É difícil acreditar
que hoje em dia possam existir pessoas que ainda se dão a momentos de
devaneios.
Já é repetitivo, mas é
sempre bom lembrar que uma das características do mundo de hoje é a velocidade,
a rapidez, as nuances e as mudanças. Há quem diga que a única coisa que não
muda atualmente é a própria mudança.
Aqueles que dizem
especialistas e se arriscam no exercício da futurologia afirmam que o
conhecimento de agora será totalmente substituído num prazo muito curto de
tempo. Assim o que hoje “é”, no instante seguinte pode não “ser” mais... E
novos produtos, novas situações, novas realidades, novos comportamentos, novas
doenças (ou ressurgentes) se apresentam às pessoas a cada momento.
E, num mundo assim,
marcado pela inconstancia, não se pode conceber pessoas que possam viver no
passado, nutrindo-se de lembranças, de nostalgia, desligado (ou desplugado) da
realidade.
Viver em devaneios é o
corpo num lugar é a cabeça plena em pensamentos saudosistas em outro. Espécie de alienação. E o que é alienar-se?
Alienar-se é dar-se a outro, é pertencer a outro mundo, outro tempo, outra
realidade e até mesmo a outra pessoa.
Vive no mundo da lua, imaginando mundos impossíveis...
Leseira, abstração,
alheamento, desatenção, desvario, ilusão, displicência, negligência,
inadvertência, indelicadeza... São algumas características que pertencem ás
pessoas que vivem em devaneios. Vê-se que são situações que fogem às reais
necessidades da vida humana hoje. Exemplos de pessoas assim são aqueles que ao
conversar sobre determinado assunto só fazem rodeios, ficam na periferia e
nunca chega ao tema central, o que realmente interessa. Gera impaciência nos
interlocutores.
Hoje, exige-se muito
das pessoas. Multitarefa, Geração “Y”, rapidez de raciocínio, concentração
(quando possível), segunda ou terceira línguas, conhecimento de informática,
internet essencialmente, leitura dinâmica, atenção o tempo todo. Dormir (também
quando possível). Uma pessoa em devaneio jamais se adaptará a uma realidade
assim. Ficou, fica, ou ficará muito longe,
na primeira estação do trem da história. Este foi, voltou, foi novamente e a
pessoa ainda está se arrastando pela vida...
Existem culpados? Sim,
existem culpados! O capitalismo, o consumismo, a modernidade, a
pós-modernidade... Elementos que no desenvolver da história recente foram roubando
os momentos de contemplação que as pessoas tinham. A “ocupação” foi preenchendo
o dia-a-dia das pessoas. Acontece que a grande maioria foi se adaptando. Outra
parte não percebeu as mudanças e continuaram naquela vidinha contemplativa,
sonhadora e passando isso para alguns de sés descendentes. Não há que lamentar o passado, O jeito é
juntar os cacos da civilização que passou e correr atrás do prejuízo.
Colocar os pés no
chão, plugar-se, antenar-se, ligar-se, participar, buscar a visão holística do
mundo e da realidade e, se possível, agregar as coisas boas do aprendizado do
passado para melhorar o presente. Nem tudo é maravilhoso hoje em dia. Se no
passado o ser humano era mais valorizado ainda que para uma elite dominante,
hoje não passa de massa de manobra.
É preciso colocar o pé
no freio, diminuir a velocidade (evitando tantos acidentes) e valorizar mais as
pessoas. E voltar àquela máxima de que “ser” é mais importante que “ter”. Essa
é uma boa bandeira de luta dos “devaneistas”. Sem exageros de ambos os lados, é
claro!
Imagem: Google
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