terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

QUARESMA, UMA REFLEXÃO HUMANA


Nesta quarta-feira a cristandade inicia o seu importante período de reflexão e práticas espirituais da quaresma, que corresponde aos quarenta dias que Jesus passou no deserto, orando, meditando e sofrendo toda a sorte de tentações. Voltou de lá pronto para o seu sacrifício maior que foi a passagem pelo Getsemani, a prisão, a flagelação (tortura), julgamento, condenação e execução, morrendo na cruz no monte Calvário. Depois veio a Ressurreição e sua vitória definitiva sobre a morte.

A Quaresma, neste Ano da Misericórdia, convida a todos os cristãos à reflexão e à conversão, a partir de atitudes próprias de experiência espiritual, sacrifícios corporais e de caridade para com o próximo, especialmente o mais pobre.

Esse é o ponto importante em que todos, cristãos e não cristãos, podem aderir a esse movimento de aproximação em relação ao próximo, especialmente ao próximo mais próximo que está dentro de nossa casa ou faz parte do nosso relacionamento cotidiano. O grande projeto poderia ser a extensão dessa aproximação aos mais distantes, uma vez que a humanidade está plena de sofrimentos, abandonos, de gente passando fome, fugindo de guerras ou sem perspectivas imediatas de paz, moradia e vida saudável.

Quando os cristãos estão aderindo, por exemplo, ao jejum e abstinência de carne está fazendo um sacrifício, uma mortificação, um ato de piedade. Mas, também se solidarizando com os sofrimentos de Jesus (imitando-o) e, fundamentalmente, se aproximando daqueles que estão sofrendo as vicissitudes do abandono em todas as partes do mundo.

Não há oração válida sem um gesto concreto, como não há conversão perfeita sem engajamento ou reflexão perfeita sem uma atitude, uma ação, uma desinstalação ou fuga da zona de conforto.

No micromundo do nosso relacionamento encontramos pessoas que sofrem. Portanto, não precisamos ir mais longe. Mas se que sermos ampliar nosso horizonte vamos encontrar sofrimentos infinitos. Então, precisamos organizar ou metodificar nossa ajuda, descobrindo instituições serias e honestas que estão distribui9indo caridade pelo mundo, o macromundo.

O importante é a nossa conscientização de que os pobres necessitam de ajuda não só no Natal ou na Quaresma, mas todos os dias. Porém, se possível, nossa ajuda  precisa ser construtiva, isto é, não apenas matar a fome ou atender as necessidades imediatas, mas oferecer oportunidades, portas e janelas  para o crescimento, para a instalação, estabilização, e equilíbrio econômico-financeiro, no sentido de que não volte mais a necessitar de ajuda e tenha o mais importante: a dignidade de vida.

A Quaresma pode ser muito mais que orações e atos de piedade, pode ser significar uma transformação e conversão humana, o nascimento de um novo ser mais comprometido com a verdade, com a sinceridade, com a não corrupção, com a verdadeira política do bem comum, com a promoção humana, com a paz... Com o fim do Getsêmani social

Se isso acontecer o sacrifício de Jesus nunca terá sido em vão.



Imagem: Google

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