segunda-feira, 31 de março de 2014

PERFUME



Um dos cinco sentidos com os quais as pessoas se comunicam com o mundo externo e que tem sua função também primordial à manutenção da vida é o olfato. É através dele que se sente o mal cheiro, identificando, por exemplo, produtos estragados que fazem mal à saúde.

Na pré-história os nossos ancestrais percebiam a presença de predadores sentido os seus “cheiros”, quando não podiam vê-los. Foi, também, com o olfato que eles perceberam que algumas plantas exalavam “cheiros” diferentes, que faziam bem e causam uma sensação até então desconhecida de bem-estar. Foi assim que nasceu o uso do perfume, primeiro em rituais místicos nos quais se queimavam essas plantas em oferendas aos deuses, daí a origem do nome per fumum, isto é, por meio da fumaça.

O olfato está intimamente ligado às emoções. Com isso os cheiros ruins e as fragrâncias agradáveis sempre mexeram com a sensibilidade das pessoas, ora afastando ora aproximando-as.

Assim, ao longo da história a relação das pessoas com os aromas agradáveis ao olfato foi se aprimorando. Os reis e sua turma, não muito afeitos aos banhos, usavam os óleos e ungüentos para alívio dos desagradáveis odores oriundos da falta de higiene.

E foi com a industrialização, a partir do Século XIX, que surgiu uma importante parceria entre perfume e moda que se mantém até hoje e cada vez mais ganhando importância para a vida das pessoas, determinando, inclusive, comportamentos.

Hoje se percebe que uma pessoa delicada, fina, educada, de boa índole, de formação humanística, usa perfumes também suaves, delicados, que fazem bem a elas próprias, às pessoas que estão próximas e aos ambientes que freqüentam. São sobretudo discretas.

Já as pessoas grosseiras, arrogantes, autoritárias, egoístas, centralizadoras, tendem usar perfumes mais fortes, agressivos, no sentido de se impor perante aos demais. Pessoas assim, mesmo que usem perfumes suaves, amenos, não conseguem ser agradáveis.

E é tão séria essa opção por certos tipos de perfumes e suas fragrâncias que pode gerar nela mesma e noutras mais sensíveis, sensações muito desagradáveis, como alergias, com erupções na pele e até enjôos, tonturas e vômitos.

Pois então que fique o alerta. Os perfumes podem afetar as relações humanas. Precisam ser pesquisados e adequados ao tipo de pele, às questões endocrinológicas hormonais e às características da personalidade. Cuidado também com a origem e fabricação.

O perfume é um cartão de visita...


Imagem: Google






sábado, 29 de março de 2014

SIMONE DE BEAUVOIR



Escritora, filósofa existencialista e feminista francesa. Está entre as principais intelectuais da História da França.

Famosa por suas idéias tidas como avançadas para a época, especialmente em defesa da mulher e pela sua união não formal, mas duradoura com o filósofo Jean-Paul Sartre, outro gênio do pensamento existencialista.

Simone nasceu em Paris em 09 de Janeiro de 1908 e faleceu na capital da frança em 14 de Abril de 1986. Está sepultada no mesmo túmulo do companheiro no Cemitério de Montparnasse.

A postagem de hoje é em sua lembrança e homenagem.

Imagem: Portal Terra

Vídeo: Youtube














sexta-feira, 28 de março de 2014

LOUCURA


Os dicionários definem loucura como doença mental, pensamentos anormais, perturbações mentais, insanidade mental, demência, alucinações, delírios, extravagâncias, imprudência, e por aí vai.

Definições formais, socialmente aceitas. Bem, não seriam propriamente controvérsias, mas, digamos, reflexões outras. Podem ser consideradas até opiniões particulares, sem vínculos acadêmicos.  Mas, loucura pode ter outras definições e conotações...

Existem milhões de pessoas doentes mesmo, abarrotando os hospitais psiquiátricos, transformando esses locais em depósitos humanos. Sim, isso é verdade!

A história da humanidade é sempre contada a partir do grupo social dominante. É a sua verdade, a sua vontade, as suas aspirações, que determinam a estrutura e organização das sociedades quanto ao econômico, ao social, ao religioso, ao político. É uma imposição, de cima, goela a baixo. E o que isso tem a ver com loucura?

Acontece que aquelas pessoas dotadas de uma capacidade  de enxergar para além do seu tempo são perigosas para o sistema, isto é, para a estrutura social vigente. Essas pessoas incomodam e precisam ser eliminadas ou acusadas de “loucas”, pois essa “doença” é “perigosa”, “incurável” e “detestada” pela sociedade, que aprendeu desde sempre a rejeitar os “loucos”. Então os regimes autocráticos e autoritários “isolam” essas pessoas perigosas, internando-as em asilos, hospitais, ou simplesmente, como os leprosos, abandonando-as em lugares afastados. Ou matam-nas... Aí fica fácil.

Tratamento de choque, tortura, medicamentos “apropriados” e, então, essas pessoas realmente adoecem, permanecem segregadas, o sistema livre de ameaças e a sociedade em paz.

Esse é um caminho. Outros existiram (e ainda existem).

O apóstolo Paulo chamou de “loucura da cruz”, a morte de Jesus Cristo. Historicamente falando, Jesus assumiu a loucura de contestar e ameaçar os sacerdotes do templo. Estes, temerosos, agiram rápidos e aceitaram logo as acusações contra Jesus e o mandaram matar. Pilatos, fraco e em conluio, “lavou as mãos!”.

Thomas Morus, conhecido como "o homem que não vendeu sua alma", num “ato de loucura” não se converteu ao Anglicanismo, peitou Henrique VIII e foi morto. A igreja Católica o canonizou. Agora ele é santo. 

