segunda-feira, 24 de março de 2014

O HUMANO, SER FALÍVEL



Acompanhei recentemente os momentos finais de uma partida de basquetebol masculino pelo principal torneio do país. Segundo os comentários da transmissão radiofônica, uma partida muito equilibrada, com ligeira vantagem do time visitante que mantinha o marcador sempre alguns pontos na frente.

No time da casa, tido como um dos melhores do torneio e sério candidato ao título nacional, mas sempre atrás no marcador, um dos seus jogadores se destacava com uma atuação perfeita, com índice de erra praticamente zero, especialmente nas bolas de três pontos que fazem a diferença na partida e no resultado. Acontecia, porém que o time visitante, tecnicamente inferior, naquele jogo “sobrava” em quadra pelo seu conjunto, por sua garra e com boa dose de sorte.

A questão é que quando faltava apenas 4 segundos para o término da partida, com o resultado de 91 a 90 para os visitantes, a bola estava nas mãos daquele jogador que havia feito até aquele momento uma partida perfeita, era o “cestinha” do jogo e era a esperança de vitória, pois uma cesta dele, mesmo que de dois pontos era a garantia da vitória. O público que lotava o ginásio estava de pé, pronto para explodir de alegria. Eram apenas 4 eternos segundos... E aquele jogador perdeu a bola.  O placar se manteve e o time visitante confirmou a vitória.

Eu torcia para o time visitante que me era próximo aos sentimentos. De ansioso saltei para a alegria. Mas não deixei de ficar pensativo na capacidade do ser humano de permanecer perfeito em tudo o que faz. Certamente a emoção traiu aquele jogador que se manteve frio durante toda a partida, mas não naquele momento crucial.

Vale pensar na fabilidade humana... Não existe ser humano perfeito, nem o ator mais bonito ou atriz mais bela. Não existem máquinas perfeitas, pois elas foram projetadas e construídas por mãos humanas.

O rapaz não teve culpa. Certamente foi movido pelo calor do jogo e corajosamente (mérito dele) trouxe para si a responsabilidade de definir a partida. Certamente, também, é uma boa pessoa, um exemplo de luta e dedicação.

Entretanto, levando para a vida fora das quadras, vale pensar no significado da perfeição... Onde ou com quem ela está... Vale pensar na arrogância humana... Na pretensa autoridade de pessoas que se sentem donas de tudo e de todos. Um dia a casa cai...

Vale pensar nas implicações do egoísmo, da auto-suficiência, da não dependência, do individualismo...

Não vou identificar os personagens dessa partida de basquete. Nem onde, nem quando aconteceu, pois não tenho autorização para isso. Mas que foi uma bela lição de vida, disso tenho certeza.

Imagem: Google


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