações das pessoas, seu corpo, suas ideias, sua liberdade. Esse humanismo foi se desdobrando Séculos seguintes consagrando nomes como Manetti, Marsilio Ficino, Erasmo de Roterdam, Franscesco Petrarca, Rabelais, Pico de La Mirandola, Camões, Gil Vicente, Michelangelo, Thomas Morus, Augusto Comte, Machiavel, Frederico Ozanam e outros...

É muito bonito o humanismo. Porém ele foi extremamente útil à burguesia que estava em ascensão e ao mesmo tempo assumia o controle da Asociedade. É assim ainda hoje. Há uma elite dominante no mundo, uma elite burguesa, capitalista que tem como essência o consumismo.

O humanismo foi bom e está sendo bom, mas não o suficiente. Hoje é preciso praticar o “gentismo” (Pouco importa se a palavra não existe!). O humanismo valoriza as realizações humanas. Mas o “gentismo” coloca as pessoas no seu devido lugar. Para ilustrar, segue uma frase que circulou nas redes sociais, atribuídas ao Dr. Adib Jatene, médico acreano, falecido em 14 de Novembro de 2014: “A função do médico é curar. Quando ele não pode curar, precisa aliviar. E quando não pode curar nem aliviar precisa confortar. O médico precisa ser especialista em gente”.

Não só o médico precisa ser especialista em gente, ser gentista. Todos precisamos ser gentista: do médico ao motorista, inclusive aqueles do transporte alternativo... Do pastor, do padre, do gerente, do diretor, ao mais simples, ao menos graduado, àqueles que estão na escala mais baixa da hierarquia social.

Praticar o gentismo, ser gentista, é ser solidário, ser amoroso, maleável, acolhedor, amigo, estar ao lado nas horas mais triste de solidão, de abandono, de sofrimento, de falta de perspectiva. Não é estar presente nas horas boas, de abundância, de festas, mas nos perrengues do dia e das noites insones.

Como dissemos, o gentismo coloca o ser humano no seu devido lugar, no topo das preocupações sociais, econômicas e principalmente políticas... Como gente!

Estamos longe, muito longe disso...



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