Joana D’Arc. radicalizou (loucura) seu amor pela pátria e pela Igreja e, como homem, ajudou seu país, a França a derrotar os Ingleses na Guerra dos Cem Anos. Acusada de bruxa morreu na fogueira. A Igreja, reconhecendo a Injustiça, resgatou a sua memória e também a canonizou. Hoje é uma das padroeiras da França.

Muitos e tantos outros radicalizaram e pagaram preços altos por sua “loucura”. Antonio Conselheiro, Gandhi, Luther King Jr, Chico Mendes, Irmã Dorothy, Francisco e Clara de Assis, Mandela. A lista é enorme. Os destinos únicos: a incompreensão do momento, o medo das mudanças, as injustiças sofridas...

Mário Sergio Cortella, em seu livro “Pensar bem nos faz bem!”, citando Paulo Freire, fala na “sã loucura”, aquela que contrastando a doença, faz as pessoas a pensarem e agirem em prol do bem da sociedade.

Altruísmo, visão de futuro, coragem, desapego, heroísmo, profetismo. Assim é possível polemizar dizendo que na verdade os loucos são aqueles que condenam visionários à loucura...

E os dominantes continuam a contar a sua “história oficial”.


Imagem: Google


quinta-feira, 27 de março de 2014

TUDO ESTÁ EM TRANSIÇÃO


Até as pedras rolam...” E um dia se encontram ou se reencontram... Tudo está em transição!

Erra quem afirma alguma coisa no mundo está estático. Até as pedras... Tudo se movimenta. Há os pequenos e, também, os grandes movimentos. Há, sim, uma grande coordenação, tudo está previsto (quase). O que a ciência não explica, o sobrenatural, mediante a fé de cada um o faz com propriedade.

Tudo está em transição... O universo total, aquele que escapa à visão humana, mas não dos grandes telescópios instalados em terra ou no espaço, como o Huble, também. Os astrônomos juram que isso é verdade. O conjunto do universo caminha célere para algum lugar do infinito. E a pobre e minúscula humanidade pega carona nesse imenso trem.

A ciência que se aperfeiçoa continuamente, descobre a cada instante os mecanismos que ajudam a compreender o planeta terra como um organismo vivo, em mudança, em transição. Atesta isso os terremotos, os vulcões, os tsunamis, as acomodações de placas tectônicas. Tais movimentos fazem nascerem as ilhas, fazem-nas desaparecer,  aflorarem as pedras e deslocá-las pela natureza. Os oceanos sobem, invadem as praias e derrubam prédios. Os ventos lançam para longe as areias e vilas inteiras são encobertas.

E os seres humanos também estão em constante mudança. Nascem, crescem, amadurecem, reproduzem, envelhecem e morrem.  E deixam herdeiros. A história registra em documentos, relatos, através da arte, de fotografias, do cinema, as mudanças no aspecto físico das pessoas. Dos seus costumes, dos seus hábitos, da forma de viver, enfim.

O ser humano já foi nômade. Sua economia humana já natural, coletora, extrativista. Já passou por uma série de modos de produção: o natural, o coletivo, o oriental, o socialista, o capitalista. Experimentou muitos sistemas políticos: impérios, autocracias, teocracias, absolutismo monárquico, monarquia parlamentar, ditaduras, presidencialismo, democracia pura, democracia representativa ou relativa. Já viveu de esquerda, de direita, de centro. E fez grandes revoluções e guerras fratricidas, sem sentido algum.

Tudo está em transição... Em mudança constante... Em aperfeiçoamento crescente (quem sabe?). Quem viveu vegetariano a vida toda, num passe de mágica passa a ingerir carne... Muitos mudam de religião, de regime de casamento, de partidos políticos... Quem cobrava cachês altíssimos para realizar seus shows, de repente baixam o custo de seus espetáculos para quase nada! Quem era sedentário já virou nômade e está com o pé na estrada.

A educação das crianças no que se refere a valores humanos e morais, antes privilégio das famílias, agora é responsabilidade da escola que perde sua função básica que é a de formar a base do conhecimento para a vida. Perdida, a escola não faz nem uma coisa nem outra...  Quem perde?

E assim são as coisas nesse mundo de Deus. Tudo muda, tudo é transição, quando não transitório. 



Imagem: Google

terça-feira, 25 de março de 2014

INSENSIBILIDADE


Pessoas insensíveis ajudam a tornar o mundo atual cada vez mais inóspito para nós, seres humanos normais.  Está em curso a banalização, a dessacralização dos valores e a secularização. O mundo, socialmente falando, caminha no sentido contrário do aquecimento global: para a frieza total das relações sociais.

Banalização é tornar tudo normal, tudo banal. Assaltos, estouros de caixas eletrônicos, estupros, carros invadindo calçadas, desrespeitos aos direitos humanos, preconceitos, exploração de mão-de-obra barata, são situações consideradas inerentes à realidade atual. Não são não! E preciso que as pessoas se incomodem com isso...

Dessacralização dos valores é tornar sem importância valores históricos dos seres humanos, como respeito à vida, à propriedade, à família, à educação com base na ética.

Securalização é não cultivar valores religiosos, tornando-os ultrapassados, cafonas, portanto, inapropriados para os tempos atuais. A religião (ou a religiosidade) é relativizada e deixa de ser fundamental para o equilíbrio moral e social, o que geraria paz e harmonia entre as pessoas.

Na esteira dessas condições o ser humano torna-se insensível. Isto é, não mais se emociona, centraliza-se em si mesmo, torna-se egoísta, suas relações sociais resume-se ao grupo que lhe satisfaz.

São pessoas que não conseguem ter e manifestar  sentimentos amorosos, não tem percepção das coisas boas da vida e são indiferentes aos valores estéticos da arte, da música, enfim das realizações humanas. Geladeiras ambulantes, capazes até de jogar água fria em qualquer discussão mais animada, mas acaloradas.

