quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DELICADEZA

Como é bom a gente encontrar pessoas que nos fazem bem, aquelas que possuem qualidades especiais, entre elas a delicadeza.

Delicadeza é uma virtude rara, pois, ela é um dom inato, pode ser até adquirido, construído ao longo da vida. O comum é a pessoa ser naturalmente delicada.

Uma pessoa delicada, nada tem de pejorativo, preconceituoso ou homofobico.

A delicadeza não combina com a arrogância, com a grosseria, com a brutalidade, com a desatenção, com a estupidez, com as palavras chulas. Pessoas assim são solitárias e sempre mal acompanhadas. Seu sorriso tem um quê de ironia...

Delicada é a pessoa cortês, modesta, afável, fina, comedida, gentil, polida...

Ela  gera confiança, é natural, simples, serena, mais ouve do que fala e seu rosto sempre transmite paz. Seu sorriso é irradiante,

É muito bom ter amigos assim... É maravilhoso, pois sabemos mesmo com quem contar. Uma pessoa com as qualidades inerentes à delicadeza faz bem à vida, ao mundo. E corre o risco de ser um espécime raro, pois hoje tudo conspira contra: o medo, o egoísmo, a competição, o narcisismo...

A delicadeza cabe em qualquer lugar, em qualquer ambiente, em qualquer situação e faz bem ao mundo.

Uma professora conquista os seus alunos, se os tratar com delicadeza, sem perder a autoridade.

Um pai consegue transformar seu filho se o educar com firmeza, mas com boas doses de delicadeza.

Um servidor público consegue dizer um sim ou um não a um pedido de um cidadão, se o fizer de forma polida e educada. Na certa ganhará um amigo.

Assim, o vendedor, o policial, o “marronzinho” (o grande vilão do trânsito), o motorista, o garçom, a secretaria daquele médico (megera!), o médico do posto de saúde (que não precisa descontar no paciente toda sua revolta pelas más condições de trabalho). 

No amor então... Nada de machismo, nada de violência, nada de incompreensão, nada de possessividade. Muita liberdade!

A delicadeza é a chave para um “grand finale”, processo que se constrói durante toda a vida, a partir de pequenos gestos que vão se transformando numa grande delicadeza, final surpreendente.

Vamos ser delicados... As boas relações humanas agradecem!




SINGELEZA

Hoje eu recebi uma singela homenagem...
Final de tarde... Caminhava pela rua, absorto em meus pensamentos, mal percebia a brisa quente que acariciava meu rosto, a mesma brisa que fazia as folhas das árvores caírem...

A mesma brisa que incomodava os pardais que se agitavam nos galhos que se preparavam para o repouso da noite. A mesma brisa que fez uma flor silvestre, amarela, anônima, a se curvar diante de mim.

Parei um instante. Contemplei-a. Gosto das flores silvestres. São anônimas, solitárias. Mas embelezam tanto quanto as outras bem cuidadas pelos jardineiros.

São maltratadas, mas fortes sobrevivem. Fortes e simples. Apanhei-a e a trouxe para casa. Coloquei-a num solitário com água; Suas pétalas foram caindo uma a uma, mas outros botões nasceram e se abriram e assim sucessivamente até sucumbir pela falta natural de  seus nutrientes minerais.

Foram bons e singelos momentos. Reverenciei-a, ela me correspondeu, ainda que fraquejasse.

Ah! A singeleza! Essa flor anônima me ensinou a perceber que o mundo também é feito de simplicidade, e não precisamos ir muito longe para percebê-la. As crianças são simples e espontâneas, os animais de estimação são capazes a gestos inesquecíveis.

Lembremo-nos de nossas mães... Das cantigas de ninar... Dos cuidados do pai que dá um nó na manta do filho para avisá-lo que esteve ali velando seu sono...

O olhar simples que toca o coração e o conquista para sempre... A mão estendida para oferecer um abraço amigo e um carinho; ou pedir ajuda.

O bebê que suga o leite de sua mãe com força, mas seus olhinhos são singeleza pura...  Às vezes se fecham para sonhar, talvez...

A singeleza da flor silvestre... A criança que reconhece o “cheiro” da sua mãe... As mãos que se estendem...  Os abraços e os sorrisos que se espalham

Um mundo simples, singelo e melhor. é possível!


terça-feira, 29 de outubro de 2013

DEPENDÊNCIAS


Estou no olho do furacão! Não, não é uma tempestade de granizo e ventos fortes... E o centro da cidade grande... É gente que corre, fala, grita... Crianças que choram... Jovens e adolescentes que riem, brincam... Ônibus, carros, buzinaço.... Fumaça, ambulantes... Sirenes... Meu Deus que mundo é esse!?

