Um
diálogo verdadeiro, profícuo, esclarecedor, se dá quando as partes estão com as
mentes e espíritos abertos, desarmados, desprovidos de premissas, sentimentos
de superioridade, arrogância e de outros ingredientes nocivos.
Premissas
são todas informações advindas do processo educativo, da cultura vigente e da
formação familiar, religiosa e escolar. Elas sempre condicionam os
comportamentos, atuando nos subconscientes e portanto, muitas vezes, as pessoas
delas não se dão conta.
As
premissas são inapagáveis, indeléveis... Elas são para sempre. Porém, é possível,
a partir do autoconhecimento, controlá-las, colocando-as na perspectiva correta
(pois elas têm sua função na formação da pessoa) e não mais interferir nos
diálogos...
Quando
não se tem o domínio sobre as premissas e não se está com o espírito desarmado,
não haverá diálogo e um enorme risco de
estabelecer não um mas vários mal-entendidos...
Mal-entendido
é quando acontece julgamento errôneo ou compreensão indevida de um ou vários
argumentos. Não raras vezes são proferidas ofensas, ou mesmo, consideradas
ofensas expressões de outras pessoas, não assimiladas pelo interlocutor.
Quando
um diálogo caminha nesse sentido se transforma em discussão, em
desentendimento, brigas e a até violências. O subproduto do mal-entendido é a
mágoa, o desprezo, a indiferença, que
aliás é terrível e mata qualquer tipo de relacionamento.
Para que
o mal-entendido não aconteça, os diálogos devem ser, além de abertos, com muito
respeito e educação, isto é, esperar que o outro complete sula fala, sua
exposição, não emitir um pré-julgamento,
não precipitar, não ser intempestivo na resposta e não atribuir antecipadamente
ao outro idéias e opiniões das quais não se tem certeza que o outro as possua.
Outra
postura importante é em relação à verdade. A verdade absoluta não existe. Existe, sim, consenso, pontos de convergências
e de interesses... Portanto, um aviso aos navegantes (especialmente aos
arrogantes e autoritários): é impossível ser dono totalmente da verdade e
tentar impingir essa verdade a alguém. Em algum lugar outra pessoa vai ter uma
opinião ou uma versão diferente da sua.
Cuidado,
ainda, com afirmações incisivas, violentas e carregadas de raiva e pessimismo.
É bem melhor a suavidade, a calma e palavras positivamente pensadas.
Levando-se
em conta que a verdade é sempre relativa, um diálogo maduro, respeitoso,
democrático e aberto sempre pressupõe conhecimento de causa. Não só o
autoconhecimento (de si mesmo) mas dos assuntos que estão em pauta.
“Mal-entendido é a maior distância que há
entre suas pessoas...” (desconhecemos a
autoria), foi a frase que circulou nas
redes sociais recentemente e que inspirou essa reflexão, pois oferece a
dimensão (ou do estrago) que esse fato pode gerar
Para
finalizar um conselho de Gandhi: ”Três
quartos das misérias e mal-entendidos do mundo desaparecerão se nos colocarmos
no lugar de nossos adversários e entendermos o ponto de visa deles”.
Pensemos
no assunto...
Imagem:
Google.
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