“Os que se amam querem-se para além do corpo. São cúmplices
da alma. Ele descobre nela o mistério e a importância de ser mulher, porque ela
ou é, ou será mãe dos seus filhos. Ela descobre nele o mistério e a importância
de ser homem, porque ele será ou é o pai dos seus filhos. O que os move não é
apenas o prazer do sexo: é o prazer da pertença, da presença e da continuidade.
Também há libido e o desejo carnal, mas há algo mais que transcende ao corpo, a
libido e ao desejo (...)”.
Pe. Zezinho
Texto forte e
corajoso, pois é complicado e chato falar de amor hoje em dia. Soa coisa
ultrapassada, arcaica, assunto de velhos saudosistas. O amor, hoje, é diferente, pois os
relacionamentos são mais superficiais, voláteis, as famílias não são mais as
mesmas...
O paradigma para quem
nasceu dessa nova família é a banalização, a fragilidade dos vínculos, o amor
verdadeiro em segundo plano. Mas no fundo há um saudosismo enrustido quando se
fala ou se pensa no verdadeiro sentido do amor. Mesmo não o conhecendo, as
pessoas sentem um vazio na alma, uma saudade de alguma coisa que só se explica
quando se vive de fato o verdadeiro amor.
Como disse Pe.
Zezinho, o verdadeiro amor “vai para além
da genitália”. O sexo puro e simples é consumo, é momentâneo, é satisfação de desejos. O
verdadeiro amor também se compõe de desejo e sexo, mas como conseqüência, como
correspondência, como complemento, como corolário, como consumação, como
glorificação. O sexo é momento que termina, o amor é continuidade, consistência,
cuidado, construção, dedicação, permanência, vontade e alegria de estar junto,
como siameses, unidos pelo coração.
O verdadeiro amor
impacta diretamente no diálogo, pois os gestos e as atitudes falam por si
mesmos. As falas partem do coração, por isso são suaves, ao mesmo tempo
eloqüentes. Quando se fala pelo coração não é necessário gritar. Só se grita
quando o coração está longe. É a surdez mais grave e que leva à indiferença, o
mais perigoso antídoto do amor.
Os amantes de verdade
se compreendem quando se olham. À menor distância sentem saudade e ao se
reencontrarem a alegria toma conta de seus seres. O abraço é sincero e o
cuidado é mútuo. O respeito e a liberdade são plenos. Interessam-se um pelo
outro, especialmente pela felicidade do outro. Utopia? Pertence a outra época? Nem
tanto...
O amor verdadeiro
extrapola o desejo. É um processo de doação, de construção, de colocar-se nas
mãos da pessoa amada para que ela cuide. O amor verdadeiro rima com cuidados
mútuos. Só o encontra quem está de coração aberto. E o sexo? Ah! Sim... Este é
apenas um detalhe.
Valeu, Pe. Zezinho
(José Fernandes de Oliveira, SCJ)
Imagem: Google.
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