Estou só... Solitária na multidão... Penso no quanto somos dependentes uns dos outros nessa “pretensa” sociedade moderna.

Lembro-me de uma cerimônia de casamento católico em que o diácono num dado momento dirige-se à noiva e diz: “Não se preocupe com sua felicidade, ela está nas mãos de seu noivo...” E, voltando-se ao noivo repete: “Você, meu amigo, não se preocupe com sua felicidade, ela está nas mãos de sua noiva...” E concluiu: “Acreditem nisso!”

E vejo, nesse torvelinho de gente e coisas, pessoas caminham de mãos dadas. Vejo mães que abraçam fortes seus filhos junto ao corpo. Vejo vendedores e vendedoras com olhos angustiados tentando atrair os compradores para seus produtos. Certamente precisam atingir suas metas.

Os sons dos ambulantes se misturam aos ruídos dos carros à poluição do ar. Estou em meio a balbúrdia e à singeleza dos gestos de amor.  Meu ônibus não chega, Preciso da paz da minha casa. Quanta dependência!

Manuseio desatenciosamente uma revista e de repente depara-me com uma frase de Goethe: “O mais belo estado de vida é a dependência livre e voluntária e como ela seria possível sem o amor?”

Nossa! Tudo a ver com as cenas daquele casamento.  A dependência só tem sentido com essa dose de responsabilidade das pessoas envolvidas. E não apenas das pessoas e sim dos atores envolvidos, pois somos dependentes do Estado, dos transportes, do sistema de saúde, da educação, mas, sobretudo da interdependência das pessoas que amamos.

Entregar-se à dependência não é entrar por baixo numa relação... É acreditar no amor e na pessoa amada e, sobretudo manter o direito à liberdade, pois um relacionamento a dois, de igual para igual, a dependência é mútua, e a independência também é igual.

Ufa! Estou à caminho de casa. Ajeitei as sacolas... Ouço música, tento me livrar da balbúrdia...  Agora quero depender mesmo da minha liberdade para ficar só e usufruir da minha paz.





segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CUIDADO COM O DIA SEGUINTE

Preocupe-se com o dia seguinte:

Um dia trabalhado fortemente, além do normal;
Uma discussão no trânsito louco da cidade;
Uma conversa mal conduzida com o seu chefe;
Um comportamento inadequado no happy-hour, na sexta-feira;
Uma dor inesperada considerada com desdém;
Uma medicação tomada por conta própria;
Exageros na balada do fim de semana;
Um descuido no trânsito desvairado da cidade;
Excessos na festa de confraternização da sua empresa;
Atrapalhadas não lembradas naquela festa;
O beijo no zelador, deixando-o doidinho da Silva;
O cafuné no chefe, diante da esposa dele;
A dança sobre a mesa, próxima à mesa do presidente da empresa;
A sujeira no carro do seu melhor amigo;
A noite mal dormida;
A fortíssima dor de cabeça;
Atrasos no trabalho;
Aquela “cara de paisagem”, após sua passagem pelo Serviço Médico da Empresa ou pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento da cidade).
A expressão "RESSACA" no seu prontuário médico...

Preocupe-se com o dia seguinte...

É o dia em que o mundo vai desabar sobre sua cabeça, se você não teve comportamento adequado no dia ou na noite anterior.

São as conseqüências por atos impensados, quando a razão fica em segundo plano em nome da liberdade total, vontade de viver, medo de que o mundo vai acabar amanhã...

São as conseqüências da falta de controle quando o sangue toma conta dos olhos e o ódio se exacerba;

Preocupe-se com o dia seguinte... Quando você decide aderir a um vício, ao fumo, ao álcool, às drogas ilícitas, ao sexo irresponsável. As conseqüências podem não chegar logo amanhã, mas virão um dia e levarão de roldão toda a sua família, que nada tinha a ver com sua decisão.

Preocupe-se com o dia seguinte... E com o que pode vir:
A gravidez indesejada;
O desemprego;
A polícia;
A dependência química;
A saúde comprometida
A vergonha
A acusação de irresponsável
A solidão de amigos
O Relacionamento desfeito
A imagem arranhada...