Pessoas frias, e choram, o fazem na solidão. Aliás, a solidão é a sua melhor e maio características. É lógico, quem vai querer conviver com pessoas que passam pó cima da alegria, do sorriso de uma criança ou de uma situação de dor e/sofrimento.

São pessoas que não conseguem cumprimentar efusivamente outra pessoa, de lhe oferecer um carinho, um abraço. Ou mesmo um tapinha nas cosas. E quando saem do ambiente, nem mesmo um até logo consegue expressar.

É mais uma classe de pessoas que se não mudarem (para melhor, é claro), são solitárias, sem alegria, pessimistas e dignas de pena.

Chato, não!


Imagem; Google

(IN)GRATIDÃO



Sabedoria de mãe: Minha mãe sempre dizia que as suas primeiras palavras que a criança deveria aprender eram “papai” e “mamãe”, e a terceira, “obrigado”. Aprendi com ela que a gente deveria (e deve) agradecer sempre.

Gratidão a Deus pelo dom da vida, pois somos o resultado do milagre do amor. Gratidão por amanhecer todos os dias, pois é o milagre da vida que se renova, após o repouso de um sono reconfortante. Gratidão pelo trabalho que sustenta a vida... Gratidão pelos filhos, a continuação da vida que gera novas vidas, e novas vidas...

Gratidão pelas pessoas, anônimas ou não, que nos prestam serviços, nos ajudam, fornecendo os elementos necessários para a manutenção da nossa saúde (sinônimo de vida), os gêneros alimentícios, os medicamentos, o transporte, a moradia, a cultura, o saber, a educação e tantas outras coisas nos são essenciais e muitas vezes nem nos damos conta que acontecem e das histórias, das emoções, dos dramas, das lutas inseridas no seu processo produtivo até chegar até nós. Mistérios humanos.

Gratidão pelos parentes e amigos. Pessoas que estão sempre próximos de nós, não permitindo que a solidão nos invada. Pessoas que quando delas necessitamos imediatamente se aproximam de nós, antes mesmo do nosso chamado. Amigas verdadeiras, na melhor acepção da palavra.

Agradecimento sempre! Aprendi isso, sabe mãe. Foi uma das melhores coisas que a senhora me ensinou, dentre tantas outras maravilhas. Agradecimento sempre!

Por outro lado, vejo com o coração apertado, que a ingratidão ainda permanece no meio de nós. O Egoísmo, a arrogância, o olhar no próprio umbigo, estão presentes e corroem as relações humanas. As pessoas não são formadas nos critérios da humanização e se tornam centralizadoras, narcisistas e seus olhares estreitos encurtam os horizontes e nos quais percebem apenas aquilo que lhes interessam de imediato.   Pensam nelas próprias e não sabem agradecer, muito menos capazes de pequenas gentilezas. E o mundo e a sociedade vão se tornando cada vez mais frio, portanto inabitável.

É muito fácil agradecer os grandes favores. Difícil é se lembrar dos pequenos e milhares com os quais somos agraciados.

É inestimável um sorriso, um agradecimento, um reconhecimento para alguém que em algum momento nos serviu. Um balconista, um condutor de ônibus, um sorveteiro, um atendente bancário e tantos outros anônimos... Um sorriso, uma palavra amiga, pode ser um diferencial na vida dessas pessoas.

A ingratidão só transfere para o futuro os momentos de alegria... E deixa na alma marcas, indeléveis, inapagáveis...

Sua bênção, mãe... Saudades da senhora! Agradeço a Deus por ter existido em minha vida!

Imagem: Google



segunda-feira, 24 de março de 2014

O HUMANO, SER FALÍVEL



Acompanhei recentemente os momentos finais de uma partida de basquetebol masculino pelo principal torneio do país. Segundo os comentários da transmissão radiofônica, uma partida muito equilibrada, com ligeira vantagem do time visitante que mantinha o marcador sempre alguns pontos na frente.

No time da casa, tido como um dos melhores do torneio e sério candidato ao título nacional, mas sempre atrás no marcador, um dos seus jogadores se destacava com uma atuação perfeita, com índice de erra praticamente zero, especialmente nas bolas de três pontos que fazem a diferença na partida e no resultado. Acontecia, porém que o time visitante, tecnicamente inferior, naquele jogo “sobrava” em quadra pelo seu conjunto, por sua garra e com boa dose de sorte.

A questão é que quando faltava apenas 4 segundos para o término da partida, com o resultado de 91 a 90 para os visitantes, a bola estava nas mãos daquele jogador que havia feito até aquele momento uma partida perfeita, era o “cestinha” do jogo e era a esperança de vitória, pois uma cesta dele, mesmo que de dois pontos era a garantia da vitória. O público que lotava o ginásio estava de pé, pronto para explodir de alegria. Eram apenas 4 eternos segundos... E aquele jogador perdeu a bola.  O placar se manteve e o time visitante confirmou a vitória.

Eu torcia para o time visitante que me era próximo aos sentimentos. De ansioso saltei para a alegria. Mas não deixei de ficar pensativo na capacidade do ser humano de permanecer perfeito em tudo o que faz. Certamente a emoção traiu aquele jogador que se manteve frio durante toda a partida, mas não naquele momento crucial.

Vale pensar na fabilidade humana... Não existe ser humano perfeito, nem o ator mais bonito ou atriz mais bela. Não existem máquinas perfeitas, pois elas foram projetadas e construídas por mãos humanas.

O rapaz não teve culpa. Certamente foi movido pelo calor do jogo e corajosamente (mérito dele) trouxe para si a responsabilidade de definir a partida. Certamente, também, é uma boa pessoa, um exemplo de luta e dedicação.

Entretanto, levando para a vida fora das quadras, vale pensar no significado da perfeição... Onde ou com quem ela está... Vale pensar na arrogância humana... Na pretensa autoridade de pessoas que se sentem donas de tudo e de todos. Um dia a casa cai...

