O mundo
atual, as vezes se apresenta aos olhos do observador um pouco mais atento de
forma muito estranha. Há uma convivência muito mais intensa entre gerações,
graças ao avanço da expectativa de vida das pessoas. Assim, temos um grande número
de pessoas totalmente lúcidas com idade avançada, dialogando com pessoas de
meia idade e com jovens.
Não
resta dúvida que na maioria das ocasiões o assunto em pauta é a diferença do mundo
atual em relação ao mundo antigo. E o que choca mesmo é a mudança de valores,
de costumes a velocidade e a tecnologia. E também a violência...
“Ah! No meu tempo não era assim, não!”.
Muitos jovens até se irritam com isso, pois tais jovens não viveram no passado
e, portanto, não têm a menor noção do foi viver lá.
Um
exemplo: Devido a violência e a
incapacidade governamental de garanti-la à população, parte dela, especialmente
a classe de maior e melhor poder aquisitivo
vão morar em condomínios fechados. Fechados e autossuficientes. Os
moradores pouco saem de lá, principalmente as crianças.
O mundo
fica restrito... O condicionamento existe... O mundo de fora vem para dentro
das casas via TV e Internet. Quer queiram quer não, é uma vida intramuros.
Por
outro lado, a vida nos centros urbanos é “quase” a mesma coisa. As cidades se
verticalizam e os edifícios procuram oferecer o máximo de conforto e atividades
para que as pessoas saiam para a rua, apenas por necessidades de trabalho,
estudos, médicas, viagens... Não é a toa
que os serviços de “delivery” estão em vento em polpa.
Há uma
segmentação... Há nichos urbanos... E os bairros tidos como “operários” estão
sendo empurrados para longe dos centros urbanos... Aliás, em localidades
estratégicas quarteirões inteiros são derrubados para a construção de Shoppings
Centers, com total estrutura de alimentação, lazer e segurança. Os mais recentes
incorporam hotéis e flats para que os moradores se sirvam por ali mesmo.
E os
serviços de transportes urbanos, priorizando esses nichos, se prestam muito mais para o acesso de
empregados domésticos de das lojas do que para os moradores, os quais pela suas
condições de vida se utilizam dos carros para a locomoção, entupirem as ruas e
causar mais poluição da atmosfera.
Essa
nova realidade econômica e social, aliada à tecnologia da informação
possibilita o retraimento das pessoas, o isolamento, a pouca conversa, a baixa
interação e integração. As pessoas pouco se conhecem... Inclusive muitos
preferem as compras em supermercados à noite ou de madrugada... Sintomas de que
realmente não desejam contatos com muita gente.
E a saudade
fica para os saudosos e saudosistas... Nada mais!
Imagem:
Google
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