“Ele
dormia o sono de uma tarde fria. De repente um movimento suave aconchegou seu
corpo com uma manta quente. Semi-acordado viu quando sua mãezinha deixava o
quarto, tão silenciosa quanto havia entrado. Ela idosa, ele o filho mais velho
convalescente de uma cirurgia”.
“Ela
havia trabalhado a semana toda. A faculdade também foi pesada. Precisava
espairecer, rever amigos, rir um pouco, recompor as energias mentais, pois a
semana seguinte prometia... Estava
prestes a chegar da festa. Já era tarde, madrugada. Já na esquina avistou sua
mãe na janela, como em tantas outras vezes, impassível, olhos fixos nos
movimentos da sua filha. E pronta para dar-lhe aquela bronca”.
Filho não tem idade. É sempre filho, sujeito
aos cuidados da mãe, que é insubstituível, única e inexplicável.
Falar de mãe, do amor de mãe é ser
repetitivo. Mãe, cantada em prosas e versos, em orações as mais sublimes. O
amor de mãe continua sendo indefinível, pois as palavras humanas são
insuficientes, incapazes de expressá-lo como merece. Só Deus tem a definição
exata, correta do que é esse amor.
Mas é o colo da mãe a fonte da
sabedoria humana. Feliz daquele que pode usufruir, beber dessa fonte forjadora
de caráter, de ética, de responsabilidade, de valores humanos.
No colo da mãe ouve-se as verdades da
vida; tem-se a iluminação dos caminhos, os conselhos necessários, os
aprendizados que vão nortear a vida adolescente e adulta, as orações que nunca
mais serão esquecidas.
Colo de mãe... O ventre que gerou a
vida... O leite que a sustentou e a fortaleceu... O abraço que sufocou os
medos, as inseguranças... O calor que aqueceu os invernos, estações e tempos de
dor e de incertezas...
Colo de mãe... A singeleza das
cantigas de ninar... A alegria dos reencontros... A atenção pelas novidades...
A ansiedade pelas conquistas, vitórias e derrotas...
Colo de mãe... Aconchego, repouso,
lágrimas a enxugar, puxões de orelhas, os ouvidos aos segredos, os amores. As
decepções... Os afagos restauradores
Colo de mãe... Lendas fantásticas,
vidas exemplares, histórias dos antepassados, raízes de família, vínculos afetivos,
navios rumo a portos seguros...
Ah! Colo de mãe... lugar único onde o
amor sublime e divino se torna fonte e se transforma em vida... E saudade!
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