Vale pensar nas implicações do egoísmo, da auto-suficiência, da não dependência, do individualismo...

Não vou identificar os personagens dessa partida de basquete. Nem onde, nem quando aconteceu, pois não tenho autorização para isso. Mas que foi uma bela lição de vida, disso tenho certeza.

Imagem: Google


domingo, 23 de março de 2014

UMA CARTA DE FRED - DOCE LORRAINE


Uma linda história de amor, que em muito acrescenta à reflexão do Pe. Fábio de Melo, postada ontem.

Fontes: Facebook
             Youtube


sexta-feira, 21 de março de 2014

DEVANEIOS



É difícil acreditar que hoje em dia possam existir pessoas que ainda se dão a momentos de devaneios.

Já é repetitivo, mas é sempre bom lembrar que uma das características do mundo de hoje é a velocidade, a rapidez, as nuances e as mudanças. Há quem diga que a única coisa que não muda atualmente é a própria mudança.

Aqueles que dizem especialistas e se arriscam no exercício da futurologia afirmam que o conhecimento de agora será totalmente substituído num prazo muito curto de tempo. Assim o que hoje “é”, no instante seguinte pode não “ser” mais... E novos produtos, novas situações, novas realidades, novos comportamentos, novas doenças (ou ressurgentes) se apresentam às pessoas a cada momento.

E, num mundo assim, marcado pela inconstancia, não se pode conceber pessoas que possam viver no passado, nutrindo-se de lembranças, de nostalgia, desligado (ou desplugado) da realidade.

Viver em devaneios é o corpo num lugar é a cabeça plena em pensamentos saudosistas em outro.  Espécie de alienação. E o que é alienar-se? Alienar-se é dar-se a outro, é pertencer a outro mundo, outro tempo, outra realidade e até mesmo a outra pessoa.

Vive no mundo da lua, imaginando mundos impossíveis...

Leseira, abstração, alheamento, desatenção, desvario, ilusão, displicência, negligência, inadvertência, indelicadeza... São algumas características que pertencem ás pessoas que vivem em devaneios. Vê-se que são situações que fogem às reais necessidades da vida humana hoje. Exemplos de pessoas assim são aqueles que ao conversar sobre determinado assunto só fazem rodeios, ficam na periferia e nunca chega ao tema central, o que realmente interessa. Gera impaciência nos interlocutores.

Hoje, exige-se muito das pessoas. Multitarefa, Geração “Y”, rapidez de raciocínio, concentração (quando possível), segunda ou terceira línguas, conhecimento de informática, internet essencialmente, leitura dinâmica, atenção o tempo todo. Dormir (também quando possível). Uma pessoa em devaneio jamais se adaptará a uma realidade assim. Ficou, fica, ou ficará  muito longe, na primeira estação do trem da história. Este foi, voltou, foi novamente e a pessoa ainda está se arrastando pela vida...

Existem culpados? Sim, existem culpados! O capitalismo, o consumismo, a modernidade, a pós-modernidade... Elementos que no desenvolver da história recente foram roubando os momentos de contemplação que as pessoas tinham. A “ocupação” foi preenchendo o dia-a-dia das pessoas. Acontece que a grande maioria foi se adaptando. Outra parte não percebeu as mudanças e continuaram naquela vidinha contemplativa, sonhadora e passando isso para alguns de sés descendentes.  Não há que lamentar o passado, O jeito é juntar os cacos da civilização que passou e correr atrás do prejuízo.

Colocar os pés no chão, plugar-se, antenar-se, ligar-se, participar, buscar a visão holística do mundo e da realidade e, se possível, agregar as coisas boas do aprendizado do passado para melhorar o presente. Nem tudo é maravilhoso hoje em dia. Se no passado o ser humano era mais valorizado ainda que para uma elite dominante, hoje não passa de massa de manobra.

É preciso colocar o pé no freio, diminuir a velocidade (evitando tantos acidentes) e valorizar mais as pessoas. E voltar àquela máxima de que “ser” é mais importante que “ter”. Essa é uma boa bandeira de luta dos “devaneistas”. Sem exageros de ambos os lados, é claro!


Imagem: Google





quinta-feira, 20 de março de 2014

BATOM VERMELHO


O vermelho é pleno de simbologia, especialmente para as mulheres. Para os homens também, mas estes preferem ficar na retaguarda, não se expondo em demasia. As mulheres têm todo o caminho livre para se expressar, se impor e se expor. Porém enganam-se aqueles que vêem nessa postura feminina um caminho aberto para as aventuras fáceis.

Sim, pois o vermelho é, segundo os especialistas a cor da sedução,  emoção, da ação, da luta, do convencimento, da autoridade, do poder, e não simplesmente um “estar disponível” para um momento apenas.

Há uma história e um longo caminho percorrido na construção desse processo que tem inicio na pré-história humana, ainda permanece entre os animais que têm proximidade com os humanos (os símios) e se aperfeiçoa nos seres humanos. Na natureza há o ciclo da vida, em cujo centro está a atividade sexual para reprodução. Nele o vermelho faz todo o sentido. Os órgãos sexuais das fêmeas, graças aos hormônios que entram em ação nesses momentos, adquirem a tonalidade avermelhada, sinalizando para o macho que é hora de se aproximar delas.

A mulher quando entra no período fértil tem, também, tem alterações hormonais que a torna mais receptiva, pois sua circulação sanguínea aumenta, sua pele se transforma, repercutindo até nos seus cabelos que ficam mais sedosos e macios. É a ação do vermelho, cujo alcance vai muito mais longe, para além da simples reprodução.

Assim, usar vermelho é tornar a mulher mais altiva, atraente, senhora de si, Claro que alguns cuidados são necessários, como a coerência no combinar adereços no cabelo, batom, vestidos, sapatos e acessórios. O ridículo é um perigo que não deve ser menosprezado.