O dia seguinte é implacável... Tome cuidado. Toda manhã, ao planejar seu dia leve isso em consideração. Um erro, um descuido, uma fraqueza, poderão ser fatais e não terem mais volta.





sábado, 26 de outubro de 2013

A PROCURA


"Andei pelos caminhos da vida.
Caminhei pelas ruas do Destino –
procurando o meu signo.
Bati na porta da fortuna,
Mandou dizer que não estava.
Bati na porta da Fama,
falou que não pode atender.
Procurei a casa da Felicidade,
a vizinha da frente me informou
que ela tinha se mudado
sem deixar novo endereço.
Procurei morada na Fortaleza.
Ela me fez entrar: deu-me veste nova,
perfumou-me os cabelos,
fez-me beber de seu vinho.
Acertei o meu caminho”.

Cora Coralina





sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SUPERANDO OBSTÁCULOS


Penso nas dificuldades da vida. Penso nos amigos, nos parentes que passam por elas ou as estão enfrentando nesses momentos.

Penso na escuridão do horizonte, na falta de caminhos, de opções, de alternativas. O mundo está acabando para essas pessoas... Não há luzes no fim do túnel. Até a luz da fé está se apagando.

Penso no que posso fazer. Mas as pessoas em dificuldades são tantas, os amigos na mesma condição são igualmente muitos. E... eu com as minhas limitações!

Ah! Posso fazer algo sim! Quero dizer a essas pessoas que neste momento diante das barreiras, que à primeira vista parecem intransponíveis, elas são mesmo intransponíveis, à medida que nos apequenamos diante delas. Lembro-me da frase de William E. Chaning: “As dificuldades devem ser usadas para superar obstáculos e vencer, não pra nos desencorajar. O espírito humano cresce mais forte no conflito”.

E o conflito mais sério é a aquele que as pessoas travam com elas mesmas:  o medo X coragem; a desconfiança x confiança; o fantasma do fracasso x a alegre perspectiva da vitória.

Na coragem está a fonte das demais virtudes humanas. Os obstáculos depois de superados, por maiores que sejam, com o passar do tempo vão ficando cada vez menores no horizonte da memória.

Superar obstáculos e dificuldades é fortalecer o espírito humano e prepará-lo para novos combates, novos desafios. A vida é assim: uma interminável corrida de obstáculos. Mal superamos um e outro logo se apresenta. Ás vezes nem dá tempo para respirar ou tomar um copo de água.

E é o tamanho deles que avaliam as forças espirituais e físicas que possuímos para superá-los. Quanto maiores os obstáculos, maior a nossa força, maior a nossa fé, maior a nossa vitória.

Não tenhamos medo da escuridão. Sabemos o caminho. Tenhamos fé que o “nosso tanque reserva é maior que o original” (Prof. Marins).

Vamos à luta!



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O PLANTADOR E A SEMENTE


“Disse o plantador à semente:
Não discutamos agora
Não poderás me entender
Um dia, então árvore
Irás me agradecer”



Nos jardins
Sementes que morrem
Que florescem
Que novamente morrem
Numa roda sem fim
Mas é o jardim
Que florido
Acolhe os beija-flores
Que colhem seus néctares
E fazem seus ninhos
E Faz a alegria
Do Jardineiro
Das Borboletas
Das Abelhas
Ele mesmo
Diverte-se
Com o vento
E a chuva....


A vida é um constante cultivar
De jardins
Olhares,
Sentimentos
Vozes
Escritos
Sementes que morrem
Que nem sempre florescem
E geram sombras
De paz
E criam raízes de felicidade

Mas o cultivar é constante
A esperança uma dádiva
Ainda que a semente
Lamente,
Há de florescer
E frutos de alegria
Gerar...

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ARRISCAR COISAS GRANDIOSAS


“...É muito melhor arriscar coisas grandiosas,
alcançar triunfos e glórias,
mesmo expondo-se à derrota,
do que formar fila
com os pobres de espírito,
que nem gozam muito
nem sofrem muito,
porque vivem nessa penumbra cinzenta
e não conhecem vitórias nem derrotas”.


(Theodore Roosevelt)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A MULHER E O AMOR


Há muitas maneiras maneira de falar da mulher e defini-la fazendo comparações. Há quem a compare com o próprio amor.

Amor e mulher se confundem, um é sinônimo do outro. Refiro-me ao amor puro, sem as conotações mundanas.

