sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

QUANTO VALE A VIDA?


Para inicio de conversa um excerto do texto publicado na Revista Esfinge nº 00, da Editorial NA, página 30, sob o título “Quanto vale a vida?”, assinado Délia Steinbeg Guzmán:


“Quanto vale a vida para si mesmo?
Depende da autoestima que alguém tenha das circunstâncias em que se encontre. Para o egoísta, a vida não tem preço por isso mesmo está disposto a apagar o que for por ela. Para o fraco e inseguro, a vida é um peso difícil de suportar e, apesar do mero instinto de conservação física, muitas vezes deseja abandonar este mundo. Para o que é jovem, a vida é amontoado de anos nos quais, de uma maneira ou de outra, obterá a felicidade. Para o que é velho, a vida vale minuto a minuto, pois cada dia fica mais apreensivo por sua proximidade  com o previsível final. Para o doente, a vida é ma dor e vale pouco. Para o infeliz, a vida é uma tortura carente de preço. Para o que se sente afortunado, a vida é um tesouro”.

A vida parece ter um valor relativo... Estão relativizando a vida...

Quanto vale a vida para quem é arrogante e só pensa em si mesmo e só olha no seu umbigo?

Quanto vale a vida para quem perdeu o emprego e não tem perspectiva de melhores dias num horizonte próximo?

Quanto vale a vida para quem alcançou os píncaros da glória pisando e explorando pessoas, pagando a elas salários pífios e assistência zero?

Quanto vale a vida para quem entra na política para desviar bilhões do bem-estar mínimo da massa excluída da população?

Quando vale a vida para quem estupra e mata uma criança inocente e indefesa?

Quanto vale a vida para um juiz que torna livres assassinos hediondos, só porque as “evidências” não são contundentes e esses assassinos voltam a praticar os mesmos crimes?

Quanto vale a vida para aqueles que abandonam esposa e filhos apenas porque ela e eles estão com suspeitas de doenças graves como a microcefalia?

Quanto vale a vida para autoridades que ordenam bombardeios de cidades inteiras, obrigando as populações a fugirem para o nada ou lugar nenhum, apenas para eliminar inimigos de aliados políticos e por interesses econômicos da burguesia de seu país?

Quanto vale a vida para aqueles que destroem florestas, matas ciliares, detonam as calhas dos rios com a extração de areia, burlam as tíbias leis do país com depósitos de resíduos tóxicos próximos dos rios e mananciais, em nome da riqueza particular ou do sucesso industrial e comercial?

Quanto vale a vida para um bandido que mata um estudante que tem como arma apenas os seus livros sob os braços e, esse mesmo bandido diz para a imprensa que “...naquela hora era ele ou eu”?

Quanto vale a vida para aqueles que permitem que populações pobres ocupem áreas de risco, depois chegam os desastres naturais, fazem promessas mirabolantes e ficam apenas nisso?

Quanto vale a vida para aqueles que mentem deslavadamente em nome de um projeto político escuso e explorador?

Quanto vale a vida intrauterina ameaçada pelo aborto (mais agora com o zika vírus) e a vida nos seus estertores, vilipendiada pelo abandono nos asilos, pelo desrespeito e pela eutanásia?

Quanto vale a vida para aqueles que defendem a liberação de drogas como a maconha? Será que eles aceitam que seus filhos e netos a usem?

São tantas outras perguntas...

A vida é um dom divino... Um milagre... Por que tão banalizada?



Imagens: Google

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