Uma
consideração a respeito do amor, fugindo das definições clássicas desse
sentimento que é universal e absolutamente necessário para o ser humano e para
a vida em sociedade.
Todos
sabemos que nenhuma pessoa vive só, ninguém é uma ilha e por isso há total
interdependência entre as pessoas. E sem amor essa interdependência não é
possível.
Esse
amor chama-se “dom que se oferece ao outro” e significa a amizade verdadeira
que gera interesse, cuidado, assistência, abnegação, altruísmo, caridade,
enfim... É um sentimento muito próximo do amor-ágape, aquele amor-entrega dos grandes
líderes religiosos, como Jesus Cristo.
Entretanto
é um amor que exige maturidade, consciência do compromisso primeiro para consigo
mesmo e que depois se projeta socialmente. Levando-se em conta que ninguém
sai para uma viagem deixando a casa desarrumada, também é necessário arrumar a
casa interna para depois se lançar à rua.
Essa
arrumação interna tem um nome: amor próprio, amor a si mesmo. É impossível dar
o que não se tem. Portanto, a partir do autoconhecimento, adquirido com a
maturidade é que se conseguirá amar o outro, ser realmente “dom” de serviço ao
próximo.
Quem
está pleno de amor a si mesmo é feliz, não é recalcado, não tem amarras com o
passado, está satisfeito com o que é, com quem é e com o que tem na vida... E
por isso todos os dias, todas as manhãs, o primeiro gesto é dar “Graças ao
Criador” pelos dons com que foi premiado, principalmente o de continuar vivo e
feliz.
Isto
posto se levanta, toma o seu banho, arruma a casa, beija os filhos, a esposa, o
marido, cumpre os compromissos familiares e profissionais e, se não puder ir à rua, à praça,
à igreja, ao clube, à associação de caridade, vai para as redes sociais
distribuir palavras de carinho, incentivo, conforto aos parentes, pessoas
amigas e quem quer que acesse sua página... Sim, em tempos de tecnologia da
informação, esta também deve ser usada para amar as pessoas...
Pessoas
assim estampam no rosto e no olhar a alegria de viver, a felicidade de “ser” e
a gratidão ao Criador. Não é preciso sair de casa para espalhar amor, otimismo,
alegria e esperança e paz pelo mundo afora.
O
teólogo católico Johan Konigns escreveu no seu livro “Evangelho segundo João”
(Edições Loyola): “... Há muitas maneiras
de dar a vida pelos irmãos: morrendo por eles ou vivendo por eles...”.
Isso é amor-ágape, o amor maior. Para nós,
simples mortais, bastam o sorriso e a alegria de viver, que são altamente
contagiosos e muito necessários para a harmonia social, especialmente em tempos
conturbados como os de agora. E o amor é assim: quando mais se divide, mais ele
se multiplica.
Imagem:
Google
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