O amor, puro delicado, audaz, humilde, simples, paciente, forte o suficiente para ser indestrutível.

Amor verdadeiro, ágape, aquele que constrói, que não perde, que cuida, faz feliz, sente falta, saudade, não se conforma com solidão.

A mulher, pura em seus sentimentos, delicada ao falar, audaciosa em defesa dos seus princípios, no que acredita, e na defesa daqueles que lhes estão próximos. 

A mulher, assim simples ao se apaixonar ou simplesmente se apaixonar, humilde em admitir que ama e pronta para se entregar à pessoa amada.

A mulher, paciente e inquieta em esperar para ver os seus sonhos realizados. A paciência, fruto do exercício do verdadeiro amor. A inquietude, que nasce da sua força intrínseca, própria da mulher que luta.

A mulher e o amor, fusão da fragilidade que se fortalece, tornando essa união a razão da vida e indestrutível.

Mulher valorize-se, ame, seja livre, tenha paz...
... Domine o mundo!



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ILUSÕES


Os nossos sentidos, que na verdade existem para nos auxiliar a reconhecer o que está acontecendo em nosso redor e na vida como um todo.

Os nossos sentidos nos fazem ver e sentir os perigos. Fazem-nos sentir os aromas e os perfumes da natureza e das pessoas e até mesmo se algumas pessoas têm ou não más intenções em relação às outras.

Mas em alguns momentos da nossa vida aparece um fator novo e muito forte  e passa a controlar e dirigir os nossos sentimentos: o cérebro. Ele não age sozinho, aliás ele apenas corresponde a um outro fator que desenvolvemos, numa parte de nossa mente, que é a vontade, Da união da nossa vontade com a força no nosso cérebro surgem as ILUSÕES.

E na nossa vida elas, as ILUSÕES, estão presentes muito mais do que imaginamos. Elas são uma visão enganosa das coisas e dos fatos.

O nosso cérebro é muito obediente à nossa vontade. O nosso querer condiciona-o a nos proporcionar aquilo que desejamos ou sonhamos.

Quando sofremos traumas nosso cérebro fica preparado para evitar que novos traumas e em alerta, vai preparando a nossa percepção para evitar os perigos. Quando esse sentimento fica muito ativo, muito elevado, começam a aparecer as ILUSÕES. Passamos  a ver além da verdade e me iludir com isso.

É um perigo. Passamos a sentir medos desnecessários. E assim as coisas vão acontecendo.

Por outro lado, quando sonhamos demais com algo, esses sonhos vão, da mesma forma condicionando o cérebro. Se quisermos, por exemplo, encontrar um amor, podemos facilmente nos iludir com alguém.

Se desejarmos ardentemente mudar de emprego, poderemos entrar numa furada e fazer a troca errada.

Os meios de comunicação de massa aprenderam rapidinho essa relação entre vontade e cérebro para gerar novas vontades nas pessoas.  Por isso investem pesado no marketing direcionado ao consumismo. Aliás, a tendência é sermos cada vez mais escravos do consumo, que é a mola propulsora do capitalismo.

Assim, precisamos aprender a compreender quando os nossos sonhos, os nossos desejos e as nossas vontades não estão indo além da normalidade, portanto, atingindo o campo das ILUSÕES.

Pois, existe a contra partida. Ao entrarmos no campo das ILUSÕES, podemos ser vitimados pelas desilusões. Se ilusão rima com engano, com certeza a qualquer momento vamos perceber que aquilo que sonhamos, aquilo que desejamos, aquilo pelo qual lutamos tanto, era irrealizável. Impossível de acontecer. Votamos à estaca zero e precisamos começar tudo de novo.

Portanto, cuidado com as “traições” que podem surgir da aliança vontade-cérebro. Elas podem nos causar muitas decepções e infelicidades.

Por fim, o que nos interessa mesmo é que tudo nos aconteça de forma natural, tranqüilo, evoluindo sempre. É como subir uma escada calculando os passos. Chegaremos ao topo (à felicidade) tranquilamente.





sábado, 19 de outubro de 2013

O SER AMIGO


Uma pequena história:

Já madrugada o telefone de  Mateus toca. Era o seu amigo...
- Alô... Quem é?
- É o Chico...
- Chico, que alegria, quanto tempo...
E Chico pergunta a Mateus:
- Como você esta? Mateus começa a falar...
- Ah! Meu amigo, nem te conto...
Chico o interrompe:
- Pois me conte, temos tempo...

