Retomamos esse pensamento
de Brecht como mote para a reflexão sobre o “ser santo”. À primeira vista
parece ser um assunto exclusivo do catolicismo, mas não é. Todas as religiões e
crenças têm suas doutrinas e suas regras e que as cumpre com vocação e doação
pode ser um modelo de vida. Até mesmo no ateísmo, pode haver pessoas que se
dedicaram ou se dedicam à causa pública, batalhando pelo bem comum com
desprendimento e fidelidade à sua vocação. Essas pessoas são também modelos de
vida.
Assim, já podemos
antecipar que “ser santo” é ser modelo de vida. Para os católicos há algumas
diferenças: os santos fazem milagres, isto é, intercedem junto a Deus em
atenção aos pedidos dos fiéis. Mas todos que vivem em estado de graça são
considerados santos. Por isso celebram em 01 de Novembro o dia de “todos os
santos”.
Ser santo é, então,
viver fiel a uma vocação e a ela dedicar-se plenamente.
Existem os grandes
heróis que ganham fama mundial. Existem as pessoas comuns, anônimas, mas vivem
a heroicidade plena.
O que dizer das mães
que se dedicou sua vida inteira à sua família e no fim dos seus dias pode ver
seus filhos (não importa quantos) todos criados, realizados, feitos para a
vida? E do pai, na sua cadeira de balanço, com olhar perdido no horizonte,
tentando reconstituir sua linha do tempo e mal consegue se lembrar quantos
netos e bisnetos?
E aquele que salvou
várias pessoas de um ônibus incendiado e teve 80% de seu corpo queimado? E
aquele que salvou a senhora da enxurrada e deslizamentos na região serrana do
Estado do Rio? Santos e heróis, independentes da sua opção religiosa...
O Professor Luiz
Almeida Marins Filho (www.anthropos.com.br) ensina, em relação à administração
do tempo, que na vida temos de cuidar apenas do essencial. Há três situações: o
essencial, o importante e o acidental. O importante será essencial quando este
já tiver sido resolvido. Então o acidental passará a ser importante. É uma
questão de foco. Não podemos viver acidentalmente. Assim a vida ficará curta.
Não haverá tempo para a santidade.
Portanto, ser santo é
ter foco, viver para o essencial, lutar por ele, transformar para melhor as
pessoas e o mundo. Primeiro cuidar de si, depois dos que estão próximos e
depois dos demais. Não adianta ser santo e herói longe de casa. Primeiro em
casa, pois todos os santos têm um histórico de valorização do lar, da família e
das pessoas próximas.
Concluindo, com Frei
Beto: “Ser santo é viver a alteridade do
outro... É ver o rosto de Deus no irmão te desafiando na tua fé. Ser santo é
ser uma Tereza de Calcutá, que amou até doer quem foi desprezado até morrer...”
Santos: pessoas
imprescindíveis!
Imagem: Google
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