quinta-feira, 29 de setembro de 2016

VARIAÇÕES SOBRE A CARIDADE


Comecemos com o texto clássico de Paulo de Tarso. Sua Primeira Carta aos habitantes de Corinto (Capítulo 13, versículos de 1 a 13) Bíblia Editora Ave Maria.:
1 – ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
2 – Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
3 – Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
4 – A caridade e paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.
5 – Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.
6 – Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
7 – tudo desculpa, tudo crê, ,tudo espera, ,tudo suporta.
8 – A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
9 - A nossa ciência é parcial, a nossa profecia [e imperfeita.
10 – Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
11 – Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tor ei homem, eliminei as coisas de criança.
12 – Hoje vemos como por um espelho, confusamente, mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte, mas então conhecerei tot5almente, como eu sou conhecido.
13 – Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade.

Falamos em caridade. Paulo fala em amor. Acontece que caridade e amor, quando eles levado às últimas consequências é caridade. Portanto, caridade é mais que amor, é ágape, é oferecimento total e completo do ser para a causa do outro, sem perder a individualidade, sem perder a sua essência. É mesmo a materialização de um milagre.

É um texto cristão muito usado pelos católicos para a definição do amor no seu aspecto mais profundo, o amor ágape, sinônimo de caridade.. E tem sido usado para outras atividades, como por exemplo, para a definição de liderança, conforme fez Thomas C. Hunter em sua trilogia “O Monge e o Executivo” e Pe. João Carlos Almeida, em seu livro, também sobre liderança, “As sete virtudes do líder amoroso”.

Esses treze versículos do Apóstolo Paulo, muito bem que serviria de sugestão de uma base de ordenamento jurídico de uma sociedade ideal. Alias, é o que em síntese, o autor propõe. Uma sociedade estruturada nos moldes da caridade seria realmente uma maravilha, ressalvando o fato de que as suas proposituras não engessam as pessoas e a sociedade onde elas estariam inseridas. A caridade liberta... Mas, sobretudo, a caridade conduz o ser humano para o bem.

A caridade não é filantropia. Esta, que literalmente significa ser amizade pelo outro (ser amigo do próximo) é dar simplesmente para aliviar os possíveis sofrimentos do outro. Muitos fazem filantropia quando ajudam para se livrarem de um incômodo momentâneo. Ou contribuem com uma instituição filantrópica (atitude altamente louvável). Tais instituições fazem um ótimo trabalho, suprindo as ineficiências do setor público.  Acontece que a filantropia não vai além do situacional. A caridade, sim, busca as reais causas da pobreza e das necessidades. A caridade não se conforma com o assistencialismo puro e simples É a velha história: É melhor dar o peixe e, também, ensinar a pescar. Isso se chama promoção humana.

Das virtudes humanas a maior de todas é a caridade...



Imagem: Google

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