segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O HUMANO E SUA RELAÇÃO COM DEUS



“A grandeza de um ser humano depende da intensidade de suas relações  com Deus” – Antoine Saint Exupéry

Nesses tempos de festas, muitas festas, confraternizações, comidas, bebidas, passeios, muitas risadas e tapinhas nas costas, algo fica muito evidente no relacionamento interpessoal: a sensibilidade.

Sim, de fato... As pessoas ficam mais propensas ao abraço, ao perdão, à reconciliação. Fala-se muito em Jesus, fala-se na simplicidade da história de seu nascimento. As músicas dão o tom místico a tudo. Os templos (de qualquer confissão religiosa) ficam lotados. Todos querendo mostrar as roupas novas, os sapatos brilhantes, os cintos com fivelas reluzentes...

As cidades estão enfeitadas, as lojas lotadas, as crianças fazendo birras e as sacolas atravancam o trânsito nos calçadões da vida.

Mas não esta dúvida que são tempos bonitos, inesquecíveis. Mas são tempos que passam...

Passadas as euforias, a vida tem de recomeçar e continuar... Apesar das dívidas acumuladas nos períodos festivos.

As pessoas voltam ao normal, retomam os trabalhos, replanejam as dívidas e as condições de vida continuam as mesmas de antes, umas boas, outras más, outras ainda dissimuladas... E o relacionamento com o Deus de suas crenças colocado no mesmo patamar anterior. Sim, tudo passa!

Para os cristãos, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança... Portanto, Deus e homem pertencem à mesma família.

Ah! Como seria bom se as pessoas pudessem refletir um pouco mais a importância de sua relação com o divino, Fazendo eco ao apelo de Saint-Exupéry, que percebeu isso e deixou escrita a sua percepção.

A religiosidade é fundamental para a formação do caráter humano. Aliás, diviniza-o, tornando-o elemento chave para a construção daquilo que o mundo atual mais precisa: a paz.

A paz, como já disseram tanta gente que fizeram diferença na história da humanidade, como base de tudo, começa dentro de cada um para projetar-se nos próximos mais próximos, que são os membros de sua família e depois expandir-se para todo o meio social.

Não estamos fazendo proselitismo em favor desta ou daquela confissão religiosa... Mas insistimos na crença, na religiosidade, para que o ser humano seja mesmo superior ao mero animalismo.  

Todos nós trazemos em essência aspectos primitivos de animalismo que foram minimizados pela espiritualidade, pela consciência, pela cultura, pelo humanismo. Tudo isso nada mais é do que a presença da divindade em nossa vida. 

A violência, a banalização, a traição, a mentira, a arrogância,  o machismo, o autoritarismo, o preconceito, são sinalizações de um caminho inverso, isto é de afastamento da religiosidade. É o resgate do primitivismo que faz tanto mal à sociedade.



Imagem: Google

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

UM NATAL ESPECIAL


Naquela região longínqua, montanhosa, onde o vento constante nem deixava o calor ser tão forte e assobiava nas cumeeiras das casas,   o país esqueceu-se de existir. Pouca luz elétrica, natureza abundante, área de nascentes e de gente simples. Poucos recebem o “Bolsa Família”, menos ainda têm a “Aposentadoria Rural”.

Gente que trabalha... E muito! E que tem fé, aquela fé simples, pura, natural, quase infantil... Por aquelas bandas padre só aparece de vez em quando...

Mas as tradições religiosas, herdades de antigos colonizadores ainda permanecem vivas, como as relativas ao Natal, quando eles comemoram, de fato, o nascimento de Jesus.  Eles não se esquecem da Paixão de Cristo, do “Corpus Christi”, de Nossa Senhora de Fátima, De Nossa Senhora Aparecida, da Imaculada Conceição. E eles fazem a Novena de Natal... À moda da casa...

Sebastião da Silva, o “seu” Tiãozinho das Minas, é quem coordena tudo. Ele tem esse apelido, pois cuida das nascentes, não deixando morrer a mata ciliar que as protegem.

“Seu” Tiãozinho, meses antes percorre as montanhas, as trilhas, de casa em casa, para marcar a novena. Se o número de casas supera a expectativa ele procura ajuda de outros moradores para comandar as rezas.

As rezas são simples. Recita-se o terço, faz-se a Ladainha, lê-se a parte da Bíblia que narra o nascimento de Jesus (pouca gente sabe ler), e todos cantam “Noite Feliz”, que todos sabem de cor. “Seu” Sebastião até que tentou levar uns livrinhos que a Igreja da cidade estava oferecendo, mas achou aquilo muito moderno, com palavreado difícil e tarefas complicadas para o seu povo simples. Sempre preferiu fazer do jeito que o seu povo sabe e gosta.

Todos moram longe e nessa época as pessoas param o trabalho mais cedo para irem rezar e ainda voltar para a casa antes da noite chegar.  Porém um dia era especial. O 9º dia da novena. No alto de uma colina, que fica bem no centro da comunidade, a capelinha é o ponto de encontro final.

A capelinha, dedicada à Nossa Senhora da Conceição, cuidada com muito zelo, sob a supervisão do “seu” Tioãozinho, nesse dia se apresenta impecável, enfeitada com as flores silvestres das  matas da redondeza. Nesse último dia o povo não tem pressa. As orações começam as 17 horas. Mas o que vem depois é ansiosamente aguardado.

Cada família traz o melhor que sabe fazer: bolo de fubá, brevidade, bolinho caipira, paçoca de amendoim, broa de milho, pamonha, curau, bolo de milho... Carnes, como vaca atolada, paçoca de carne seca, costelinha de porco frita, xerém cozida... Sucos, como limonada, laranjada, de milho... Café preto e com leite... È tanta comida que “seu” Tiãozinho quase não dá conta de redistribuir-las no dia seguinte.

