sexta-feira, 7 de março de 2014

O VAZIO DO "TER"



O “ter” é um dos principais aspectos da civilização atual. E um elemento fundamental do consumismo capitalista, cujo veículo mais importante é a mídia televisiva, o maior dos meios de comunicação social, a grande vitrine onde estão expostos os produtos e divulgadas as mensagens que vão direto ao âmago das pessoas, despertando nelas o desejo insaciável de comprar, de “ter”, de consumir.

Os shoppings Centers são o novo templo da nova religiosidade. É para lá público que se dirigem, devidamente produzidas, para visitar os seus “sacrários”, as lojas. E então as coisas se combinam e se casam: a vontade de comprar e a necessidade de vender.

Para o mundo capitalista quem não “tem” não “é”.

Porém, há as parcelas da população estão excluídas desse processo consumista. Alguns grupos são abastecidos pelos programas sociais de renda. Tais programas utilizam grande parte do orçamento que, por sua vez, são suportados pelos impostos pagos pela população em geral.

Outras parcelas nada conseguem e nelas estão a origem da a violência que se espalha pelas cidades. Se não têm recursos para comprar, roubam, assaltam e matam.

Muitas pessoas, mesmo aqueles que têm condições de consumir, se juntam aos excluídos, e entram em depressão, partindo para as drogas lícitas e ilícitas, com mais e mais problemas para si mesmos, para as famílias, para a sociedade, que novamente é chamada para “bancar”, via poder público, e com os seus impostos, os tratamentos quase nunca são eficazes.

E há aquelas pessoas que tem de tudo, mas não tem o mais importante: os valores humanos, éticos e morais. É o vazio “ter” que gera mais depressão, mais consumismo, mais drogas, mais problemas.

Acontece que simplesmente “ter” e não “ser” não leva a nada! Essa troca de valores causa um profundo vazio na alma e faz perder o sentido mais importante da vida. É necessário, antes de tudo “ser”: ser humano, ser amigo, ser responsável, ser estudioso, ser profissional, ser culto, ser ético, ser solidário, ser religioso, ser engajado...

Oferecer sempre o ombro amigo, a parte mais importante do corpo e não o bolso como apregoam os capitalistas. Tudo isso, ou parte disso preenche os vazios da alma e dá sentido para a vida.


E o “ter”? Ah! O “ter” vem naturalmente, trazendo em seu bojo as merecidas conquistas. E a felicidade uma questão de tempo.


Imagem: Google

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