Algo
acontece de extraordinário com os livros. No seu silêncio eles são eloqüentes.
Os livros fazem acompanhadas as pessoas solitárias. E ainda as conduzem à
viagens para os mundos daqueles que os escreveram e refletir esses
conhecimentos em suas almas.
Os
livros fazem algumas exigências para cumprirem as missões para as quais foram
escritos: entreter, informar, formar, transformar. Exigências que podemos
resumir no querer fazer a leitura, no ambiente propício, na concentração, na
reflexão.
A
escola, em todos os seus níveis, prepara-os para a leitura. Oferece os
caminhos, ajuda-nos a descobrir as nossas áreas de interesse, faz as
indicações, oferece os métodos. Mas a leitura nunca atingirá os seus objetivos se
nós não cumprirmos as exigências que os livros nos fazem.
Querer
é o primeiro passo. Um livro na mão ou enfeitando a estante nada significa.
Fazer a leitura em ambiente conturbado, barulhento ou com preocupações que
desviam a concentração, também não é bom, pois a leitura será simplesmente
superficial e em nada resultará.
A
leitura é, à primeira vista, conhecer o seu autor, seu mundo, seus
conhecimentos, suas ideologias, suas premissas, seus projetos de vida, sua
contribuição para a formação cultural das pessoas. Ler, então, é pensar com a
cabeça do autor. Nós só apropriaremos da leitura e dos conhecimentos que nos
proporciona se houver a reflexão, desconstrução das idéias do autor e a
reconstrução a partir do nosso conhecimento prévio, das nossas idéias e das
nossas premissas. É o processo de reelaboração do que foi lido. Assim, um livro
deve ser lido mais de uma vez.
Há uma
polêmica em relação a qualidade dos livros. Uns dizem que é preciso qualificar
os livros e os seus autores. Verificar se os escritos não são cópias, se aquilo
já não foi dito antes, ou se o produto é de má qualidade, principalmente em
relação às regras da escrita.
Outros
já dizem que não deve haver restrições. Deve-se ler de tudo, pois a idéia
básica é a leitura propriamente dita. O que virá depois dependerá do querer, do
ambiente, do foco, da concentração, desconstrução e reconstrução dos textos em
nossa mente e do quê vamos fazer com o aprendizado.
Mas, o
mais importante mesmo dos livros é que eles nos conduzem a viagens
inesquecíveis. E isso ninguém rouba de nós.
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