quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O USO DO MODO VERBAL DO IMPERATIVO E AS RELAÇÕES HUMANAS


Vivemos em tempos em que não há muita preocupação com o falar corretamente a  nossa língua. Há o predomínio da linguagem coloquial, que o falar descompromissado com as regras da língua, o sistema educacional “dá de ombros”, pois não podem interferir nesse processo, respeitando as origens dos alunos, das pessoas, importando, sim, se de fato há uma comunicação fluente ou não.

A comunicação via internet ajudou em muito a piorar a situação, uma vez que  além de ser coloquial, há as simplificações e abreviações, a tal ponto  que dá a impressão que estamos praticando uma nova língua. Nada contra, pois na verdade nada o quê fazer. Eruditos, tremam na base!

Por ora, nos interessa uma reflexão a respeito do uso do verbo no imperativo. As regras não mudaram e a utilização desse modo verbal deveria ser restrita a determinadas situações da vida ou em diálogos eruditos.

O modo imperativo é usado, portanto, para uma ordem, um pedido, uma sugestão. Sim para dar ordem, especialmente em situação em que a outra parte está em risco, em perigo iminente. Exemplos:
- “Vamos, corram!” (Em caso de incêndio)
- “Perdoe-me, por favor!” (Em caso de desespero)
- “Faça o que eu digo, agora!” (Em caso de exigência urgente, ou ordem dos pais para os filhos)

Usa-se o imperativo em obras literárias com conteúdo de incentivo, por exemplo, à cidadania, ao civismo, ao amor à pátria, ressalvando que os ditadores gostam muito desse modo verbal.

Mas não... Quase que inconscientemente esse modo verbal é utilizado por pessoas com interesses específicos nos contextos dos relacionamentos sociais.

Nesse sentido, percebemos que em situações de lideranças legítimas, as pessoas passam a dar ordens usando o imperativo, de forma autoritária e ditatorial, pois não admitem recusa ou desobediência. Líderes que são solapados lenta e silenciosamente em suas bases e, de repente, caem do pedestal.

Da mesma forma os líderes “ad hoc”, .guindados a essas posições momentaneamente e pensam que permanecerão nelas “ad eterno” e, por isso, passam também a dar ordens no imperativo. Igualmente essas pessoas são solapadas corroídas em seu pedestal. Se não caem, são odiadas e transformam os ambientes em desagradáveis de serem frequentados.

É muito comum isso acontecer em trabalhos voluntários...Nas igrejas, nas instituições, nos clubes de serviço, nas escolas e em tantos outros ambientes que acolhem grande número de pessoas. Há sempre aqueles hávidos em mostrar serviço e o fazem da forma mais negativa possível, dando ordens de forma grosseira e autoritária. Triste de quem os apoia, os suporta, pois não percebem o mal que essas pessoas fazem aos projetos das instituições e às pessoas que lá estão por amor, por vontade, pelo simples desejo de servir a uma causa justa, caridosa, religiosa.

Falsos líderes em todos os sentidos.



Imagem: Google

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