sexta-feira, 25 de julho de 2014

DE ARIANO VAI FICAR MUITA SAUDADE!

Palavras de Ariano Suassuna:

“Eu digo que das três virtudes teologais chamadas, eu sou fraco na fé e fraco na qualidade, só me resta a esperança. Eu sou o homem da esperança”.

Ariano Vilar Suassuna, dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro, nasceu em João Pessoa, Estado da Paraíba, no dia 16 de Junho de 1927. Faleceu no dia 23 de Julho de 2014, em Recife, Pernambuco.

Suas peças teatrais: Uma mulher vestida de Sol, O deserto da princesa, Auto de João da Cruz, Torturas de um coração, O Castigo da Soberba, O Rico Avarento, O Auto da Compadecida, O Casamento Suspeitoso, O Santo e a Porca, O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna, A Pena e a Lei, A Farsa da Boa Preguiça, A Caseira e a Catarina

Seus romances: d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, a História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (que ele mesmo classificou como romance “armorial-popular brasileiro”)

Suas conquistas: Professor de Estética na Universidade de Pernambuco, ajudou a fundar o Teatro Popular do Nordeste, co-fundador do Conselho Federal de Cultura, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE, defendeu tese de Livre-Docência, com o título: A Onça Castanha e a Ilha Brasil, Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira, aposentou-se como Professor Universitário em 1994

Suas realizações: idealizador do “Movimento Armorial”, para defender, divulgar e valorizar a cultura popular, para o qual convocou pessoas ligadas a todo tipo de música, desde o erudito até o compositor e cantador simples do povo.

... E Muitas outras...

São tantas, inumeráveis mesmo as qualidades de Ariano. Erudito, Professor Universitário, Livre-Docente, mas um homem do povo. Quem dele se aproximava ou com ele convivia, ou seus alunos ou seus discípulos, não se cansam de contar as tantas vezes que se emoci0naram com sua simplicidade, sua alegria, sua esperança, seu amor pelo povo, especialmente do sertão nordestino.

Homem do povo... Amante do futebol, torcedor fanático do Sport Clube do Recife. Aos 80 anos deu o “ponta-pé inicial” de uma partida entre o Sport e o Corinthians. Pé quente seu time ganhou e a torcida foi ao delírio. Quando ia ao estádio ficava junto do povo e comandava o grito da torcida. Tinha um jeito especial de usar as cores do time. Sempre que comparecia a uma solenidade importante usava terno preto e casa vermelha ( as cores do Sport) o que chamava de “esporte fino”. O Sport imortalizou o amor de Ariano ao escrever na camisa a sua frase “Felicidade é torcer pelo Sport”.

Alguns pensamentos seus:

“A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte gosto médio é mais prejudicial que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio”.

“Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa”.

‘...É muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos; o país dos privilegiados e o país dos despossuídos”.

“Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas”.

“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é vivo, morre.  (do Auto da Compadecida)”.

2014 está sendo um ano difícil para a cultura brasileira.

O céu está em festa com as histórias ao vivo de Ariano Suassuna. O Brasil só não está mais pobre, porque o que ele escreveu continua vivo por aqui.
Mas que a cultura nordestina está triste não há como negar.





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