Há algum tempo
criou-se pela mídia televisiva, a partir de uma propaganda de cigarros, hoje
proibida (em boa hora), um jargão que ficou conhecido como “A Lei de Gerson”, e
que incentivava as pessoas a “levar vantagem em tudo”, e como prova disso fumar
o tal cigarro. A era da esperteza, pois levar vantagem em tudo significava que
o mundo era (e é) dos espertos.
O jargão caiu em
desuso, Gerson, o “Canhotinha de Ouro”, um dos campeões mundiais de 1970, a melhor seleção de
futebol que o Brasil já teve (assim dizem os entendidos), que era o garoto
propaganda daquela indústria tabaqueira, continuou sua vida natural e
profissional, hoje como comentarista de futebol na TV Aberta.
Mas o espírito de
“levar vantagem em tudo” ainda continua presente no consciente coletivo. Virou cultura, ainda que nefasta, mas
virou cultura.
Sim, nefasta, porque
aquele que pensa em levar vantagem em tudo se torna uma pessoa indesejável. É
egoísta, arrogante, metido, não tem empatia, muito menos simpatia. Pensa nele
primeiro... O resto é o resto. É claro
que se dá bem, faz sucesso, fica rico, mas corre um sério risco de acabar
solitário. Os autores de autoajuda costumam dizer que pessoas assim são
solapadas silenciosamente por baixo e um dia cai, desmorona e tudo que
construiu se dissipa. A vida tem mostrado alguns exemplos práticos. Basta um
pouco mais de atenção ao que está acontecendo ao nosso redor.
Em contrapartida,
circulou recentemente uma frase no facebook que nos chamou a atenção
(desconhecemos o autor). Dizia o seguinte: “O mundo é dos espertos, mas o céu é
para os escolhidos”. Perfeita para concluirmos esse tema.
Não vamos considerar
aqui o aspecto religioso. Ou melhor, imaginando que o conceito moderno de “céu”
está mudando para “presença” do Deus da crença de cada um e de que inferno é
“ausência” ou distanciamento, a frase se encaixa apropriadamente à nossa ideia.
O “céu” é para os
escolhidos, pois escolhido, especial, importante é aquele ou aquela que se
superou, venceu o egoísmo, a arrogância, o autoritarismo, e reconstruiu o seu
modus vivendi a partir de valores ligados à amizade, ao amor, à simpatia, ao
altruísmo, portanto com direito ao “céu” da alegria, da felicidade.
Já o “inferno” é para
aqueles que batem no peito e juram não mudar, pois é assim que ganham a vida
(ou melhor, ganham na vida!). Preferem ser o que são, e não se dão conta do
quanto estão longe da real felicidade, a presença de um Deus em sua vida. Não
falamos de um Deus piegas, distante, cheio de regras e de doutrinas, mas um
Deus feliz que se estampa no rosto alegre das pessoas que compõem o seu meio
social.
Imagem: Google
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