Mateus começa a falar... Surgem as decepções amorosas, os desafios e dificuldades no emprego, a faculdade que não vai bem, as perspectivas de “dependência” em algumas matérias, o cansaço, o estresse, a vontade de sair em férias. Foi falando, falando e repetindo. Chico ouvindo...

Lá pelas tantas, Mateus se toca e diz para Chico:
- Nossa! São quase cinco, daqui a pouco temos que trabalhar...  Chico complementa
- Pois é, meu amigo, temos   que tocar a vida. E Mateus:
- Vamos desligar... Bom dia meu amigo, obrigado por me ouvir. Estou melhor. Chico:
- Bom dia, meu amigo, conte sempre comigo.

Desligaram. Mateus deitou-se e de repente percebeu que no diálogo só ele falou. Chico ouviu muito mais do que falou... Ligou para ele.
- Mateus, você me ligou, só eu falei, você me ouviu, agora me diga, tinha algo a me dizer? Desculpe meu amigo, fui indelicado com você... Chico complementa....
- Mateus, tudo bem, tudo bem, eu só queria lhe dizer que hoje fui diagnosticado de um câncer bem dos bravos e estou agoniado, mas você estava muito mais agoniado do que eu...

O ser amigo é isso:
É estar junto nos momentos mais felizes, celebrando, festejando, empurrando para frente.
É, como ser verdadeiro, chamar de lado e alertar para os perigos à vista, para os cuidados nos relacionamentos, por exemplo.
É retirar-se e permitir que o outro cresça, que vá em frente, mas sempre manter uma distância segura para as eventuais situações difíceis.
É, quando nos piores momentos, a tristeza, a solidão, as mágoas nos abatem, a gente olha ao redor e lá está ele, o amigo, de prontidão para agir, nos defender e nos colocar em pé.
É ser capaz de pequenos gestos de carinho, que ao longo da vida vai se consolidando numa grande e imprescindível amizade.




sexta-feira, 18 de outubro de 2013

OLHAR PARA TRÁS


É muito importante, eu digo, sabedoria, saber olhar para trás, para o passado e rever a caminhada até o presente. Digo que é sabedoria, quando se faz isso sem lamentações ou euforia desmedidas. Um olhar crítico.


Essa visão é para nos levar a reconhecer as “tortuosidades da caminhada”, isto é, os altos e baixos, as dificuldades, os erros e os acertos, os furos n’água, os empreendimentos bem ou Mal-sucedidos, as amizades boas e ruins, os relacionamentos produtivos e improdutivos.

A questão fundamental é avaliar as perdas e ganhos, os valores agregados, e o “quê” posso trazer para o presente e transmitir para os nossos filhos, orientar os amigos, se necessário e para nós mesmos, se desejamos construir um futuro com mais acertos (ou só de acertos) do que erros.

A vida vale a pena ser vivida, especialmente se nela temos paz, temos a liberdade e um canto onde podemos exercitar nossa individualidade, ouvir nossas músicas preferidas, curtir nossa solidão, nossa meditação, onde, enfim, podemos ser nós mesmos.


A vida vale a pena ser vivida, se encontramos o amor, não a nossa metade, pois somos inteiros, mas alguém que nos acrescenta e valoriza nossa caminhada.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

SONHOS



Vi muitas frases sobre sonhos. Fernando Pessoa, Roberto Shinyashiki, William Shakespeare, George Bernard Shaw e tantos outros. Todas lindas e (importante) significativas. A de Mark Twain me marcou mais. Da mesma forma que, conforme o texto postado anteontem, dia 14 de Outubro, aquele que não se comunica morre lentamente.

Quem não sonha também morre lentamente. Aliás, já morreu! E só falta receber a vela acesa em suas mãos.

Acredito nos sonhos. Não os mirabolantes, fantasia pura, fora da realidade. O sonho que precisa ser sonhado para nos manter em pé, para nos dar motivos para viver, acordar de manhã, abrir a janela e dizer: Graças a Deus! Graças à vida! Bom dia sol, bom dia gente.... E vamos à luta! Mesmo que seja para a grande faxina da semana.

Acredito nos sonhos. Acredito na Vida. Acredito na paz. É ter sonhos  realizáveis e sonhados juntos. A soma dos sonhos multiplica em muito a nossa capacidade de realizá-los. Sonhar juntos.

