A QUEM
PERTENCEMOS?[1]
Escreve
Frei Almir Ribeiro Guimarães-OFM
“Gosto de ver essa gente que sai de casa
rindo, conversando, homem e mulher, jovens, amigos. Tem-se a impressão que uns
contam com os outros, uns pertencem aos outros. A menininha sai de casa de mãos
das com a mãe, andando, quase dançando, sabe que é da mãe e que a mãe é dela.
O senhor idoso conversa com os amigos na
praça, volta para a casa do filho. Lá tem seu quarto, suas coisas, sua vida,
suas gavetas. Ele pertence ao filho e à sua família. Vai sentar-se à mesa e
tomar uma sopa, um cálice de vinho para ter uma boa circulação sanguínea.
Triste quando vemos esses adolescentes que
não pertencem a ninguém. Esses homens jogados à beira da estrada ou que ficam
no bar até que o último cliente saia.
Penso no presidiário sem visita, sem parente,
sem ninguém. Sem Natal, sem aniversário, sem ninguém.
A quem pertencemos?”
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