sexta-feira, 14 de março de 2014

,,,LARANJAS, JABUTICABAS E CERVEJAS

(A DIFERENÇA ENTRE AMAR E GOSTAR)



Amar tem o mesmo sentido de gostar? Para muitos, sim. Para outros tantos, não.

Posso gostar de uma laranja? Sim! E de jabuticaba apanhada no pé? Sim! E o que eu faço coma laranja saborosa, com a doce jabuticaba, com a cerveja geladíssima? Eu as aproveito para o meu prazer, destruindo-as. Da laranja sobra o bagaço, da jabuticaba apenas o casca. Da cerveja a lata amassada... E assim por diante... Eu gosto das coisas que me fazem bem...

E com gente é também assim?

O marido gosta quando a esposa tem um excelente desempenho na cama, faz uma comida ótima, cuida bem dos filhos, da casa e ainda fica cheirosa para a hora de sua chegada. Mas ela pode um dia se cansar disso.

A esposa adora quando o marido chega com flores, presentes (jóias de preferência), perfumes, a leva para os restaurantes chiques, para os passeios em shoppings e lugares exóticos. Ele é bom de sexo e ela até finge situações inusitadas na cama. Mas ele pode um dia duvidar dessas coisas...

Assim é o gostar: laranjas, jabuticabas, cervejas... Dão prazer, sacia sede, é momentâneo, passageiro... Usa-se e descarta-se... Quimera... Pois, logo ali na frente tem mais... E outras opções...

O amar é diferente. Quando eu amo preservo, cuido, faço crescer. A fonte do amor é um cristal que ao se quebrar não tem mais conserto.

O amor não é fugaz, não é passageiro... É eterno. É para sempre (ou para um longo período da vida). O sexo é uma conseqüência e acontece na hora certa, quando há um querer implícito, uma cumplicidade e é o corolário de um tempo pleno de afeto, carinho e gestos concretos de amor.

Lembro-me de uma cerimônia de casamento numa igreja católica quando o diácono celebrante fixou-se nos olhos da noiva e disse: “...Não se preocupe com sua felicidade. Ela está nas mãos dele!” E voltando-se para o noivo disse: “...Não se preocupe com sua felicidade. Ela está nas mãos dela!”

Assim é o amor: assumir para si a felicidade da pessoa amada. Quem ama não destrói, não transforma em bagaço. Da mesma forma que se ama, quem se respeita, quem se valoriza, não se deixa levar por propaganda enganosa e não engana ninguém.

Quem ama é paciente, verdadeiro, honesto, transparente, quer estar junto. O tempo todo. Quem gosta tem pressa e quer acabar logo, tem muitos “compromissos”.

E na maioria das vezes nem recolhe o lixo que gerou... Preocupa-me os “bagaços” ambulantes...



Imagem: Google

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