terça-feira, 20 de setembro de 2016

O ANO SANTO DA MISERICÓRDIA


O tema é vasto e a literatura a respeito também. Vamos dar uma pequena contribuição. E de começo o significado da palavra “misericórdia”. Ela define um sentimento natural e humano de compaixão pelo sofrimento dos outros. Aliás, compaixão é compadecer, é sofrer junto, sofrer com. Misericórdia vem do latim miserere, que quer dizer ter compaixão. Já a  expressão cordis, que significa coração. Então, mais profundamente, misericórdia é sentir com o coração o que o outro está sentindo... É uma tentativa de colocar-se no lugar do outro, num gesto pleno de solidariedade.

A palavra misericórdia é abrangente, extrapolando o conceito de perdão e de justiça. Vai muito além. Os cristãos sabem disso, pois têm absoluta e inquestionável certeza de que Deus é infinitamente (sem medidas humanas) misericordioso. Perdoa mesmo!

São 14 as obras de Misericórdia, divididas em duas categorias:

Obras Corporais – dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar os doentes, visitar os presos, acolher os peregrinos e sepultar os mortos.

Obras Espirituais – dar bom conselho, corrigir os que erram, ensinar os ignorantes, suportar com paciência as fraquezas do próximo, consolar os aflitos, perdoar os que nos ofendem e rezar pelos vivos e pelos mortos.

O Papa Francisco, desde que assumiu o seu Pontificado, colocou a Misericórdia como seu lema, tem pautado suas ações e suas falas em cima da misericórdia e incentivando os cristãos e todos os cidadãos do mundo a praticarem intensamente.

O Jubileu Extraordinário da  Misericórdia anunciado pelo Papa em Abril de 2015, com a Encicllica “Misericordiae Vultus” (O Rosto da Misericórdia) teve inicio na Festa da Imaculada Conceição, em 08 de Dezembro de 2015, com encerramento em Novembro com a Festa de Cristo Rei, evento final do Ano litúrgico da Igreja Católica. Este Ano Jubilar comemora os 50 anos do encerramento do Concilio Vaticano II e 25 anos da  Encíclica “Dives in Misericordiae” de João Paulo II.

O Ano da Misericórdia é um convite para a contemplação mais profunda do rosto Misericordioso de Deus e aplicá-lo no dia-a-dia. Pois o mundo atual, ainda que apresente as maravilhas tecnológicas, principalmente no campo da comunicação, está contraminado pela discórdia, pelo desentendimento, pelas guerras, pela ambição, pela falta de perdão, pelo fundamentalismo exacerbado, pelo egoísmo, pelo consumismo, pela exclusão dos mais vulneráveis (inclusive os migrantes e retirantes. Aqueles que fogem das guerras e das situações de miséria).

Os gestos de misericórdia, para serem aplicados em grande escada precisam primeiro ser praticados no micro mundo, no contexto particular, familiar e rede relacionamentos. Sem perdão, compreensão, desapego e solidariedade, além do respeito às leis, não há paz social. A grande paz no mundo começa a ser construída no micro-contexto, tendo a misericórdia como apanágio.

Importantíssimo: tem de haver coerência entre fé (naquilo que se acredita) e vida (aquilo que se pratica). O mundo está cheio de incoerências. Superá-las é o grande desafio que todos nós temos de vencer, como ensinamento maior deste Ano Santo da Misericórdia.

Mais informações? Na sua Igreja, na internet, nos livros...



Imagem: Google

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