Sim, eu quero uma casa. “Quem casa quer casa!”... Juntemo-nos os esposos. Sim eu quero um carro novo... A mesma coisa. Assim vai, uma reforma, uma viagem ao exterior, à praia distante, ao interior do país.

Sim, sou altruísta, quero ajudar as pessoas. “Uma andorinha só não faz verão!”... Então vou agregar pessoas que pensam como eu e, quem sabe, criar uma ONG para esse objetivo, ou vou ingressar numa entidade de ajuda a asilos ou pessoas carentes.

É preciso manter vivo os sonhos. Lutar por eles. Não desistir deles. E não basta ter apenas um. Se não corremos o risco que realizá-lo e, depois, perguntar “E agora?”. Um sonho puxa outro, que puxa outro, que puxa outro, e assim a vida vai acontecendo e a gente amadurecendo, aperfeiçoando, crescendo culturalmente e como diz Maslow, atingindo a “auto-realização”, que é de fato o fim último dos sonhos que sonhamos.

A “auto-realização”, segundo a proposta de Maslow, é um processo de crescimento que ocorre durante a vida, não é uma conquista da noite para o dia, mas à medida que eles vão sendo construídos e realizados.

Sonhos... Cada um tem os seus e devem ser, como disse no início, plausíveis, realizáveis, que não venham “de mão beijada”, mas que exigem de nós: luta, perseverança, foco, obstinação, alegria de viver, companheirismo, amizade, respeito, não arrogância, abertura ao outro, coerência, olhos e ouvidos atentos aos detalhes, simpatia, empatia. Portanto, que nos lancem para frente.

Então, bons sonhos...







quarta-feira, 16 de outubro de 2013

TEMPO CERTO


De uma coisa podemos ter certeza:
de nada adianta querer apressar as coisas;
tudo vem ao seu tempo
dentro do prazo que lhe foi previsto.
Mas a natureza humana não é muito paciente.
Temos pressa em tudo e aí acontecem
os atropelos do destino,
aquela situação que você mesmo provoca,
por pura ansiedade de não aguardar o
tempo certo. Mas alguém poderia dizer:
Qual é esse tempo certo?

Bom, basta observar os sinais,
quando alguma coisa está para acontecer
ou chegar até sua vida,
pequenas manifestações do cotidiano
enviarão sinais indicando o caminho certo.
Pode ser a palavra de um amigo,
um texto lido, uma observação qualquer.
Mas, com certeza, o sincronismo se encarregará
de colocar você no lugar certo,
na hora certa, no momento certo,
diante da situação ou da pessoa certa.

Basta você acreditar que nada acontece por acaso.
Talvez seja por isso que você esteja
agora lendo estas linhas.
Tente observar melhor o que está a sua volta.
Com certeza alguns desses sinais
já estão por perto e você nem os notou ainda.
Lembre-se, que o universo sempre
conspira a seu a seu favor quando
você possui um objetivo claro
e uma disponibilidade de crescimento.
(Paulo Coelho)


terça-feira, 15 de outubro de 2013

QUEM NÃO SE COMUNICA MORRE LENTAMENTE....


Refiro-me à pessoa normal, aquela que não tem sua saúde mental e física prejudicada. Quem não se comunica morre lentamente... Uma grande verdade (Se é que existem graus de verdades. Acho que não. É verdade ou não é...).

Vivemos num mundo louco, em tempos de comunicação plena e instantânea, “aldeia global”. Os meios estão à nossa mão. São reais! Maravilhas tecnológicas, às vezes indescritíveis e inimagináveis.

Mas a solidão parece tomar parece tomar conta das pessoas. É cada um por si, com seus aparelhos nas mãos, uns grandes outros pequenos, os fones no ouvido, isolados do mundo.

Medo!... Tensão!... Pressa!... Compromisso!... Trânsito!... Mensagens!... Busca!... Estresse!... Pronto, passou o dia!... Fez-se poeira!... E o quê agregou-se de valor à vida? Quantas oportunidades perdidas!

E os psicólogos chegam à mídia e clamam por por uma comunicação de alto nível, verdadeira, aberta, superando os “papeis sociais” que as pessoas desempenham para mascarar as suas fraquezas no sentido de revelar como uma pessoa inteira, com suas qualidades e seus defeitos, a esperar que o outro proceda da mesma maneira.