O uso batom vermelho, segundo estudos, faz da mulher o destaque do evento e mais, se comprometida, realça a importância do parceiro, pois está exercendo a sua liberdade, a confiança, a transparência, qualidades que são a essência dos relacionamentos maduros, modernos e duradouros.

O batom vermelho é mítico... Há relatos de homens que após participarem de eventos sociais, ficam perturbados com as imagens daquelas mulheres que passaram à sua frente e estavam usando, no mínimo, um batom vermelho.

O batom vermelho é sinal de altivez e não de outra postura qualquer, como pensam alguns homens, imaginando conquista fácil. É sinal de maturidade e, portanto, de acesso muito mais difícil, senão impossível.

Porém, justiça seja feita... Não desprezemos as demais tonalidades de batom e a liberdade das mulheres em usá-las de acordo com seus gostos e personalidades, pois o que vale mesmo nelas é a alma, o coração, a docilidade, o ser gente, livre e feliz...


O resto, como diria Shakespeare, pela boca de Hamlet, é silêncio...”

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quarta-feira, 19 de março de 2014

APRENDER... ATÉ QUANDO?



... Até sempre!

Temos nosso ciclo escolar: da pré-escola ao pós-doutorado. Nesse ciclo há um aprendizado específico, primeiro a formação geral e depois a especialização em determinadas áreas de acordo com o nosso interesse.

Há o aprendizado com os cursos em assuntos e ou temas específicos fora da área acadêmica. São profissionalizantes, e também, voltados para a saúde e bem-estar pessoal e familiar.

Paralelamente há o aprendizado com a vida, com as experiências, com as vitórias, com as derrotas, com os relacionamentos.

A vida ensina muito mais que a escola. Ela passa educação, que é muito, mas muito mais ampla que o aprendizado acadêmico, formal.

O diferencial, tanto no processo formal (escolar, acadêmico) como no processo da vida é o “querer” aprender.

Muitos concluem o ciclo escolar, obtém os certificados e sabem muito pouco. Precisam viver para consolidar o que aprendeu. Não apreendeu, isto é, não introjetou, não incorporou, não se apropriou do que aprendeu.

Aqueles que experienciam situações que são de aprendizado se não o quiserem, se não se predispuserem a aprender, também não aproveitarão o que a vida tem a lhe ensinar.

Por outro lado, aqueles que são humildes, mas não abobalhados, abertos ao diálogo com as pessoas e com a vida, muito aprenderão. Einstein disse um dia que “aqueles que abrem seus cérebros para novas idéias, eles (seus cérebros) jamais voltarão ao tamanho anterior”. Isto é, crescem.

Há os que desejam crescer sempre... Esses atingirão ao longo da vida o topo, o conhecimento holístico, o conhecimento total. Há os que preferem continuar na mediocridade em que está e continuar ser dignos de pena. Estes jamais serão agentes de sua própria história. Serão eternos infantilizados, e infelizmente morrerão assim. Anônimos!

O querer deve sempre a motivação maior para o crescimento. Há pessoas que necessitam de aberturas de caminhos. É o caso dos equipamentos novos de informática. Ninguém nasce sabendo e procura ajuda. Conseguindo, seguem em frente, caminhando com os próprios pés. Isso é maravilhoso. Mas tem gente que não gosta de ensinar, preferindo guardar para si os conhecimentos adquiridos. Isso é uma injustiça e uma incompreensão. Mas isso não tem muita importância, pois quem quer vai atrás e consegue. E os caminhos são muitos.

E o que interessa mesmo é essa abertura ao novo, ao novo aprendizado... Estar antenado, plugado no mundo em constante mudança é o mote, a senha para ser feliz.

Imagem: Google


terça-feira, 18 de março de 2014

DOR DE CABEÇA


Foi um dia daqueles...

Minha noite foi uma sucessão de terríveis pesadelos. Estive por lugares tenebrosamente fantasmagóricos, indescritíveis. Naveguei por mares “nunca d’antes navegados” e vi monstros que o cinema ainda vai mostrar, caso eu consiga descrevê-los.

Abri os olhos, já era dia e o sol quente brilhava no espelho... Levantei-me de sobressalto. Minha cabeça pesava o triplo do meu corpo, que, aliás, já extrapola o meu IMC ideal. Caí de costas na cama (Ainda bem!). Doía... Ah! Como doía!

O cocuruto pulsava feito garganta de sapo. A cada pulsação uma martelada... Doía... Ah! Como doía!

Levantei-me devagar e abri a janela... A luz do sol foi como uma espada que atravessou o meu olho e o meu cérebro... Joguei-me novamente na cama... O que está acontecendo? A morte está me chamando? Não, não, não vou ceder, vou lutar!

A cabeça pulsava... Doía... Ah! Como doía! Na testa, no alto, de lado, na nuca...

Liguei o rádio... Aquele som, aquele chiado, aquela batida, mexeu com o estômago... Na rua, um caminhão acionou o freio a ar: foi desesperador.  O cachorro do vizinho latia e o eco do latido respondia no centro do meu cérebro... De repente uma buzina, meu corpo rodopiou e a cabeça ficou no lugar. Senti-me personagem do filme “O Exorcista”, aquele original. Estava tontinho da silva de tanta dor e enjoo...

Quase de quatro, fui ao banheiro... Vomitei as tripas... E quase errei o lugar para deixar a diarreia... Estava só... Terror absoluto!

A cabeça continuava pulsando... E doía,,, Ah! Como doía... Deitei outra vez e cobri o rosto... Não queria ninguém perto de mim... Mas precisava de ajuda... Tentei coordenar as idéias... O que foi que eu fiz? O que eu ingeri de diferente? Não fumo... Não bebo... Não uso remédios... O que eu fiz de errado? Nenhuma resposta...

Passam-se os minutos... Pareciam horas, eternidade... Preciso de ajuda! Não. Não posso gritar... Quero o amor da minha vida! Quero minha mãe!

