segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

HUMANISMO OU "GENTISMO"

“Pietá”, obra-prima de Michelangelo, baluarte do Humanismo, no Renascimento

Não tem como fazer uma reflexão sobre a condição humana sem um passeio na História e nesse passeio identificar as origens teóricas do humanismo. Esse passeio recua até a Grécia Antiga uma civilização totalmente volta para o ser humano em todas as atividades especialmente as culturais. A História também não nega que a essa civilização era discriminatória, pois nela apenas tinham valor e eram reconhecidos os cidadãos gregos nascidos de pais gregos. Havia, portanto, uma limitação dos benefícios da cidadania e acesso a arte e a cultura.

Entretanto lá estão plantados os fundamentos do humanismo que influencia até hoje os comportamentos sérios.

E foi no final da idade Média e começo da Moderna que o humanismo se tornou um movimento radical no sentido de tornar o ser humano o centro das coisas, especialmente em contra ponto ao Teocentrismo Medieval, durante o qual a Igreja e o Cristianismo monopolizavam a informação e as liberdades, relegando as pessoas ao segundo plano. Esse movimento também se chamou Antropocentrismo.

Esse humanismo marcou presença na filosofia, na arte, na literatura, na política, sempre  valorizando sempre as realizações das pessoas, seu corpo, suas ideias, sua liberdade. Esse humanismo foi se desdobrando Séculos seguintes consagrando nomes como Manetti, Marsilio Ficino, Erasmo de Roterdam, Franscesco Petrarca, Rabelais, Pico de La Mirandola, Camões, Gil Vicente, Michelangelo, Thomas Morus, Augusto Comte, Machiavel, Frederico Ozanam e outros...

É muito bonito o humanismo. Porém ele foi extremamente útil à burguesia que estava em ascensão e ao mesmo tempo assumia o controle da Asociedade. É assim ainda hoje. Há uma elite dominante no mundo, uma elite burguesa, capitalista que tem como essência o consumismo.

O humanismo foi bom e está sendo bom, mas não o suficiente. Hoje é preciso praticar o “gentismo” (Pouco importa se a palavra não existe!). O humanismo valoriza as realizações humanas. Mas o “gentismo” coloca as pessoas no seu devido lugar. Para ilustrar, segue uma frase que circulou nas redes sociais, atribuídas ao Dr. Adib Jatene, médico acreano, falecido em 14 de Novembro de 2014: “A função do médico é curar. Quando ele não pode curar, precisa aliviar. E quando não pode curar nem aliviar precisa confortar. O médico precisa ser especialista em gente”.

Não só o médico precisa ser especialista em gente, ser gentista. Todos precisamos ser gentista: do médico ao motorista, inclusive aqueles do transporte alternativo... Do pastor, do padre, do gerente, do diretor, ao mais simples, ao menos graduado, àqueles que estão na escala mais baixa da hierarquia social.

Praticar o gentismo, ser gentista, é ser solidário, ser amoroso, maleável, acolhedor, amigo, estar ao lado nas horas mais triste de solidão, de abandono, de sofrimento, de falta de perspectiva. Não é estar presente nas horas boas, de abundância, de festas, mas nos perrengues do dia e das noites insones.

Como dissemos, o gentismo coloca o ser humano no seu devido lugar, no topo das preocupações sociais, econômicas e principalmente políticas... Como gente!

Estamos longe, muito longe disso...



Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário