Algumas referências
como motes para o texto de hoje...
O sertanejo, calejado
por tantas lidas, encostado no cabo da enxada, protegendo as axilas com a mão
esquerda, levanta o chapéu e olha para o céu, contempla o movimento das nuvens
ao sabor do vento e a agitação das andorinhas e diz: “Hoje nem adianta ir para a roça, vai chover”.
Aquele pescador,
bronzeado pelo sol e esfolado pela areia da praia, faz o movimento e cancela a
pescaria ou trata de se preparar para fraco movimento de seu bar à beira da
praia: “... vai chover”...
O sertanejo
nordestino, quando percebe as “Asas Brancas” cruzando o céu, sente o frio na
barriga e, lamentando, se prepara para estiagem que vai começar... Tempos secos
e duros no porvir.
Exemplos de sabedoria,
o que os filósofos chamam de conhecimento empírico, aquele que advém da
experiência de vida (ou das marcas que a vida deixa). Aprender para sobreviver.
Ensinamentos que jamais escola alguma vai poder oferecer, especialmente agora,
em tempos de banalização de tudo.
Hoje, se alguém
consegue uma boa nota no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e não tem
concluído o ensino médio, pode conseguir o certificado. Está habilitado para o ensino superior, ou se
livrará do peso de não ter nem conseguido terminar esse tal ensino médio. O
aprendizado virá mesmo com a vida (Se ele quiser...).
Alvin Toffler (Foto ao lado) escreveu: “O analfabeto do século XXI não
será aquele que não consegue ler e
escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.
E agora? Será que um
camarada com um certificado conseguido via ENEM tem noção do que é isso?
Aprender é obter
conhecimentos e consolidá-los em sua mente, agregando-os em seu estoque
cultural e fazer uso deles para as necessidades da vida. É o caso dos conhecimentos empíricos. Feliz daquele que consegue aliar a teoria á prática.
Assim a escola terá cumprido a sua função social.
Desaprender é ter a
capacidade de reciclar tudo que aprendeu diante das novas realidades de um
mundo em constante mudança. Os conhecimentos básicos, valores éticos e
fundamentais permanecem, mas muitos outros se transformam ou se anulam, sendo
substituídos. É importante saber disso e se dar conta de que a única coisa que
realmente não muda é a mudança.
Reaprender é absorver
os novos conhecimentos e fazer deles ferramentas para continuar vivendo nesse
mundo maluco e célere.
O analfabeto do Século
XXI é aquele que perdeu o bonde da História. Resta chorarmos juntos...
Imagem: Google
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