Pensei em tantas doenças: enxaqueca, meningite, hipertensão, AVC, enxaqueca... Meu Deus, anos e anos na cama! Não! Preciso de ajuda!

Em pânico, dor lancinante... Estou molhado, encharcado, com frio. Será que urinei na cama? Não, ainda não foi desta vez.

“Força! Você é capaz!” Arrastei-me até uma gaveta. Lá poderia haver algo parecido com dipirona.  Graças a Deus... Obrigado, meu amor! Lá encontrei o remédio salvador... 35 gotas de horrível sabor...

Tudo fechado, o mais escuro possível, silêncio, o sono salvador. Lá pelas tantas, extenuado, acordei... Vazio, fome, solidão, saudade de você, meu amor... Tristeza...  E um pequeno gosto de vitória pela superação.

Acho que vivi um pedacinho do Calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Imagem: Google

segunda-feira, 17 de março de 2014

AUTOCRÍTICA: O ENFRENTAMENTO DE NÓS MESMOS




Miramo-nos no espelho pelo menos uma vez por dia. Analisamos todos os aspectos de nossa aparência física, desde os cabelos até os pés. Dependendo do tempo disponível fazemos análises mais ou menos aprofundadas. Verificamos o penteado, as sobrancelhas, as olheiras se estão acentuadas ou não, os cravos, as espinhas, as roupas se realmente estão combinando ou estão de acordo com o clima do dia. Fazemos uma análise ou uma autocrítica do nosso aspecto externo.

Se estamos amuados, se dormimos mal, se vivenciamos pesadelos, as preocupações são nossas prioridades... E mesmo se o tempo está chuvoso... Tudo isso afeta o nosso humor e a dificuldade de acertamos o nosso visual é maior. Então, o dia já não começa bem...

Essa autocrítica fazemos diariamente... E determina ações práticas como cortar ou pintar o cabelo, comprar peças novas de roupas, cuidar das unhas, das medidas...

Contudo, outra análise precisamos fazer periodicamente: o nosso interior, as nossas premissas, os nossos valores, as nossas atitudes, as perdas e ganhos da nossa vida social.

Não é um momento fácil o enfrentamento de nós mesmos, de cara limpa. É preciso coragem, pois a nossa tendência é a de nos sentirmos seguros das nossas opiniões, das nossas idéias, as nossas posturas.

Muitas vezes nem nos preocupamos se em algum momento ferimos sentimentos de pessoas que estão ao nosso redor. Ou traímos a sua confiança, ou não demos a devida atenção a alguma situação de necessidade que um dos nossos amigos acaso esteja passando.

Segundo Mario Sergio Cortella, “crítica é separação. Fazer uma escolha entre o eu serve e o que não serve” (*).

Portanto, fazer uma autocrítica, tanto quanto a análise do nosso exterior, é fazer uma “varredura” em nosso interior, limpá-lo, separar o lixo e, assim nos tornar cada vez melhores.

(*) Frase do livro “Pensar bem nos faz bem” (Página116) – Mario Sergio Cortella – Editora Vozes.


sábado, 15 de março de 2014

HOMENAGEM A PAULO GOULART - O TEMPO - MÁRIO QUINTANA

Este é o poema de Mário Quintana que Stênio Garcia recitou na comemoração do 59º aniversário de casamento de Paulo Goulart e Nicette Bruno.

Aqui, na voz de Antonio Abujamra... Associamo-nos à homenagem a Paulo Goulart, que, aliás, gostava muito desse poema.


O TEMPO – MARIO QUINTANA

A vida são deveres que trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, é sexta-feira!
Quando se vê, já é Natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, não sabemos mais por onde anda nossos amigos...
Quando se vê perdemos o amor de nossa vida.
Quando se vê já passaram-se 50 anos!
Agora... Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, uma oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Eu seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casaca dourada e inútil das horas...
Eu seguraria todos os meus amigos... Já não sei onde e como estão. Eu diria: "Vocês, vocês são extremamente importantes para mim!"
Seguraria o meu amor que está há muito à minha frente e diria eu te amo...
E dessa forma eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.
E não deixe de ter alguém ao seu lado ou de fazer algo por puro medo de ser feliz...
A única falta que será, será a desse tempo que, infelizmente, não voltará mais.


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sexta-feira, 14 de março de 2014

,,,LARANJAS, JABUTICABAS E CERVEJAS

(A DIFERENÇA ENTRE AMAR E GOSTAR)



Amar tem o mesmo sentido de gostar? Para muitos, sim. Para outros tantos, não.

Posso gostar de uma laranja? Sim! E de jabuticaba apanhada no pé? Sim! E o que eu faço coma laranja saborosa, com a doce jabuticaba, com a cerveja geladíssima? Eu as aproveito para o meu prazer, destruindo-as. Da laranja sobra o bagaço, da jabuticaba apenas o casca. Da cerveja a lata amassada... E assim por diante... Eu gosto das coisas que me fazem bem...

E com gente é também assim?

O marido gosta quando a esposa tem um excelente desempenho na cama, faz uma comida ótima, cuida bem dos filhos, da casa e ainda fica cheirosa para a hora de sua chegada. Mas ela pode um dia se cansar disso.

A esposa adora quando o marido chega com flores, presentes (jóias de preferência), perfumes, a leva para os restaurantes chiques, para os passeios em shoppings e lugares exóticos. Ele é bom de sexo e ela até finge situações inusitadas na cama. Mas ele pode um dia duvidar dessas coisas...

Assim é o gostar: laranjas, jabuticabas, cervejas... Dão prazer, sacia sede, é momentâneo, passageiro... Usa-se e descarta-se... Quimera... Pois, logo ali na frente tem mais... E outras opções...