Não há sons estridentes de carros, nem batuques, nem forró, nem luzes piscantes... Apenas conversas animadas e reconhecimentos dos filhos recém-nascidos ou os reencontros de parentes que não se vêem há bastante tempo.

A alegria é total. E o mais importante: na espontaneidade do povo simples, sem o saber, o milagre da multiplicação acontece.

No aniversário de Jesus (e no ano inteiro) não há necessitados entre eles...



Imagem: Google

domingo, 21 de dezembro de 2014

ELE E A SOLIDÃO


Não, ele não lamenta a solidão em que vive, por livre e espontâneo querer. A solidão o deixa triste, sim! Mas a solidão o permite ser ele mesmo. A solidão o liberta, pois ele pode pensar, ele voa por lugares nunca antes imaginados.

Ele, o solitário, pode caminhar os seus próprios caminhos, frutos de suas próprias escolhas. Ele busca os sons que gosta de ouvir, e os encontra. São melodias que o conduzem aos universos dos sentimentos, universos nos quais pode perceber luas, planetas brilhantes e estrelas que cintilam apenas para ele!

O solitário, paradoxalmente, dialoga com ele mesmo e com as coisas que estão em seu derredor, especialmente as plantas de seu jardim. Ele se questiona... E sabe que não há culpa nem culpados... Ele se compreende e sabe que há um tácito perdão... Uma indelével emoção no seu diálogo, na reconciliação com o seu passado.

A solidão o faz crescer, como gente, como ser humano... A solidão o permite desconstruir e reconstruir os seus sonhos... Ele amadurece... Porém, não é uma operação calma e tranqüila. Dói (e muito!), como um parto. Ele chora... Lágrimas de sangue que brotam do recôndito de sua alma.

Pensa em Deus... Será que Deus existe para um homem solitário? Sim, Deus existe, pois só Ele conhece o lugar onde o homem (e todos os homens) vive a sua solidão!

O seu amadurecimento o faz concluir que a solidão total é impossível.  Nem Deus quer isso para seus filhos. Os seres humanos não foram criados para viverem sós, e sim para a convivência, para o grupo, para a família, para a sociedade.

Então, movido pela saudade, o solitário concorda... A solidão é triste!



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"AVE MARIA" COM FRIAR ALESSANDRO

Vídeo: YouTube

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

DESAPEGO


Uma historinha: 

Certa vez perguntaram ao Buda o quê ele ganha com a meditação. Ele respondeu:
- Nada... Mas deixe eu lhe explicar o que eu perco com ela: ansiedade, raiva, depressão, medo da velhice e da morte

Em última análise Buda fala do desapego, pois o “nirvana” que se atinge praticando a meditação é o total desapego dos problemas da vida. Não é fuga, pois a vida continua os problemas esperando soluções. A meditação e o desapego conduzem a pessoa à tranqüilidade, à maturidade para viver sem ansiedade e fazer com que as coisas aconteçam naturalmente.

Interessa-nos, por ora, o desapego, que é exatamente a falta de apego, de afeição. É, também, desinteresse, indiferença. desprendimento... É viver com pensamento voltado para o presente, sem preocupações com o passado nem ansiedade em relação ao futuro.

O desapego é uma conquista, uma vitória sobre nós mesmos... É a superação de nossa infantilidade, de nossas frescuras, de nossa arrogância, de nossa mesquinhez, de nossa mediocridade. É um crescimento.

Ser desapegado das coisas, dos bens, do egoísmo, não é ser mão aberta, pródigo, gastador, volúvel. O desapegado é aquele que dá a importância devida às coisas, às pessoas, respeitando o lugar delas (pessoas e coisas), na nossa vida.

O apego aprisiona... O desapego liberta! Pessoas livres podem voar, sobrepujar as mesquinharias. Pode conhecer os melhores ambientes e as melhores pessoas. Está livre para crescer em cultura, conhecimento e sabedoria... Pode, enfim, ter uma qualidade diferente de vida, atingir o conhecimento holístico (isto é, do todo)...

Pessoas desapegadas já descobriram que é preciso aliviar a bagagem da caminhada, especialmente daquelas coisas que as prendem ao passado. Do passado só se liberta a partir da reconciliação com ele, livrando-se das culpas e aprendendo as lições, sem amarguras.

O desapegado perceberá o quanto é importante (e superior) viver uma vida simples, leve, alegre, acolhedor, cercado de pessoas simples, boas, leves, de riso fácil, de saúde boa, com foco no presente.

O desapegado pode até meditar um pouco mais para aperfeiçoar o seu desapego, pois sabe que “quanto mais, melhor!”. Tempo para isso ele tem, já que a correria dos tempos atuais, que atinge em cheio os “escravizados do apego e do tempo”, não lhe faz diferença alguma.




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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA

A música é uma das mais importantes artes desenvolvidas pelo ser humano. Desenvolvidas ou descobertas...

Na pré-história, quando os seres humanos conquistaram a domesticação de animais e plantas, tornaram-se sedentários, eles aprenderam  agradecer aos entes superiores, sobrenaturais, as suas conquistas, especialmente as colheitas abundantes e as boas caças, fatos fundamentais para a sua sobrevivência. Surgiram os rituais místicos, até hoje registrados em pinturas rupestres nas cavernas e são estudadas pelos antropólogos, paleólogos e paleontólogos. Tais rituais compreendiam danças e emissões de sons muito semelhantes às músicas.

