terça-feira, 18 de março de 2014

DOR DE CABEÇA


Foi um dia daqueles...

Minha noite foi uma sucessão de terríveis pesadelos. Estive por lugares tenebrosamente fantasmagóricos, indescritíveis. Naveguei por mares “nunca d’antes navegados” e vi monstros que o cinema ainda vai mostrar, caso eu consiga descrevê-los.

Abri os olhos, já era dia e o sol quente brilhava no espelho... Levantei-me de sobressalto. Minha cabeça pesava o triplo do meu corpo, que, aliás, já extrapola o meu IMC ideal. Caí de costas na cama (Ainda bem!). Doía... Ah! Como doía!

O cocuruto pulsava feito garganta de sapo. A cada pulsação uma martelada... Doía... Ah! Como doía!

Levantei-me devagar e abri a janela... A luz do sol foi como uma espada que atravessou o meu olho e o meu cérebro... Joguei-me novamente na cama... O que está acontecendo? A morte está me chamando? Não, não, não vou ceder, vou lutar!

A cabeça pulsava... Doía... Ah! Como doía! Na testa, no alto, de lado, na nuca...

Liguei o rádio... Aquele som, aquele chiado, aquela batida, mexeu com o estômago... Na rua, um caminhão acionou o freio a ar: foi desesperador.  O cachorro do vizinho latia e o eco do latido respondia no centro do meu cérebro... De repente uma buzina, meu corpo rodopiou e a cabeça ficou no lugar. Senti-me personagem do filme “O Exorcista”, aquele original. Estava tontinho da silva de tanta dor e enjoo...

Quase de quatro, fui ao banheiro... Vomitei as tripas... E quase errei o lugar para deixar a diarreia... Estava só... Terror absoluto!

A cabeça continuava pulsando... E doía,,, Ah! Como doía... Deitei outra vez e cobri o rosto... Não queria ninguém perto de mim... Mas precisava de ajuda... Tentei coordenar as idéias... O que foi que eu fiz? O que eu ingeri de diferente? Não fumo... Não bebo... Não uso remédios... O que eu fiz de errado? Nenhuma resposta...

Passam-se os minutos... Pareciam horas, eternidade... Preciso de ajuda! Não. Não posso gritar... Quero o amor da minha vida! Quero minha mãe!

Pensei em tantas doenças: enxaqueca, meningite, hipertensão, AVC, enxaqueca... Meu Deus, anos e anos na cama! Não! Preciso de ajuda!

Em pânico, dor lancinante... Estou molhado, encharcado, com frio. Será que urinei na cama? Não, ainda não foi desta vez.

“Força! Você é capaz!” Arrastei-me até uma gaveta. Lá poderia haver algo parecido com dipirona.  Graças a Deus... Obrigado, meu amor! Lá encontrei o remédio salvador... 35 gotas de horrível sabor...

Tudo fechado, o mais escuro possível, silêncio, o sono salvador. Lá pelas tantas, extenuado, acordei... Vazio, fome, solidão, saudade de você, meu amor... Tristeza...  E um pequeno gosto de vitória pela superação.

Acho que vivi um pedacinho do Calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário