sábado, 1 de março de 2014

CARNAVAL



Não cabe aqui levantar dados históricos a respeito do Carnaval.  Valem, sim, algumas reflexões.

Ao longo da história, há registros de atividades, comemorações, festas que foram moldando o Carnaval tal qual ele é hoje. Não resta dúvida que é uma festa mundana, dessacralizada, que permite às pessoas momentos de alegria, descontração e até mesmo de exorcismo de suas querelas.

O carnaval evolui, como evoluiu através dos tempos. Adapta-se às realidades dos locais e de acordo com os interesses da sociedade. Por isso ocorrem diferentes manifestações em todos os lugares do mundo e dentro dos próprios países, como o Brasil.

Na cidade do Rio de Janeiro o Carnaval tem uma característica. Em São Paulo luta-se para equiparar ao Rio, mas as diferenças ainda não foram eliminadas, pois o samba paulista não é igual ao samba carioca. 

Na Bahia tem seu jeito próprio, sendo que os “Trios Elétricos” dão o tom local e específico do Carnaval Baiano.

O frevo, patrimônio imaterial da humanidade, é a marca do Carnaval Pernambucano.

Há uma quilométrica distância entre o Carnaval do Rio e o Carnaval do Norte e Nordeste. No Rio se pauta pela grandiosidade, pela exuberância, pelo mercadológico, de olho no turismo. Essa característica faz o Carnaval se afastar do povo, sendo importante apenas para aqueles que conseguem um lugar para desfilar na Escola de Samba. As músicas, os tradicionais sambas-enredo, raramente permanecem na memória popular. Assim, é exclusivista, não democrático

Já na Bahia e em Pernambuco, apenas para citar como exemplos, o povo faz sua festa, sai às ruas, canta, dança e permanece fiel às antigas tradições carnavalescas. Não que o Carnaval esteja parado no tempo. Evolui, instrumentalizando-se da tecnologia, mas mantendo a sua essência, que é a alegria contagiante. A democracia se faz presente.

No Rio e nas cidades que procuram imitá-lo, o Carnaval é técnico, tem regras, sofre influências do “patrocinador”.

Em Pernambuco vale a espontaneidade, ainda que prevaleçam as tradições e as divisões de tarefas, entre o frevo, o maracatu, as marchinhas, os incontáveis blocos que arrastam multidões e o espetacular Galo da Madrugada, lindo, imponente, mas antes de tudo fazendo o povo feliz, independente de raça, cor, religião, partidos políticos ou clubes de futebol. O “Galo” é o grande catalisador da cultura pernambucana.

E os excessos? Sim os excessos, execráveis, existem e acontecem lá e cá. Primeiro em razão das drogas, lícitas e ilícitas, que rolam soltas. A falta de educação faz das calçadas um grande mictório público e aberto. Vergonha.
O sexo não tem limites. Permissividade total. Cada um por si... Protejam suas cabras, pois os bodes estão soltos.


Mas Carnaval é isso, pura alegria, tempo que pára. E tudo se acaba, quando acaba, na quarta-feira, feita cinzas... E muito lixo.

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