domingo, 17 de maio de 2015

MAL-ENTENDIDO


Um diálogo verdadeiro, profícuo, esclarecedor, se dá quando as partes estão com as mentes e espíritos abertos, desarmados, desprovidos de premissas, sentimentos de superioridade, arrogância e de outros ingredientes nocivos.

Premissas são todas informações advindas do processo educativo, da cultura vigente e da formação familiar, religiosa e escolar. Elas sempre condicionam os comportamentos, atuando nos subconscientes e portanto, muitas vezes, as pessoas delas não se dão conta.

As premissas são inapagáveis, indeléveis... Elas são para sempre. Porém, é possível, a partir do autoconhecimento, controlá-las, colocando-as na perspectiva correta (pois elas têm sua função na formação da pessoa) e não mais interferir nos diálogos...

Quando não se tem o domínio sobre as premissas e não se está com o espírito desarmado, não haverá diálogo  e um enorme risco de estabelecer não um mas vários mal-entendidos...

Mal-entendido é quando acontece julgamento errôneo ou compreensão indevida de um ou vários argumentos. Não raras vezes são proferidas ofensas, ou mesmo, consideradas ofensas expressões de outras pessoas, não assimiladas pelo interlocutor.

Quando um diálogo caminha nesse sentido se transforma em discussão, em desentendimento, brigas e a até violências. O subproduto do mal-entendido é a mágoa, o desprezo,  a indiferença, que aliás é terrível e mata qualquer tipo de relacionamento.

Para que o mal-entendido não aconteça, os diálogos devem ser, além de abertos, com muito respeito e educação, isto é, esperar que o outro complete sula fala, sua exposição,  não emitir um pré-julgamento, não precipitar, não ser intempestivo na resposta e não atribuir antecipadamente ao outro idéias e opiniões das quais não se tem certeza que o  outro as possua.

Outra postura importante é em relação à verdade. A verdade absoluta não existe.  Existe, sim, consenso, pontos de convergências e de interesses... Portanto, um aviso aos navegantes (especialmente aos arrogantes e autoritários): é impossível ser dono totalmente da verdade e tentar impingir essa verdade a alguém. Em algum lugar outra pessoa vai ter uma opinião ou uma versão diferente da sua.

Cuidado, ainda, com afirmações incisivas, violentas e carregadas de raiva e pessimismo. É bem melhor a suavidade, a calma e palavras positivamente pensadas.

Levando-se em conta que a verdade é sempre relativa, um diálogo maduro, respeitoso, democrático e aberto sempre pressupõe conhecimento de causa. Não só o autoconhecimento (de si mesmo) mas dos assuntos que estão em pauta.

“Mal-entendido é a maior distância que há entre suas pessoas...” (desconhecemos a autoria), foi a frase que  circulou nas redes sociais recentemente e que inspirou essa reflexão, pois oferece a dimensão (ou do estrago) que esse fato pode gerar

Para finalizar um conselho de Gandhi: ”Três quartos das misérias e mal-entendidos do mundo desaparecerão se nos colocarmos no lugar de nossos adversários e entendermos o ponto de visa deles”.

Pensemos no assunto...



Imagem: Google.

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