Assim, desde muito cedo na história, a música começou a fazer parte dos seres humanos em todas as suas atividades. Eles, observando a natureza, perceberam que animais grandes e pequenos e os pássaros emitem sons e dançam para atrair as fêmeas para o acasalamento.

Os homens e as mulheres aprenderam a cantar, quando perceberam que sentiam algo diferente pelo outro. Estavam compreendendo o amor. Não só o amor, mas a alegria, a tristeza, o agradecimento à divindade pelos benefícios conseguidos. A música passou a fazer parte do ser humano, passou a ser uma arte.

Com o tempo foi se descobrindo que a música era (e é) muito mais que uma simples manifestação externa. Ela tem a força de atuar no âmago do ser, transformando a maneira de ser, agir e pensar. Tem o poder de curar!

Assim pensa William Shakespeare a respeito da música:
“O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e de rapinas”.

Podemos ir um pouco mais longe. Os animais, agindo pelo instinto, cantam e dançam para se defenderem ou procriarem, isto é por amor. Os homens que não consideram a música, não dão importância a ela, não permite que ela invada e atue no seu sentimento, nem animais podem ser considerados, pois é uma ofensa à natureza. 

Homens insensíveis à música ou a qualquer outra arte podem ser mentirosos e se juntam em grupos para a prática de maldades... Portanto, são perigosos para a sociedade.

Precisamos reinaugurar a era da sensibilidade, da boa música, do bom livro, do bom teatro, do bom cinema.  Aridez? Já basta a destruição das florestas, o secamento dos rios e das represas, a desertificação substituindo o verde e o desaparecimento dos animais, fonte do equilíbrio natural, que, aliás, falta aos humanos.



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OS PORCOS-ESPINHOS E A CONVIVÊNCIA HUMANA


Arthur Shopenhauer (nasceu em 22/02/1788, em Dantzig, Prússia, atual Polônia e faleceu em 21/09/1860, em Frankfurt, Alemanha) fez uma importante analogia sobre os dilemas dos porcos-espinhos e a convivência humana.

Relata esse filósofo que em tempos glaciais quando muitos animais desapareceram por não suportar o clima muito frio, os porcos-espinhos começaram a se juntarem para uns usufruírem do calor dos outros e assim sobreviverem no ambiente gelado. Mas logo perceberam que se machucavam com os espinhos. Afastavam-se para se livrarem da dor, mas o frio intenso comprometia-lhes a vida. Voltavam a se juntar e depois se afastavam novamente, até encontrarem uma equidistância que lhes permitissem o aquecimento mútuo, sem sofrerem tanto com o frio. E assim sobreviveram até os nossos dias...

Com a convivência humana acontece, guardadas as devidas proporções, a mesma situação. Muitas pessoas ao se juntarem, machucam-se com ofensas, incompreensões e desrespeito... É possível acrescentar muitos outros itens que prejudicam o relacionamento e machucam as pessoas. Ferir sentimentos é muito grave. Não se brinca com isso. A traição é muito grave, como a mentira é muito grave, além de injustas. As injustiças são marcas indeléveis que modificam as pessoas para sempre.

Por isso pessoas se afastam para nunca mais se reaproximarem... Esta é a diferença entre os humanos e os porcos-espinhos. Estes lutaram muito, sofreram muito até encontrarem as soluções para os seus problemas de relacionamentos, que, aliás, significavam a diferença entre a vida e a morte.

Relacionamentos morrem por falta de equilíbrio, de maturidade. A equidistância está justamente no respeito pela maneira de ser do outro, na liberdade, na transparência...

Os porcos-espinhos machucavam-se pelo toque, como se machucavam na distância, pelo frio. As pessoas podem não se machucarem pelo toque, mas pelo frio do toque, pelo toque falso, interesseiro, banal, efêmero, como laranja lima, doce no inicio e amargo, muito amargo no fim.

O drama dos porcos-espinhos, narrados por Shopenhauer, nos ensina que relacionamentos perfeitos não existem, pessoas perfeitas não existem. Ensina ainda que a convivência é possível a partir do equilíbrio encontrado a partir de atitudes maduras, do entendimento das pessoas e principalmente, da compreensão e do autoconhecimento. Jamais podemos atribuir a nós mesmos a perfeição absoluta e exigirmos dos outros a conformação de suas vidas à nossa maneira de ser e de viver. Tudo é equilíbrio, tudo é equidistância... Só assim as completudes se somarão para a construção da felicidade.

São palavras de Shopenhauer (foto): “Quanto mais nos ocupamos com a felicidade dos outros, maior passa a ser nosso senso de bem-estar. Cultivar um sentimento de proximidade e calor humano compassivo pelo outro, automaticamente coloca a nossa mente num estado de paz. Isto ajuda a remover quaisquer medos, preocupações ou inseguranças que possamos ter, e nos dá muita força para lutar com qualquer obstáculo que encontramos. Esta é a causa mais poderosa de sucesso na vida”.

Está dito.



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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

OBSERVAÇÕES SOBRE A FÉ


Pois é o que é fé? Todos têm fé? Alguém está isento da fé? De onde vem? Para onde vai?

Não é nosso propósito fazer um tratado sobre a fé, apenas uma reflexão, a partir da necessidade de ter fé, menos de manifestá-la em público, como  missionários. Não é nossa intenção fazer proselitismo...

De uma maneira ou outra todos têm fé... Mesmo aqueles que conscientemente manifestam a sua não-fé, estão, sim, acreditando, tendo fé, que não acreditam na fé. Claro que é um pequeno jogo de palavras, pois estamos nos referindo àqueles que, sendo ateus, combatem os que  desenvolvem a fé religiosa.

