Um
exercício interessante: uma folha de papel, pode ser um sulfite A4, e amassá-la
até formar uma bola bem consistente. Em seguida, desfazer essa bola e
desamassar o papel até torná-lo como era no início.
Quem já o fez esse exercício sabe o resultado...
Para quem ainda não, podemos adiantar o
resultado: é impossível o papel ficar totalmente liso, intacto...
Pode-se
alisá-lo à exaustão, ou mesmo passá-lo a ferro quente... Missão inglória...
Até
aqui tudo bem... Porém, podemos fazer uma correlação com o coração e a alma
humanas. Ao como o papel: uma vez
espezinhados, maltratados, magoados, jamais voltará a ser como antes...
Principalmente em relação à pessoa que provou tais ferimentos.
O
perdão poderá (ou deverá) existir, mas as marcas, que são indeléveis,
permanecerão para sempre.
“...Tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que cativas...”, disse Antoine de
Saint-Exupéry, no livro O Pequeno Príncipe. Isso quer dizer que não se deve
brincar com uma verdadeira amizade. Não podemos ferir os sentimentos de quem
quer que seja... Nós também mão podemos ter nossos sentimentos feridos, nossa
alma magoada, nosso coração machucado. É, mesmo, uma grande responsabilidade.
Pensamos
na amizade... Porém tudo isso se estende para todos os ramos da atividade
humana. No ambiente familiar, nas relações e redes sociais, nos clubes de
serviço, nas igrejas, no ambiente de trabalho.
Muitas
vezes, quando somos intempestivos e tomamos para nós o direito e a liberdade de
falarmos o que pensamos de forma abrupta, poderemos, ainda que sem a intenção
precípua, tornar infeliz uma pessoa que espera de nós posturas mais serenas,
conciliadoras, amigas, ainda que verdadeiras. Essa frustração pode ser um
divisor de águas no nosso relacionamento com essa pessoa. Isso pode acontecer,
por exemplo, quando somos professores, líderes, sacerdotes, pastores ou
autoridades civis, entre tantas profissões, cuja essência é a relação
interpessoal.
Pais autoritários,
chefes ditatoriais, maridos machistas, esposas arrogantes, amigos intolerantes,
pessoas dissimuladas... Compõem o grupo
de risco daqueles que podem ferir pessoas. Filhos irreverentes e rebeldes
conscientes também fazem os seus pais chorarem, como alunos deseducados
desanimam seus professores.
Como
seria bom que o exercício do papel amassado fizesse parte da rotina das
pessoas, como o café da manhã. O objetivo? Manutenção do alerta, do
“setocômetro” para que acidentes como o de ferir o coração das outras pessoas
não mais aconteçam...
A
sociedade em paz, com certeza, em muito agradeceria...
Imagem:
Google
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