terça-feira, 12 de maio de 2015

PAPEL AMASSADO... CORAÇÃO FERIDO


Um exercício interessante: uma folha de papel, pode ser um sulfite A4, e amassá-la até formar uma bola bem consistente. Em seguida, desfazer essa bola e desamassar o papel até torná-lo como era no início.

Quem  já o fez esse exercício sabe o resultado... Para quem ainda não,  podemos adiantar o resultado: é impossível o papel ficar totalmente liso, intacto...

Pode-se alisá-lo à exaustão, ou mesmo passá-lo a ferro quente... Missão inglória...

Até aqui tudo bem... Porém, podemos fazer uma correlação com o coração e a alma humanas.   Ao como o papel: uma vez espezinhados, maltratados, magoados, jamais voltará a ser como antes... Principalmente em relação à pessoa que provou tais ferimentos.

O perdão poderá (ou deverá) existir, mas as marcas, que são indeléveis, permanecerão para sempre.

“...Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...”, disse Antoine de Saint-Exupéry, no livro O Pequeno Príncipe. Isso quer dizer que não se deve brincar com uma verdadeira amizade. Não podemos ferir os sentimentos de quem quer que seja... Nós também mão podemos ter nossos sentimentos feridos, nossa alma magoada, nosso coração machucado. É, mesmo, uma grande responsabilidade.

Pensamos na amizade... Porém tudo isso se estende para todos os ramos da atividade humana. No ambiente familiar, nas relações e redes sociais, nos clubes de serviço, nas igrejas, no ambiente de trabalho.

Muitas vezes, quando somos intempestivos e tomamos para nós o direito e a liberdade de falarmos o que pensamos de forma abrupta, poderemos, ainda que sem a intenção precípua, tornar infeliz uma pessoa que espera de nós posturas mais serenas, conciliadoras, amigas, ainda que verdadeiras. Essa frustração pode ser um divisor de águas no nosso relacionamento com essa pessoa. Isso pode acontecer, por exemplo, quando somos professores, líderes, sacerdotes, pastores ou autoridades civis, entre tantas profissões, cuja essência é a relação interpessoal.

Pais autoritários, chefes ditatoriais, maridos machistas, esposas arrogantes, amigos intolerantes, pessoas dissimuladas...  Compõem o grupo de risco daqueles que podem ferir pessoas. Filhos irreverentes e rebeldes conscientes também fazem os seus pais chorarem, como alunos deseducados desanimam seus professores.

Como seria bom que o exercício do papel amassado fizesse parte da rotina das pessoas, como o café da manhã. O objetivo? Manutenção do alerta, do “setocômetro” para que acidentes como o de ferir o coração das outras pessoas não mais aconteçam...

A sociedade em paz, com certeza, em muito agradeceria...



Imagem: Google

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