Na raiz etmológica da palavra “fé” estão: os gregos com “pistia”, que significa confiança, firme convencimento no acreditar; e os romanos que nos legou “fides”,  com fidelidade, ser fiel, acreditar, confiar, crer em algo mesmo sem ver.

Daí o famoso episódio do encontro de Cristo, já Ressuscitado, com o apóstolo Tomé. Praticamente todos os demais apóstolos já tinham tido algum tipo de contato com o Jesus, menos Tome. Este dizia mais ou menos assim: “Só acredito vendo! Só acredito e tocar nas suas feridas, ver o buraco da lança e os sinais dos cravos”. Jesus dá um “puxão de orelha nele... Venha cá Tome, toque aqui e creia. Porem... Bem aventurados os que crêem se ver e sem tocar...”

Esse “affair” de Jesus com Tomé, que em alguns lugares se transformou em folclore, é significativo para a importância da fé como um estado de espírito para a caminhada da vida. Fé é uma disposição interior que dá força para a superação de obstáculos.

Nenhum passo deve ser dado, se não estiver seguro do chão em que vai pisar...

Nenhuma decisão deve ser tomada, se houver um resquício de dúvida se a decisão é certa. A dúvida é o oposto da fé.

Nenhuma palavra deve ser proferida se ela não passar pela consciência e pela balança da fé. Deve ser pensada e avaliada: “Acredito no que vou falar”?

Na vida tudo é assim... Uma das piores expressões que se pode ouvir de alguém é: “Não sei o quê estou fazendo aqui”!

O médico deve inspirar com confiança, Assim como o advogado, o motorista do ônibus, o pastor, o padre... A igreja, a confissão religiosa, o partido político, o time de futebol...

Tudo nos limites do razoável, sem exageros, fanatismos, alienações... Fé sem razão é infantilidade e castração. Ninguém vai escancarar as portas da casa, com uma TV moderníssima de 40’ à vista e “ter fé” que o ladrão não vai entrar... Assim deve ser também com o coração.

Fé, você tem? É razoável? Então... Vá em frente!



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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O QUE PERMANECE NAS PESSOAS


Uma história do cotidiano (autor desconhecido), conta que uma mãe estava diante do espelho se maquiando para uma reunião festiva, observada pela filhinha de mais ou menos cinco anos.Esta, inquieta pela demora da mãe a questionou:
- Mãe a senhora está se pintando tanto, por quê?
- Ora filha é para ficar bonita...
- Mas, mãe, por que não fica?

A linda ingenuidade da criança certamente não disfarçava a ansiedade da demora em ir para a festa, mas não deixa de revelar algumas “pequenas” (ou grandes verdades).

É lógico que a maquiagem, de fato, pode “maquiar” ou esconder algumas imperfeições naturais, no rosto, impróprias para determinados momentos e que são tão exploradas pela mídia televisiva.

Chega-se ao tempo em que tais imperfeições se tornam tão evidentes que maquiagem alguma faz o milagre de esconder e elas terão de ser admitidas e aceitas. E se perceberá que elas são tão insignificantes na perspectiva do tempo que foram inúteis as grandes energias desperdiçadas para disfarçá-las...

E se perceberá mais: a maquiagem não “maquia” caráter, a personalidade, o que a pessoa é por dentro. Mais uma vez a linda ingenuidade da criança revela grandes verdades.

Com o tempo a gente aprende (ao estilo Shakespeare) que o que permanece nas pessoas e o quê as pessoas precisam enxergar uma nas outras é, de fato, a beleza ou a feiúra interior.

A beleza, entendendo-se como simpatia, honestidade, não arrogância, simplicidade, humildade, acolhimento e todas as demais virtudes que fazem de uma pessoa simpática e empática...

A feiúra, tudo o que é negativo, tendo como carro chefe a arrogância, além da metideza, da falta de humildade, da superioridade, da ostentação, da humilhação, do descaso, da indelicadeza, da antipatia...

Pessoas boas marcam a sua trajetória com uma história de vida, para si e para as demais que desfrutam do seu convívio. Pessoas ruins nem história têm, pois suas passagens são tão efêmeras que nada deixam e facilmente são esquecidas. Ou melhor, não esquecidas... São lembradas pela sua negatividade e prontamente rejeitadas.

Prestemos atenção nas falas lindamente ingênuas dos pequenos pensadores... Elas são plenas de verdades que podem mudar nossas vidas.

Ah! Se o mundo pudesse realmente ouvir suas vozes, antes que elas se transformem em adultos tão problemáticos!



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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

AS BLACK FRIDAYS E A ÉTICA



Na semana passada o mundo inteiro e particularmente o Brasil aconteceu no Brasil no âmbito do comércio de varejo as “Black Fridays”, durante a qual as lojas ofereceram ao público produtos com descontos convidativos.

As “Black Fridays” surgiram nos Estados Unidos a partir de 1975, quando o comércio varejista passaram a oferecer produtos a preços menores, num único dia do ano, a sexta-feira após o dia de “Ação de Graças”, que ocorre na 4ª quinta-feira de Novembro. Elas eram uma tentativa dos comerciantes de melhorarem o desempenho das vendas, “desovarem” os estoques e saírem do vermelho (negativo) e passarem para o preto (positivo).

No Brasil foram adotadas em 2010 e se tornaram um sucesso por aqui. Neste ano  muita gente foi às compras e se “realizaram”, adquirindo os produtos da moda, sonhos de consumo engendrado pela mídia, tanto as ligada ao marketing, que intensificaram as propagandas, fazendo uma espécie de lavagem cerebral na população, quanto a jornalística, que fazendo coro ao marketing, noticiaram com intensidade o evento.

