Definições
de sabedoria e de como ser sábio existem muitas. A internet está plena de
frases, jargões e lugares comuns. Corremos o risco de acrescentarmos mais
alguma coisa... Porém precisamos dar nossa contribuição a respeito do assunto,
especialmente agora que a tecnologia possibilita acessos rápido ao
conhecimento, sem, no entanto, permitir uma reflexão mais profunda. Não... Não
é isso que vamos fazer. Nada de reflexões aprofundadas, pois ninguém está afim
disso.
Somos
radicalmente contra a arrogância praticada por aqueles que se apropriam de
conhecimentos empíricos (nada contra, louvável até...) e fazem uso deles para
humilhar as pessoas e tornar extremamente desagradável conversas que antes eram
promissoras e logo se transformam em monólogos chatos e nada construtivos.
Ser
sábio não é o mesmo que deter conhecimentos. A sabedoria remete ao conhecimento
amplo generalístico, holístico, a partir do autoconhecimento, que conduz a
pessoa sábia para a humildade, para a prudência, para o saber esperar o momento
certo de emitir sua opinião e quando o faz, é para encantar, orientar, oferecer
luz.
O
acúmulo de conhecimento nunca é total. As pessoas se especializam em
determinados assuntos, aos quais amam e a eles se dedicam de corpo e alma...
O sábio
fica satisfeito em ouvir pessoas especialistas. São fontes de aprendizado. Pois
o sábio sabe que sabe muito pouco e que precisa aprender mais e mais. Os
especialistas se esgotam naqueles assuntos que lhes são específicos. É sereno,
impassível, porque está acima das mediocridades.
Muito
bom seria se as pessoas especialistas tivessem um pouco de sabedoria, de
humildade, de menos arrogância. Já os sábios, muitos deles dominam com mais
eficiência determinados temas, podem discorrer sobre eles com mais fluência.
Entretanto, conhece especialmente a alma humana como ninguém. Claro, não são
deuses com poderes para desvendar o mais recôndito dos sentimentos,
especialmente as dores que perpassam a alma. Mas deles se aproximam, pois
conhecem a si mesmos.
Outra
característica que torna o sábio especial: ele tem a capacidade muito mais de
fazer perguntas do que afirmações contundentes e “definitivas”.
O
sábio, presente numa reunião empresarial, ou religiosa, ou política, ou de
clube de serviço, ou de qualquer outro gênero, sem emitir qualquer opinião, num
momento crucialmente estratégico ele faz a pergunta que muda radicalmente a
direção do evento. Pergunta que inquieta, que incomoda, que desinstala, que salva.
O sábio
não se identifica, não ostenta crachá, não se veste como tal. O sábio, não
importa a idade: pode ser um trainee, um estagiário, um recém-chegado, o
empregado mais antigo, o sócio mais experiente, o decano da comunidade... Ele
simplesmente é sábio. É tranqüilo, fala pouco, não esquenta o debate, não deturpa...
Observa muito e é essencial nesse mundo doidamente veloz, superficial e banal.
Imagem:
Google
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