O pior
e mais terrível inimigo a ser enfrentado é a si mesmo. Se é muito complicado o
diálogo com uma pessoa teimosa, o mais teimoso, ou a mais teimosa é a gente
mesma.
O
grande dilema da vida (aliás, muito pouco discutido e dele tomado consciência)
é a incoerência entre a teoria e a prática. Não há compatibilidade entre o que
se prega, o que se divulga que é a realidade que se vive. A não ser aquele que
tem consciência que é chato na teoria e chato na prática. Mas tem muita gente
que não tem essa consciência. É chato na teoria e pensa que não é na prática. É
pior ainda. São pessoas detidas em prisões do “eu” e execráveis socialmente.
O
grande desafio é, portanto, vencer a si mesmo. Isto é, amadurecer e reconhecer
os erros e lutar para superá-los. Libertar-se si mesmo é exatamente isso:
reconhecer as falhas, corrigi-las, reconciliar-se com o seu passado e melhorar
continuamente. A vida é dinâmica, veloz e tem a característica fundamental de
mudar, também, continuamente.
Permanecer
na ortodoxia é parar no tempo, é ficar preso em si mesmo.
Muito
interessante a fala de Nelson Mandela quando deixou a prisão, na qual ficou
injustamente por mais de 25 anos. Disse ele mais ou menos isso: “Enquanto caminhava em direção ao portão que
me daria a liberdade, percebi que deveria deixar para trás todo o rancor, toda
a mágoa. Pois do contrário continuaria preso”. Mandela, literalmente,
libertou-se de si mesmo. E continuou sendo o grande ícone da liberdade de seu
povo na África do Sul.
Há
muitos aspectos a serem considerados nesse processo. O espaço é pequeno.
Hoje o
hedonismo e as autoajudas, pregam viver intensamente a vida, como se a vida
fosse acabar amanhã de manhã. Não há, assim, preocupação com o futuro. As
pessoas caem de cabeça nos prazeres momentâneos. Gasta-se a saúde. A vida não
acaba e as pessoas não têm forças suficientes no futuro para vivê-la de forma
minimante digna. E. pior, envolvem outras pessoas no seu cuidado.
Libertar-se
de si mesmo é saber até onde pode caminhar sem comprometer o seu futuro
saudável. É lógico que a doença e a decrepitude, vão chegar um dia. A dor e o
sofrimento serão companhias inevitáveis no entardecer da vida.
Uma das
caracterizas mais fortes e da liberdade é o poder de dizer “sim” e também
“não”. A liberdade de decidir aé onde se deve ir, principalmente quando se
compromete a saúde e a duração da vida. Liberdade para ir e vir, ver e fazer,
com base no equilíbrio da moralidade, de prejudicar segundos e terceiros.
Liberar-se
de si mesmo é, portanto, encontrar o equilíbrio da razoabilidade e ser feliz
assim... E ter vida longa.
Imagem:
Google
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