Sucesso absoluto em alguns lugares... Sucesso parcial em outros... Decepção em outros mais.  Muitas lojas venderam muito... Outras nem tanto e outras quase nada...

A mídia silenciou... (Justiça seja feita: parte dela repercutiu o evento e abriu espaço para manifestações do público). Página virada, ninguém mais tocou no assunto. Tal silêncio fez com que o grande engodo fosse esquecido. Parece que o povo, ou o consciente coletivo, tem memória curta.

E as perguntas, especialmente nas cabeças mais críticas, não cessam de martelar. Quais as razões dos sucessos e fracassos das “Black Fridays”?
É a não transparência ou a falta de ética? Aliás, é muito difícil se falar em ética quando se trata de Capitalismo Consumista que tem no lucro a qualquer custo a sua razão de ser, a razão de ser de sua “ética”.

Logo no inicio de Dezembro, semana passada, portanto, denúncias deram conta de aumentos abusivos nos preços dos produtos nas lojas, fazendo com que os descontos oferecidos, mal atingissem os preços originais. Quer dizer, não houve desconto coisa nenhuma. Houve, sim, mais ganhos por parte dos comerciantes.

Pobre do povo, especialmente o povo humilde... (ou bem-feito). Mais uma vez enganado e “levado no bico”, como incautos, ou bois conduzidos aos matadouros. Total falta de ética, Aproveitadores!

Há indícios que nos Estados Unidos eles levam a sério a proposta original...

Resta a questão do livre arbítrio e o direito de escolha (consumir ou não consumir), incontestáveis... Mas, e o engodo, pode?

Até quando vamos assistir tais descalabros, entre tantos outros que “assolam” o país e o deixa sem perspectivas para o futuro, pois na base de tudo está a nossa mal fadada educação (em plena era do conhecimento!)



Imagem: Google.

PERTENCER A SI MESMO


Uma das mais belas características do ser humano é a convivência, a pertença, isto é a participação social em grupos. Já se percebeu isso desde a pré-história, os humanos não vivem e não sobrevivem sozinhos.

É nos grupos, pela afinidade de gostos, de características, de sonhos, de perspectivas que o indivíduo se realizada como gente, sobretudo pessoalmente.

Mas pertencer a grupos e celebrar sua realização é assim tão fácil.  Não se entra nos grupos só porque tem afinidade com ele. É uma estrada, um caminho de mão dupla. Aceitação de ambos os lados. São necessárias adequações... Uns mais, outros menos... Há grupos afins, muitas vezes são rígidos e cedem pouco. As pessoas precisam se conformar, se adaptar... Caso contrário, o grupo simples rejeita, ou até mesmo ignorar as pessoas.

Os grupos são variados e de quantidades infinitas.  Vai desde os grupos em as pessoas pescam juntas, bebem juntas periodicamente, ou simplesmente saem juntas para caminhar ou andar de bicicleta.

São mais intensos os grupos religiosos. Aqueles que se unem para os ofícios pertencentes à fé que praticam. Qualquer deslize ou comportamentos inadequados leva à rejeição.

Assim, antes de aderir a um grupo torna-se necessária uma autoavaliação, no sentido de se descobrir realmente se é isso mesmo que quer.

O grande movimento, a grande conquista é o da conquista de si mesmo, da sua verdade, da sua realidade. A melhor descoberta é a de que a pessoa só contribui para a felicidade dos outros, se realmente é feliz consigo mesma, se a pessoa se aceita como ela é, se é realmente feliz. Não se vive bem quando se vive de forma submissa... Submissa à vontade de outra ou de outras pessoas.

Talvez seja essa descoberta que levou o pensador Friedrich Nietzsche, a escrever a frase, estampada na ilustração acima: “Nunca é alto o preço a se pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo”.

Nietzsche não faz apologia à solidão. O que ele ensina é que pertencer a si mesmo é completar-se, crescer, amadurecer, para que possa integrar-se inteiro nos grupos sociais ou de convivência. Como já dissemos aqui, ninguém é (ou deve ser) metade, para ser feliz pela metade, construir pela metade, contribuir pela metade.

Quem é metade morre mais cedo, ainda que se mantenha vivo.

Portanto, custe o que custar, busque o autoconhecimento, cresça e conquiste a sua liberdade de ser você mesmo... Depois disso, pode pertencer aos grupos que quiser... E o que virá pela frente será pura emoção!


Imagem: Google.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

OS CACTOS E OS SERTANEJOS NORDESTINOS


Contemplo a imensidão seca... Galhos retorcidos... Chão esturricado... Açudes quase secos... Gado magro... Seres caminhando devagar...

Em meio à secura eles estão lá, verdes, mas cobertos de poeira... Os mandacarus... Imagens da imensidão seca... Nordeste brasileiro.

Mandacarus e outros cactos... Alguns floridos, lindos, em contraste com a quase morte da região...

Contemplo as cidades, mesmo as litorâneas do Nordeste brasileiro... Nas janelas dos prédios e nos jardins das mansões, os cactos, vindos do mundo inteiro. “Este é da America Central...” “Este é da Colômbia... ”Aqui está um da Califórnia...” “É verdade! Da Califórnia...”

“Aquele ali, próximo ao muro do fundo? É o Figo da Índia... A gente come sua fruta. Aquele do outro lado é o agave e dele se faz cordas... Que lindas flores! Como fica bonito no jardim! É exótico no pomar...”

