Não cabe aqui levantar
dados históricos a respeito do Carnaval.
Valem, sim, algumas reflexões.
Ao longo da história,
há registros de atividades, comemorações, festas que foram moldando o Carnaval
tal qual ele é hoje. Não resta dúvida que é uma festa mundana, dessacralizada,
que permite às pessoas momentos de alegria, descontração e até mesmo de
exorcismo de suas querelas.
O carnaval evolui,
como evoluiu através dos tempos. Adapta-se às realidades dos locais e de acordo
com os interesses da sociedade. Por isso ocorrem diferentes manifestações em
todos os lugares do mundo e dentro dos próprios países, como o Brasil.
Na cidade do Rio de Janeiro
o Carnaval tem uma característica. Em São Paulo luta-se para equiparar ao Rio,
mas as diferenças ainda não foram eliminadas, pois o samba paulista não é igual
ao samba carioca.
Na Bahia tem seu jeito
próprio, sendo que os “Trios Elétricos” dão o tom local e específico do
Carnaval Baiano.
O frevo, patrimônio
imaterial da humanidade, é a marca do Carnaval Pernambucano.
Há uma quilométrica
distância entre o Carnaval do Rio e o Carnaval do Norte e Nordeste. No Rio se
pauta pela grandiosidade, pela exuberância, pelo mercadológico, de olho no
turismo. Essa característica faz o Carnaval se afastar do povo, sendo
importante apenas para aqueles que conseguem um lugar para desfilar na Escola
de Samba. As músicas, os tradicionais sambas-enredo, raramente permanecem na
memória popular. Assim, é exclusivista, não democrático
Já na Bahia e em
Pernambuco, apenas para citar como exemplos, o povo faz sua festa, sai às ruas,
canta, dança e permanece fiel às antigas tradições carnavalescas. Não que o
Carnaval esteja parado no tempo. Evolui, instrumentalizando-se da tecnologia,
mas mantendo a sua essência, que é a alegria contagiante. A democracia se faz
presente.
No Rio e nas cidades
que procuram imitá-lo, o Carnaval é técnico, tem regras, sofre influências do
“patrocinador”.
Em Pernambuco vale a espontaneidade,
ainda que prevaleçam as tradições e as divisões de tarefas, entre o frevo, o
maracatu, as marchinhas, os incontáveis blocos que arrastam multidões e o
espetacular Galo da Madrugada, lindo, imponente, mas antes de tudo fazendo o
povo feliz, independente de raça, cor, religião, partidos políticos ou clubes
de futebol. O “Galo” é o grande catalisador da cultura pernambucana.
E os excessos? Sim os
excessos, execráveis, existem e acontecem lá e cá. Primeiro em razão das
drogas, lícitas e ilícitas, que rolam soltas. A falta de educação faz das
calçadas um grande mictório público e aberto. Vergonha.
O sexo não tem
limites. Permissividade total. Cada um por si... Protejam suas cabras, pois os
bodes estão soltos.
Mas Carnaval é isso,
pura alegria, tempo que pára. E tudo se acaba, quando acaba, na quarta-feira,
feita cinzas... E muito lixo.
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