O amar é diferente. Quando eu amo preservo, cuido, faço crescer. A fonte do amor é um cristal que ao se quebrar não tem mais conserto.

O amor não é fugaz, não é passageiro... É eterno. É para sempre (ou para um longo período da vida). O sexo é uma conseqüência e acontece na hora certa, quando há um querer implícito, uma cumplicidade e é o corolário de um tempo pleno de afeto, carinho e gestos concretos de amor.

Lembro-me de uma cerimônia de casamento numa igreja católica quando o diácono celebrante fixou-se nos olhos da noiva e disse: “...Não se preocupe com sua felicidade. Ela está nas mãos dele!” E voltando-se para o noivo disse: “...Não se preocupe com sua felicidade. Ela está nas mãos dela!”

Assim é o amor: assumir para si a felicidade da pessoa amada. Quem ama não destrói, não transforma em bagaço. Da mesma forma que se ama, quem se respeita, quem se valoriza, não se deixa levar por propaganda enganosa e não engana ninguém.

Quem ama é paciente, verdadeiro, honesto, transparente, quer estar junto. O tempo todo. Quem gosta tem pressa e quer acabar logo, tem muitos “compromissos”.

E na maioria das vezes nem recolhe o lixo que gerou... Preocupa-me os “bagaços” ambulantes...



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quinta-feira, 13 de março de 2014

SOMBRAS


A sombra é gerada quando um corpo opaco, isto é, que impede a passagem da luz interpõe-se à essa luz, projetado no sentido oposto a sua silhueta.

Muito se comenta sobre as sombras.

Há os que as temem. Muitos as relacionam com o sofrimento e a morte (...O vale das sombras!). Sim, aspectos negativos podem ser relacionados às sombras, senão vejamos: escuridão, trevas, fantasmas, períodos tristes da vida, mistérios no falar, no agir, no olhar... E as superstições então?

Muitos vivem nas sombras da ignorância... Uns por não terem tido a oportunidade de aprender a ler e a escrever. Outros ainda adotam a ignorância como regra de vida. Estes também vivem nas sombras. Nem dá para alertá-los, pois sua postura causa repugnância!

Para Jung, contemporâneo de Freud, a sombra exerce no inconsciente, a função de guardar sentimentos que serão manifestados ou ocultados, mas que condicionam o agir da pessoa e a ajuda a se aperfeiçoar como ser humano.

Portanto, as sombras nem sempre são negativas. Em conjunto com a luz produz arte. Feliz do artista que sabe trabalhar luz e sombra num quadro, numa fotografia. Há quem ame fotos em preto e branco, que nada mais são que uma composição de luz e sombra.

Todo camponês ama descansar à sombra de uma árvore após horas de trabalho pesado. Toda criança adora brincar à sombra num parque natural. E há pessoas que necessitam da sombra, do lusco-fusco, da noite, do silêncio, para meditar, pensar em seus poemas, em seus romances, viajar enfim pelos meandros da imaginação.

Porém, como vivemos uma dualidade constante, não existe sombra sem luz. Depois da sombra da noite vem a luz do dia. A sombra da tristeza se instala quando a luz da alegria se esvai. A vida nas sombras, seja ela de qualquer origem, sempre carrega consigo o potencial da luz, da alegria, da felicidade. Esse potencial é intrínseco no ser humano, basta que ele busque, lute para mudar a sua vida.

O espírito esclarecido, consciente da dualidade e da auteridade da vida, não teme as sombras, pois sabe que do outro lado está sempre uma fonte de luz. 


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quarta-feira, 12 de março de 2014

CIDADANIA E POLÍTICA




São coisas diferentes? A Cidadania é um bem? A Política é um mal?

A Cidadania defende unicamente aos direitos? A política tem a ver com os deveres? Qual é mais importante? Qual é menos?

Hoje é bonito falar em cidadania. É pomposo, remete aos excluídos, aos sem-terra, aos sem-tetos, aos desempregados, aos prejudicados pelo poder econômico (daí a importância das leis que defendem ao consumidor), às vítimas dos preconceitos, da violência e abusos em relação à mulher e às crianças...

Já á política causa ojeriza. Política é sinônimo de corrupção, de malandragem, de carreira, de “ganhar dinheiro no mole”. Os políticos são repugnantes e apenas aceitos por seus pares. Alguém começou a atuar politicamente? Já perdeu a credibilidade!

É assim mesmo... Mas não deveria!

A palavra “cidadania” tem origem na expressão latina “civitas” e quer dizer cidade. E está ligada aos direitos de deveres dos habitantes das cidades. Direitos de acordo com as leis das cidades e os deveres decorrentes dessas mesmas leis. Isto é, os romanos sempre procuravam um equilíbrio entre direitos e deveres dos “cidadãos”, assim designados, pois se diferenciavam dos habitantes das zonas rurais e que viviam sob um outro estatuto e eram chamados de “rurícolas”.

Já a expressão “política” está ligada ao conceito de “polis”, a cidade-estado grega. A política era toda a forma de organização das cidades. E como as cidades de organizavam? Estabelecendo leis que determinavam a forma de atuação dos poderes das cidades, bem como os direitos e deveres dos seus “politikós”, isto é dos seus cidadãos.

Os gregos influenciaram os romanos. E estes legaram para a posteridade muitas das práticas jurídicas, sociais, culturais e religiosas dos gregos.

Assim, cidadania e política são a mesma coisa, tem o mesmo sentido. Direitos e deveres das pessoas em sua vida em sociedade. A diferenciação que hoje têm surgiu em decorrência do desinteresse da sociedade em relação principalmente à política, dado que, em função desse distanciamento, os políticos de carreira foram ganhando espaço e, sem cobranças, passaram a fazer dela o que bem entendessem. Pior para a sociedade.

Já a cidadania teve ênfase na questão dos direitos, mais que os deveres, porque a sociedade, agindo “politicamente” passou a usar as grandes parcelas da população excluídas, pobres, desamparadas, como massa de manobra.