O cacto impressiona pela beleza de suas flores e também pela sua fortaleza... Como Deus e a natureza são bons”

Quando muita gente está desesperada pela falta de chuva e preocupada com o “futuro” da humanidade, eles estão lá, tranqüilos... Preocupados com a falta d’água? Nem um pouco... Seus espinhos são folhas atrofiadas que impedem o desperdício de água... É uma lição para os humanos? Quem sabe...

Os cactos são especiais, como o mandacaru nordestino também é. Eles lembram o homem do sertão... Mas do sertão longínquo, distante, muito distante da civilização...

O homem que luta, que sofre, que não tem perspectivas... O homem do sertão que é como o cacto, mesmo sem beleza exterior, é forte, tem alma pura, coragem forte e decisão indômita de continuar pisando o chão esturricado, quente e seco... Se tudo definha ao seu lado, ele espera, adia indefinidamente o seu definhamento até que a nova temporada de chuvas... Quando chega!

Aí, então, como o cacto que floresce, o homem do sertão revigora a vida e segue em frente dando graças a Deus pelos parcos pingos de água que Ele mandou... Nem olha pra trás...

O cacto, e especialmente o mandacaru são mais que simbólicos: resistem, têm a na alma a flor que espera o tempo certo para surgir. O nordestino igualmente “é um forte!” e resiste e mantém a alma pronta para se transformar em flor e sorrir para a vida no tempo (certo) de Deus.

Os cactos são exóticos... Os sertanejos nordestinos não são exóticos... São humanos, filhos do mesmo Deus, dotados da mesma dignidade que arrogamos ter. Por que razão os tratamos com indiferença (inclusive política)? Com preconceito? Como “diferente”?

Valha-nos Deus!



Imagem: Google

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A DOR


A experiência da dor é expressamente única. Não vamos adentrar nos méritos científicos, médicos ou biológicos da dor. Ela pode ter, sim, uma explicação lógica... Mas tal explicação não vai além da individualidade, das características pessoais, do sistema metabólico e das condições emocionais de cada um.

A dor é, em última análise, inexplicável. Ela fere, incomoda, incapacita, irrita, desloca, aliena...

Para quem a sente ela é a maior de todas. Uma dor maior, mais intensa, torna-se única. E cada um tem uma experiência própria de uma grande dor.

Segundo os especialistas há três tipos de dor:

Dor nociceptiva, aquela que vem dos traumas, pancadas, queimaduras e dos ferimentos em geral...

Dor neuropática, aquela originária por lesão ou doença neurológica. São doenças que tendem de se tornarem crônicas... E a dor também...

Dor psicológica, em que a origem da dor é emocional e se manifesta a partir de pequenos estímulos, envolvendo ansiedade, medo, tensão e outros.

Portando, há dor e há, também, dores. Há pessoas feridas por armas pérfurocontundentes, (facas, punhais e balas) que nada sentem. Outros relatam uma sensação de calor, seguida de desfalecimento. A dor ultrapassa os sentidos.

Imaginamos que a dor intensa ela se estabelece nos limites dos sentidos. Os fortes suportam fortes dores... Os mais sensíveis logo perdem os sentidos, desmaiam... Há também aqueles que se defendem da dor, entregando-se ao pânico.

Num estado de dor, pensar nela é um agravante. A dor aumenta, o sofrimento idem. Ter a certeza que a dor é apenas sintoma, consequência... Assim, é preciso buscar as causas. Se já se tem as causas, tratá-las nos sintomas e nas origens, principalmente nas origens.

É importante não negligenciar a dor como sintoma. Entre milhões de exemplos dessa negligencia (caso verdadeiro) um homem de meia idade durante dois dias reclamou do chamava queimação na “boca do estômago” e pedia a esposa o chá de boldo. A queimação aumentava e ele pedia chá cada vez mais forte. Resultado: nada era relativo ao aparelho digestivo e, sim, um infarto que o levou à morte.

Buscar o socorro médico não é “frescura”, mas questão de sobrevivência, de direito humano...

A dor (ou dores) é, realmente, um caso sério!




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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

BONS RELACIONAMENTOS


A arte de bem viver é também a arte e bem relacionar-se.  Um bom relacionamento não é uma estrada de mão única. É, sim, uma estrada de mão dupla.

De formar alguma, devemos ficar estáticos, de braços cruzados, esperando que as coisas aconteçam em nossas vidas. Já comentamos aqui os impactos e conseqüências da atitude de viver com os “braços cruzados”. Eles são empecilhos para a construção de relacionamentos saudáveis.

Em qualquer forma de relacionamento, amizade, profissional, voluntariado e a dois, nenhuma das partes devem entrar pela metade. Aquela história de metade da laranja não mais tenha sentido. É preciso a vontade, a disposição da inteireza, da completude.

Os bons relacionamentos acontecem quando as partes não são partes, mas inteiras.  Somos o que somos... Essa é a nossa grande verdade... Não dá para esconder de ninguém por muito tempo.

Porém, podemos aperfeiçoar num crescente constante, mas jamais escamotear o que somos em essência.  Com o tempo a nossa chatice, a nossa arrogância, bem como a nossa bondade, a nossa abertura, o nosso acolhimento, o nosso altruísmo...

Para as partes envolvidas, isto é, para as pessoas que se envolvem nos relacionamentos sociais e para aquelas que desejam construir um relacionamento a dois, importa muito a compreensão, a aceitação, a disposição de aperfeiçoar o outro.

A inteireza, a pessoa inteira, do jeito que ela é, precisa ser visível para o outro... Da mesma forma a completude, que é a disposição de um completar o outro. Bons relacionamentos são o resultado de uma somatória mágica em que um mais um não são dois uma um novo um mais forte, mais completo, mais feliz.