Falam da pessoa inteira. “É aquela que estabelece um contato profundo e significativo com o mundo à sua volta” (Terapeuta e Pe. John Powell, SJ). E continua “...A pessoa inteira não só escuta a si mesma, como também as vozes de seu mundo. A extensão de sua própria experiência é definitivamente multiplicada pela empatia que  sente em relação aos outros. Ela sofre com os infelizes e se alegra com os bem-aventurados. Ela nasce a cada primavera e sente os impactos dos mistérios da vida: o nascimento, o crescimento, o amor, o sofrimento e a morte. Seu coração bate com os enamorados,  reconhece a alegria que está com eles. Ela conhece também o desespero, a solidão dos que sofrem sem alívio e os sons belos e suaves da boa música, quando tocam, ressoam de maneira singular para ela”.

Bem, aí vem o medo. A sociedade atual, tecnológica, dotada das maravilhas da comunicação é discrepante. As pessoas cada vez mais solitárias, também. Há os perigos... Aí estão: a violência desmedida, os crimes, as mortes, a banalização dos valores essenciais do ser humano. Fica, então, difícil a abertura de coração, dificuldade que aumenta muito em razão da não inteireza como ser humano. Doidice total!

Os psicólogos fazem eco: emoções reprimidas, verdades camufladas, “papéis”, “papéis”, “papéis”, nos palcos da vida. É o “palhaço”, o “sempre certo”, o “coitado”, o “valentão”, o “conformista”, o “ranzinza”, o “cético”, o “sonhador”, o “dominador”, o “viciado”, o “enxerido”, o frágil, o “fofoqueiro”, o “egoísta”, o ”indeciso”, o “intelectual” e tantos outros, conforme John Powell, SJ, autor do livro “Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?” que li recentemente. E ele mesmo responde: “Tenho medo (...) porque se eu lhe disser quem sou você pode não gostar, e isso é tudo o que tenho”.

Imaturidade pura! E assim vai caminhando a humanidade. Para onde? Não sei. Mas quem viver verá...








segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O SIMBÓLICO E O DIABÓLICO


Falamos recentemente, quando nos referimos à Ética, no que é simbólico e no que é diabólico. Isso nada tem a ver com princípios religiosos. Tem, sim, com a conduta ética na sociedade.

O “sim-bólico” significa um movimento em sentido positivo, caminhar para frente. E o que junta agrega, faz convergir. O “dia-bólico” é o contrário, isto é, o que sataniza, tem um sentido negativo, segura o movimento, caminha para a trás, separa, desagrega, causa ruptura.

Em resumo: simbólico é agir positivamente e diabólico é agir negativamente.

Voltando ao “ethos”, que é a “toca do coelho” e a forma com que o coelho cuida da sua toca. Ou melhor, trazendo para a nossa vida social, hoje em dia, a “ethos-ética”, se relaciona a tudo que tem a ver com a conduta das pessoas em sua vida social: a maneira como cuida do ambiente e a relação interpessoal.

Juntando as idéias. Cuido bem da minha casa e trato bem as pessoas? Então estou agindo simbolicamente. Se não estou nem aí com o ambiente e maltrato as pessoas, estou agindo diabolicamente.

Outras idéias para ilustrar...

Estou caminhando pela rua e atiro um papel ao chão, estou sendo diabólico. Se alguém vem atrás de mim e recolhe esse papel, esse alguém age simbolicamente.

Usar celular em sala de aula, nas missas, nos cultos, em reuniões com os amigos, falar alto em ônibus, ligar o som do carro acima de 82 decibéis, furar filas em bancos, lotéricas, paradas de ônibus, usar palavras chulas e palavrões em locais públicos e em presenças de idosos, mulheres e crianças, fazer a apologia do sexo, das drogas, do adultério, do roubo, da desobediência civil... Tudo isso é diabólico.

Se alguém me trata com deseducação é diabólico. Mas se eu o compreendo, perdôo-o, estou sendo simbólico.

A política, como a ciência do bem comum, na sua essência é simbólica. Mas a política como carreira profissional e canal para a corrupção, sem dúvida alguma, é diabólica.

Quem não sabe votar e escolhe maus políticos (ou vota conscientemente neles), também é diabólico.

O diálogo é simbólico; a ofensa é diabólica... E assim por diante. Tudo que é bom, tudo que é positivo, e tem a idéia da construção é simbólico.

A paz é simbólica; a guerra é diabólica. O amor é simbólico; a indiferença (a verdadeira oposição ao amor) é diabólica, como também o ódio (a exacerbação do amor) é diabólico.