Qual o caminho? Conhecimento! Estudos! Questionamentos! Manter-se antenado! Plugado na informação! Busca de equilíbrio. A equação é simples: se eu tenho um direito, a ele está ligado um dever. Da mesma forma se eu tenho um dever, junto dele eu tenho um direito. Pago imposto... É um dever que gera um benefício. Exijo um direito, preciso pensar que esse benefício também gera um dever.

Cidadania e política: caminham juntas e em equilíbrio.


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terça-feira, 11 de março de 2014

TENTAÇÕES

Humanas tentações...

O ser humano é movido por sonhos. Aquele que não sonha não evolui, não cresce. Cresce física e biologicamente, mas não mentalmente. Quando nasce, filosoficamente é uma “tabua rasa”, isto é, nada tem a não ser a sua herança biológica ou genética que irá se desenvolver o não.

Entretanto, será no ambiente que ele crescer que ele se formará para a vida. Dependerá de sua família, de seu meio social, das tradições culturais religiosas e políticas para construir suas premissas e seus paradigmas que nortearão seu “modus vivendi” e sua maneira de pensar diante das reais condições com as quais de defrontará ao longo da sua história.

Alguns aspectos ou características lhe serão inerentes: as ambições, os sonhos, a vontade de “ter” (que hoje vem antes do desejo de “ser”), sobretudo o desejo, mais do que justo, de ser feliz, realizar-se profissionalmente e ganhar o mundo...

Tudo lindo, tudo maravilhoso... E é assim mesmo que deve acontecer. O ser humano nasce para “construir uma história” e não para o anonimato. Mas aí moram alguns perigos. A realização dos sonhos deve partir de um patamar de humildade, de esforço próprio, não se servir de outras pessoas como escadas, não humilhar... A sua estrada deverá ser marcada por rastros de bondade, de amor, de amizades, de abraços, de acolhimentos, de simpatia e empatia...

Então, chega-se ao perigo maior: as tentações. Tentações do poder, do poder político, do poder econômico, do poder do machismo, da arrogância, da superioridade. Mario Sergio Cortella prega que “...O conhecimento humano é para encantar as pessoas e não para humilhá-las”. Belas e sábias palavras,

O sonho do poder também é inerente à alma humana. É tão chato ouvir pessoas que são arrogantes, falam com superioridade, contam vantagem e não dão a mínima chance ao seu interlocutor.  A conversa se transforma num monólogo no mínimo enfadonho. E as pessoas não vêem a hora disso  acabar. Alguém disse no passado: “Uma boa maneira de acabar com uma conversa indesejável é concordar com seu interlocutor”. São pessoas tristes e não se dão conta da origem de sua tristeza.

Por outro lado é sadio e maravilhoso com pessoas que sabidamente é superior em cultura, conhecimento geral e em poder econômico, mas tem a humildade de se igualar aos demais e desenvolver um relacionamento democrático onde todos falam e são ouvidos. O encontro é animado, o tempo passa depressa e todos lamentam com um “Ah! Pena que acabou... Estava tão bom!”

Essa é a diferença... Uns pensam que são donos das situações e acham que agradam. Outros dominam a si mesmos, vencem as tentações vivem cercados de amigos e são mais felizes, com certeza.


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segunda-feira, 10 de março de 2014

CICLOS


Estamos no inicio do terceiro mês do ano. Aliás, para muitos 2014 só agora começou... O verão, aqui no hemisfério sul, a estação da alegria, da vida intensa, caminha para o seu fim. Logo chegará o outono, a estação das folhas caídas, parece que a natureza fica triste, as árvores peladas, o chão feio, sujo... É uma transição para o inverno, sinônimo de frio, recolhimento, hibernação...

Daqui a pouco surge a primavera e... Então tudo renasce. Colorido, verde, azul do céu, pássaros voando e cantando, os desfiles de moda, antecipando o novo verão... Ciclos.

Assim é a vida, feita de pequenos ciclos que sustentam os grandes ciclos, bases do ciclo maior: nascer, crescer, sofrer, ser feliz, morrer...

Em todos os ciclos há sempre o que plantar. É possível escolher as sementes. Jamais esperar colher algo diferente do que se plantou. Essa é a grande diferença dos ciclos da natureza. Esta foi dotada pelo criador de uma sabedoria simples, singela que a faz manter-se sempre viva. Há uma inércia... Inércia é aquela característica de qualquer objeto de manter seu estado a menos que uma força exterior aja sobre ele.

Com os seres humanos já não há inércia, pois seus movimentos estão continuamente sendo modificados pelas características próprias de cada um. Assim a vida é totalmente imprevisível, e os ciclos incertos. As poucas certezas humanas são o morrer após ter nascido, a interdependência uns dos outros e a possibilidade do ciclo da vida ser rompido a qualquer momento.

Mas a vida humana é dotada de muitas maravilhas. Uma delas é a liberdade de escolha. Outra é a liberdade e o direito de ir e vir, agora mais do que nunca reconhecido em todas as partes (ou em quase todas).

Há ainda o direito de ser a força externa de interferir no ciclo da natureza, fazendo-a inimiga e não amiga como sempre o foi ao longo do tempo. Seres humanos sinônimos de arrogância.

Em todos os ciclos há o tempo de plantar e o tempo e colher. Sabiamente São João da Cruz escreveu: “No entardecer da vida, seremos julgados pelo amor”. Não haverá um tribunal específico. A história cuidará de tudo...

Assim, conveniente é sempre plantar amor e com amor, para que a colheita seja amor e com amor. Não importa o que plantar: sonhos, projetos, estudos, participação política, vida social, família, relacionamento a dois, filhos, viagens, conhecer o mundo... Importam a qualidade das sementes e a certeza de que elas estão lançadas em “solo sagrado e chão quente...”


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