Os amigos se somam, também, com os inteiros e não em partes. Por isso as grandes e verdadeiras amizades são perenes eternas. Por isso que amigos são como sol: mesmo em dias nublados, sabe-se que eles estão lá.

Mas a verdade deve ser dita:

Os bons relacionamentos também são resultados de reciprocidade, de aceitação mútua... e também de correção sincera e honesta de rumos. Assim as pessoas crescem e constroem seus futuros...

Nos bons relacionamentos não há passados a serem esquecidos, mas reconciliados. O passado só deixa de assombrar alguém se esse alguém se reconcilia com ele, aceitando, compreendendo e virando a página.

Nos bons relacionamentos há sempre um ombro amigo, um apoio, presença constante, especialmente nos momentos difíceis.

O que sobra? Mais alegria, mais felicidade, mais paz, esta a grande conquista da vida de cada um.



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domingo, 30 de novembro de 2014

RELIGIOSIDADE, PRECEITO E SENTIMENTO


Não resta dúvida de que a religião é muito importante para o ser humano. Difícil dizer que ela é um freio social... Não... Não é isso. Porém a religião, vivida com consciência, com maturidade, com vocação, como fruto de uma escolha, produz na pessoa um sentimento de bem, de fazer o bem, não o mal. A religião é uma ótima conselheira.

A religião leva ao altruísmo, que é a vontade quase inata de contribuir para um mundo melhor, ajudando as pessoas, dedicando-se ao voluntariado. As religiões de índoles cristãs chamam isso de caridade, que é fazer o bem sem ver a quem... Atitudes assim, de fato, tornam o mundo melhor, melhorando as relações interpessoais, reforçando a confiança mútua, algo que tem feito muita falta hoje em dia.

As religiões têm os seus preceitos, que é uma palavra de origem latina, cujo radical é praeceptus e que significa ordem, regra, norma, condição. E lógico que as religiões são sistêmicas e possuem seus preceitos. A adoção desses preceitos estão ligados à posições, opções pessoais e, também, às vocações para o rito, para o culto e para as atividades decorrentes dessas opções...

Tudo isso em tese. Seguir as vocações deve ser um sentimento espontâneo, mas maduro ou em crescimento constante até a dedicação plena. A pratica da religiosidade não deve ser infantilizada, isto é, seguida por obediência cega.  Essa situação pode acontecer na infância, tempo em que as crianças vão aprendendo a seguir as práticas dos adultos como exemplo e modelo. Mas a partir de uma certa idade os passos na religião devem ser próprios, com consciência do livre querer, do livre entendimento.

A religiosidade madura que leva aos cumprimentos dos preceitos por vocação, passa pelo sentimento de realização pessoal, de pertença a um grupo, cujos membros colimam sonhos e buscam objetivos comuns.

Esses sentimentos de pertencimento, de construção mútua são fundamentais na religiosidade. Porque no final das contas o que fica mesmo é a alegria de fazer e a felicidade de realizar. Não a liberdade tolhida, não a obrigatoriedade, não o dever pelo dever. 

Impossível um Deus que tenha em seus planos o sofrimento, o tolhimento de seus seguidores. Todas as religiões pregam o amor. Existe algo mais sublime? Mas o amor, nos seus mais diversos matizes, é uma conquista. Conquistamos o amor a Deus pelo cumprimento livre do preceito, numa relação vertical com Ele... Conquistamos o amor das pessoas pela partilha desse amor relação horizontal, isto espalhando o amor pelas pessoas de nosso relacionamento...

Conquistamos o amor de uma pessoa pela verdade, pela liberdade e, sobretudo pelo respeito que desenvolvemos durante toda a nossa vida. Aprendemos a nos doar, não por parte ou por metade, mas por inteiro. E recebemos da outra parte o inteiro dela.

Assim, juntos, lado a lado, não um sobrepujando ao outro, é possível visualizar no futuro a felicidade vivida no presente.

Graças a Deus!



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POEMA DO AMIGO - COM NEI COSTA - RADIALISTA DE LONDRINA PR


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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

"FALSO BRILHANTE" - MÚSICA DE JOÃO BOSCO E ALDIR BLANC - CANTADA POR ELIS REGINA


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TIRE O PÓ...



(Autora Desconhecida)

“Não deixe suas panelas brilharem mais que você!

Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério!

Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela! Uma casa só ai virar um lar quando você for capaz de escrever ‘Eu te amo’ sobre os móveis!

Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso ‘alguém aparecesse para visitar’ – mas depois descobri que ninguém passa ‘por acaso’ para visitar – todos estão muito ocupados, passeando, se divertindo e aproveitando a vida!

E agora, se alguém aparecer de repente? Não tenho que explicar a situação de minha casa a ninguém... As pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiquei fazendo o dia todo enquanto elas passeavam se divertiam e aproveitavam a vida...

Caso você ainda não tenha percebido: A VIDA É CURTA... APROVEITE-A!

Tire o pó... Se precisar... Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta dar um passeio ou visitar um amigo, assar um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas sementinhas?

Pense muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR!

Tire o pó... Se precisar... Mas você não terá muito tempo livre... Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com os cachorros, ouvir música ler livros, cultivar os amigos e aproveitar a vida!

Tire o pó... Se precisar... Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente... Pense bem, este dia não voltará jamais!

Tire o pó... Se precisar... Mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa não será mais tão fácil de fazer como agora... E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também vai virar pó!

Ninguém vai se lembrar de quantas contas você pagou, nem de sua casa tão limpinha, mas vão se lembrar de sua amizade, de sua alegria e do que você ensinou.

Afinal...

‘... Não é o que você juntou e, sim, o que você espalhou que reflete como você viveu a sua vida””.



