terça-feira, 27 de setembro de 2016

A SOBERBA


Há alguns aspectos positivos na soberba.

Um cavaleiro que e apresenta elegantemente, formando um belo conjunto com seu cavalo, havendo harmonia entre os seus gestos e o seu cavalo, dir-se-á que a apresentação foi soberba...

Um soldado que desfila garbosamente, com estilo, peito para a frente e cabeça perfeitamente alinhada com seu corpo, também receberá elogios, dando conta que o seu desfile foi soberbo.

Um time de futebol que faz uma partida irrepreensível, com as peças nos seus devidos lugares, com jogadas ensaiadas, preparo físico em alta, domínio do jogo do começo ao fim e com muitos gols marcados, não deixando dúvidas a respeito da sua qualidade como equipe, ouvirá dos comentaristas a expressão: “uma exibição soberba”.

E as graças param por aí. O que vem em seguida é muito negativo.

Pois, na verdade a soberba é um dos sete pecados capitais (os outros são: a gula, a avareza, a luxúria, a ira, a inveja e a preguiça), que atingem não apenas os cristãos, mas toda a sociedade. A soberba é um veneno social.

A postura da soberba faz de uma pessoa superiora às demais. É uma cultura ao ego, tornando a pessoa egocêntrica, centralizadora, autoritária, arrogante, inaceitável no convívio social.

Da soberba derivam outras posturas execráveis, como o orgulho, a vaidade, a prepotência, a presunção, a autossuficiência, a vanglória, o amor próprio, o exibicionismo. Não é fácil conviver com pessoas assim.

A soberba é a gênese de sentimentos maiores. Individualmente, além dos aspectos negativos citados acima, torna a pessoa racista, preconceituosa, xenófoba. Tais posturas podem irradiar-se a outras pessoas, ao grupo, à sociedade, tornando-a coletivamente racista, preconceituosa e xenófoba. Por isso, existem muitas sociedades que nutrem esses sentimentos e passam a dominar e perseguir populações inteiras que se mostram vulneráveis econômica, social e politicamente. A História Humanidade tem registrado situações como os Fundamentalismos, o Apartheid, as explorações coloniais, os massacres e a dizimação de populações inteiras, os genocídios. Tudo, tudo, fruto, em última análise, da soberba.

O antídoto à soberba é a humildade. Esta não inibe as pessoas de ter coisas, bens materiais, poder e riqueza. Porém, a humildade faz com que as pessoas coloquem esses bens em segundo plano. A humildade, também, não faz da pessoa uma ambiciosa a ponto de desejar o mal dos ricos. A humildade, sim, a coloca no seu devido lugar, com a consciência do caminho a percorrer para atingir os seus objetivos.

A humildade, ao contrário da soberba, promove a abertura de coração para o diálogo, para a concórdia, para o respeito, para a harmonia social.  Enquanto a soberba está nas raízes das guerras, a humildade é a ponte para a paz.

É bem melhor a humildade...



Imagem: Google

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