Hoje eu recebi uma singela homenagem...
Final de tarde... Caminhava pela rua, absorto
em meus pensamentos, mal percebia a brisa quente que acariciava meu rosto, a
mesma brisa que fazia as folhas das árvores caírem...
A mesma brisa que incomodava os pardais que
se agitavam nos galhos que se preparavam para o repouso da noite. A mesma brisa
que fez uma flor silvestre, amarela, anônima, a se curvar diante de mim.
Parei um instante. Contemplei-a. Gosto das
flores silvestres. São anônimas, solitárias. Mas embelezam tanto quanto as
outras bem cuidadas pelos jardineiros.
São maltratadas, mas fortes sobrevivem.
Fortes e simples. Apanhei-a e a trouxe para casa. Coloquei-a num solitário com
água; Suas pétalas foram caindo uma a uma, mas outros botões nasceram e se
abriram e assim sucessivamente até sucumbir pela falta natural de seus nutrientes minerais.
Foram bons e singelos momentos. Reverenciei-a,
ela me correspondeu, ainda que fraquejasse.
Ah! A singeleza! Essa flor anônima me ensinou
a perceber que o mundo também é feito de simplicidade, e não precisamos ir
muito longe para percebê-la. As crianças são simples e espontâneas, os animais
de estimação são capazes a gestos inesquecíveis.
Lembremo-nos de nossas mães... Das cantigas
de ninar... Dos cuidados do pai que dá um nó na manta do filho para avisá-lo
que esteve ali velando seu sono...
O olhar simples que toca o coração e o
conquista para sempre... A mão estendida para oferecer um abraço amigo e um
carinho; ou pedir ajuda.
O bebê que suga o leite de sua mãe com força,
mas seus olhinhos são singeleza pura... Às
vezes se fecham para sonhar, talvez...
A singeleza da flor silvestre... A criança
que reconhece o “cheiro” da sua mãe... As mãos que se estendem... Os abraços e os sorrisos que se espalham
Um mundo simples, singelo e melhor. é
possível!
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