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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

AH! OS PENSADORES...


Existe uma atividade humana da qual muita gente participa: o “pensar”. Uns dedicam exclusivamente a ela. Outros pensam, desenvolvem seus sistemas cognitivos, mas se dedicam a outras atividades profissionais.  De uma ou de outra maneira contribuem para a construção do edifício cultural da sociedade.

Pensar todos pensam. Nada do que é feito, de alguma maneira passa pela razão, sede do pensamento. Mas a massacrante maioria pensa utilitariamente, isto é naquilo que vai fazer naquele instante ou no instante seguinte. Poucos pensam mais adiante, menos ainda no futuro.

Clássico é o exemplo dos políticos. Imediatistas e narcisistas, cem por cento pensam na própria imagem, no marketing pessoal e nada ou quase nada no bem comum. Quando o fazem, o bem comum é uma mera retórica incorporada no discurso narcisista.

É apenas m exemplo, um protótipo do acontece em toda a sociedade atual, dominada pelo hedonismo, pelo consumismo, pelo egocentrismo e até pela arrogância.

Mais do que nunca os verdadeiros pensadores fazem falta. Referimo-nos aos pensadores natos, que enxergam para além do horizonte, que compreendem o fator humano na sua centralidade e sabem para qual destino a humanidade caminha. Não falam, pois não são ouvidos.  Se tentam falar, a mídia, dominada pelos donos do poder, não lhe dão voz, se conseguem, são como “Joãos Batistas” clamando no deserto.

Os pensadores natos existem, mas ninguém os conhece. Pertencem à uma geração sombria... E nas sombras das megalópoles são invisíveis. Nas escolas públicas são desconhecidos pois ministram míseras aulinhas por semana. Nas universidades pertencem á velha guarda ou são considerados outsiders, poucos lidos e muito menos consultados.

Os pensadores, cada um com sua ideologia, com seus sistemas de idéias, com sua profunda formação humana, a partir dos clássicos gregos, romanos, medievais, modernos, liberais, socialistas utópicos e materialistas (que muitos consideram ultrapassados, anacrônicos), bem que poderiam fornecer às gerações atuas bases humanas para o pensar e o proceder das pessoas no mundo de hoje.

E o que acontece? A juventude é formada pelo imediatismo, pela banalização, pela fala de compostura, pela falta de humanidade. Nas palestras, divulgadas pela mídia e redes sociais vemos a baixaria, os palavrões, a falta de educação, a falta de conteúdo, a falta de humanismo e humanidade de pretensos pensadores e formadores de opinião. Isso sem falar dos freqüentadores de programas televisivos que se jactam da mesma importância (de formadores de opinião) mas que não passam de meros palcos para o exibicionismo narcisista e mercenario... E nada acrescentam!

Ah! Pensadores, como os senhores fazem falta...

 



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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SERÁ QUE VAI DAR TEMPO?

Muitos adjetivos são usados pelos especialistas e pretensos entendidos, a respeito das gerações e hoje e do futuro... É a Geração “Y”, a Tecnológica,  a Multifacetada, e outras tantas denominações.

 Não resta dúvida que serão gerações marcadas pela tecnologia.

E ninguém está preocupado com os impactos dos avanços tecnológicos na condição humana. E nem dá para prever alguma coisa. E não resta dúvida, também, que a população jovem de um certo poder aquisitivo para cima está muito feliz com os equipamentos que têm à mão e que lhe permite a comunicação  imediata com o mundo. É a materialização da “Aldeia Global”, preconizada por Marshall McLuhan.

Pelo menos aqueles que podem ter acesso a essa parafernália comunicativa está sendo feliz à sua moda. E é o que importa. E muita gente, que há pouco tempo nem pensava nessas coisas, graças à políticas distributivas e anarcopopulistas dos governos estão tendo, também, acesso a tudo isso. Justiça seja feita: está se fazendo justiça, convenhamos.

Às calendas o crescimento sustentável, a formação profissional, a educação de qualidade, o conhecimento que liberta.

Há muito tempo, um chefe índio americano, ao contemplar a destruição de sua gente, a devastação de sua terra, pensou consigo mesmo: “...Quando o último animal  se for da face da terra, o homem sentirá um profundo vazio em sua alma, pois perceberá que o que aconteceu com os animais, em breve acontecerá com ele também” . (Conforme o livro de Dee Brown: Enterrem meu coração na curva do rio).

O problema é esse... Há mudanças radicais na condição humana, desde o ambiente até a vida pessoal propriamente dita. As próximas gerações serão surdas, pois os fones de ouvidos não são regulamentados e os sons emitidos superam os decibéis máximos recomendados pela Organização Mundial da Saúde. E está provado que quem não ouve não aprende. É um circulo vicioso, quanto mais alto o som ou o barulho menos se ouve. E quem vai ouvir os professores e formadores de opinião se eles são humanamente incapazes de superar os decibéis que os ouvintes estão usando? Às calendas a educação e a formação do povo!

Mais cedo ou mais tarde aquilo que o chefe índio predisse se instalará na alma do povo. Seres humanos foram feitos para a comunicação, para o diálogo, para as amizades, para ação em comum, para o contato pessoal, para o riso, para a união física, não para as banalidades, para ser feliz a partir das coisas simples, como o contemplar de um jardim, para a visão da planície estando no alto da montanha, para ouvir o canto dos pássaros, para curtir uma “boa” música,  para admiração de uma obra de arte, ou simplesmente, vivenciar um silêncio na penumbra de seu quarto.

A questão é quem vai avisar os incautos e, se conseguir, ainda haverá tempo hábil para a reversão dessas coisas?



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