Ser simbólico é ser ÉTICO (com letras maiúsculas). Ser diabólico é ser antiético, portanto, desprezível. Ao diabólico resta um consolo: ninguém é totalmente inútil, pois, ao menos serve de mau exemplo.



domingo, 13 de outubro de 2013

MÃOS ESTENDIDAS


Hoje é domingo...
Estou de mãos estendidas
Não quero muito
Apenas um abraço
Um aconchego
Estou de mãos estendidas
Por que...
Acredito no perdão
Sei da importância da alegria
Quero amigos
Para a caminhada
Sonhar juntos
Para ser realidade
A solidão na cidade grande dói
Estou de mãos estendidas
Para a solidariedade
Para o ombro amigo
Para o elo da paz
Aos que querem se levantar
Estou de mãos estendidas
Para a corrente do sorriso
Para acolhimento, enfim...
Quero que comece em mim
A paz que desejo pra mim
E para o mundo...

Um feliz domingo
“Nos braços da paz”.



sábado, 12 de outubro de 2013

O QUE SE FOI


Há muitas maneiras de encarar o passado... Ele é irrevogável em nossa vida. Ele nos pertence. Não há como fugir dele. Uns o consideram com alegria, outros nem tanto. Na escola, então, há uma latente ojeriza à História que é a ciência que estuda o passado. “Passado é coisa de museu!” grita a maioria. “...Estudar essas coisas p’ra quê? Se nada vai mudar!...”, outros acrescentam.

Convenhamos estudar o passado é mesmo muito chato!

Aí aparecem alguns abnegados a dizer solenemente que “Aquele que não conhece a sua história (ou melhor, o seu passado) está condenado a repeti-lo...”

Bem, estudar o passado, através da história e gostar ou não de fazer isso, ficam por conta de cada um.

O que me interessa, mesmo, é a reflexão sobre a história de vida de cada pessoa. Como já disse, ela está impregnada no nosso ser. Vira e mexe estamos lá revirando a velha caixa de sapatos cheia de fotos. E as expressões surgem:
- “Nossa que lindinha, nem me lembrava mais disso...”
- “Essa foto aqui foi no dia em que eu e meus amigos fomos à cachoeira, minha mãe não queria deixar de jeito nenhum, Foi uma luta. Quantas recomendações! Fiquei até chateada no dia. Mas hoje compreendo a minha mãe...
- “Está vendo esse cara a aqui? Fez de tudo para namorar comigo. Eu não quis não. Fiquei com medo de não dar certo. Bobeira, não é mesmo. Hoje as meninas caem matando... Ele sumiu e deve estar casado. Deve ser até avô.
- Eita... Que saudade da minha mãezinha. Como ela está linda aqui! Ela falava com os olhos e a gente até tremia na base. Minha mãe sempre foi bonita, elegante. Não ia à padaria sem se arrumar!
- Aqui meu pai... Estou nos braços dele. Ele tinha um cuidado com a gente... Arrumava a minha saia do colégio e respeitava muito a minha mãe! Eram lindos...

E são tantas as fotos, os bilhetes, as cartas... Claro que nem tudo era alegria. As tristezas aconteciam... Mas hoje o passado nos remete a momentos, que sem querer, eram de alicerce, de solidificação, de nossa construção como pessoa.

Perigos? Havia os perigos. Mas não havia tanta banalização. Hoje tudo é banal. Morreu? De quê? Assassinado? Mais um...

Rever essas fotos, retomando as lembranças do que se foi, penso na inocência, na infância sem malícia, nas cantigas de roda, nas correspondências via revistinhas, nos namoros de pegar apenas nas mãos, no amor platônico. Vem à mente a idéia de um mundo feliz, menos consumista, menos, banal, menos apelativo, menos tenso.

É certo que o passado passou, está na História... Foi... Não podemos desprezá-lo ou menosprezá-lo, pois ele tem muito a nos ensinar. No passado estão os ensinamentos do nosso pai, os conselhos da nossa mãe, o que disseram os professores, os avós, os amigos mais velhos, os padres, os pastores, os catequistas, os jornalistas. Tudo isso condiciona a nossa vida hoje e de alguma forma orienta as nossas ações, as nossas atitudes, a nossa moral.

É muito bom brincar com o passado de vez em quando. A gente até pode fazer uma revisão das verdades que nos ajudaram a sermos o que somos hoje.

Estudar a História assim, me parece, não ser tão chato!