Não podemos nos
esquecer que a nossa cultura (ocidental) tem como base estrutural a cultura Greco-romana.
Na Grécia Antiga havia
duas definições de “tempo”: khronos e kairós. A primeira definia o tempo
calendário, as datas, as estações. É um tempo quantitativo, números,
quantidade. A segunda, qualitativa, indicava as realizações humanas que
aconteciam no tempo certo, portanto, qualitativa.
Na mitologia grega
Kairós é filho de Khronos, o deus do tempo. Porém, pode se manifestar, por
representar o tempo qualitativo, em muitos outros, inclusive Zeus, o pai de
todos os deuses
Tais conceitos
permaneceram e chegaram até nós. A História, como ciência, utiliza a
“cronologia” para organizar a linha do tempo dos seus acontecimentos mais
importantes. Muitos historiadores “ditos modernos” a desprezam. Mas jamais
podemos esquecer as datas mais importantes como parâmetros para compreendermos
a evolução histórica da humanidade.
Já o kairós, é
utilizado, por exemplo, pelo cristianismo, para indicar o tempo da manifestação
de Jesus e a instalação de seu “reino” aqui na terra e, também, o tempo certo
para a conversão das pessoas aos seus ensinamentos.
Para a nós, fora dos
contextos específicos (religiosos e científicos), esses conceitos nos ajudam a
compreender melhor os acontecimentos, evolução e fases da vida.
Há muita ansiedade
tomando conta dos sentimentos das pessoas, uma vez que, devido às intensas
atividades inerentes à modernidade, muitos se preocupam com o passado, outros
com o futuro, muito poucos com o presente. O tempo cronológico é implacável...
Passa mesmo! Mas saber esperar e reconhecer o seu kairós é fundamental, para os
grandes acontecimentos e mudanças da vida. É o caso de não colocar o carro
diante dos bois. Ou melhor, saber esperar, de forma inquieta, mas sem
ansiedade.
O tempo cronológico é
linear, contínuo. O kairós não... Ele se manifesta de forma desigual, variando
de pessoa para pessoa. Assim, cada caso é um caso. O processo de amadurecimento
pessoal não é igual, pois depende de uma série de variáveis, incluindo-se aí a
estrutura familiar, o processo educacional, as vontades, os sonhos, os desejos
e a forma que cada um conduz sua maneira de viver.
Kairós é o tempo das
conquistas, das vitórias, das realizações pessoais e profissionais... Se o
tempo cronológico é implacável o nosso kairós poderá nunca acontecer, pois
depende da nossa disposição em superar mos os problemas inerentes ao nosso
viver. A vida não é uma ciência exata. O
cronológico passa, o kairós fica... Como a nossa contribuição para a História,
tanto pessoal, como para aqueles que fizeram parte do nosso convívio.
E só entra para a
História quem faz acontecer. Não deixa sua vida em branco, isto é, soube fazer
o kairós em sua vida.
Imagem: Google
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