O burro é um animal
doméstico utilizado há séculos, especialmente na zona rural para os trabalhos
mais pesados, e também como montaria. Sua identificação científica é: Equus africanus asinus. Pode ser
conhecido também como asno, jerico, jumento e jegue. É rústico e muito
semelhante ao cavalo, este mais nobre.
A palavra “burro” vem
do latim “burrus”, que significa vermelho e, talvez tenha sido aí a origem da
relação da palavra burro com aquela pessoa de pouco conhecimento que recorriam
aos dicionários, cujas capas eram “vermelhas”. Daí para o folclore e gosto
popular foi um passo.
E as pesquisas indicam
que o burro é um animal esquecido e voltado unicamente para o trabalho. Ele não
é “cuidado” e “educado”. Ao contrário, ele é maltratado, violentado e submetido
a altas cargas de trabalho. Isso fez dele um animal tímido, retraído, rústico e
teimoso.
Se o burro fosse mais
bem cuidado ele seria, como é, em casos especiais, um animal dócil, gentil e
inteligente, muito inteligente.
Os parágrafos
anteriores são ilustrações da historieta (verdadeira) que vem a seguir.
São quatro os
personagens: um sitiante experiente, o filho dele, um urbanóide recém-chegado
da cidade e o seu sobrinho, fiel escudeiro.
O sitiante chamou o
citadino e lhe ofereceu um burro, o Capricho. “muito bom e macio no cavalgar. É só colocar os arreios, montar e sair
por aí na lida do gado”.
O filho do sitiante,
percebendo a “gelada” em que o rapaz entraria, chamou-o do lado e cochichou no
seu ouvido:
- Não é assim, não. Esse burro é teimoso, bravo e não aceita
qualquer pessoa. E preciso primeiro agradá-lo.
Ele, então, passou a
acariciar o “Capricho” e a conversar com ele. Paciência, cuidado e perseverança.
E assim aconteceu. Colocou os arreios, ajustou-os bem e, sempre conversando com
o “bichão”, que se mantinha impassível. Montou-o e começou a caminhar lenta e
tranquilamente, sob o olhar atônito do
sitiante (que esperava outra atitude do “Capricho”).
Negocio fechado,
pagamentos combinados... Café tomado... E hora de descer a serra, pois a tarde
começava a cair.
O sobrinho, que como
sempre estava por perto, já não continha a ansiedade para “experimentar” a
marcha do “Capricho”. Insistiu e o seu tio, com uma ponta de malvadeza, permitiu que ele realizasse o seu desejo.
O “Capricho”, com os
olhos vendados (sic!), foi montado pelo garoto, que começou a cavalgar. Felicidade
geral.
De repente, mais que
de repente o “Capricho” deu um salto e fez uma curva de 180 graus no ar e saiu
em disparada, atirando o menino ao chão. Entre sustos e risadas ele foi
socorrido, com muitas dores no ombro. Levado à cidade constatou-se uma leve
fratura em sua clavícula.
O comentário geral foi
que o “Capricho”, não derrubou o menino, simplesmente saiu debaixo dele.
Lição da história: É
preciso respeitar a inteligência e as manias dos animais, mesmo sendo eles da
espécie Equus africanus asinus, isto
é, um burro.
Imagem: Google
Muito bom!
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