Estamos no inicio do
terceiro mês do ano. Aliás, para muitos 2014 só agora começou... O verão, aqui
no hemisfério sul, a estação da alegria, da vida intensa, caminha para o seu
fim. Logo chegará o outono, a estação das folhas caídas, parece que a natureza
fica triste, as árvores peladas, o chão feio, sujo... É uma transição para o
inverno, sinônimo de frio, recolhimento, hibernação...
Daqui a pouco surge a
primavera e... Então tudo renasce. Colorido, verde, azul do céu, pássaros
voando e cantando, os desfiles de moda, antecipando o novo verão... Ciclos.
Assim é a vida, feita
de pequenos ciclos que sustentam os grandes ciclos, bases do ciclo maior:
nascer, crescer, sofrer, ser feliz, morrer...
Em todos os ciclos há
sempre o que plantar. É possível escolher as sementes. Jamais esperar colher
algo diferente do que se plantou. Essa é a grande diferença dos ciclos da
natureza. Esta foi dotada pelo criador de uma sabedoria simples, singela que a
faz manter-se sempre viva. Há uma inércia... Inércia é aquela característica de
qualquer objeto de manter seu estado a menos que uma força exterior aja sobre
ele.
Com os seres humanos
já não há inércia, pois seus movimentos estão continuamente sendo modificados
pelas características próprias de cada um. Assim a vida é totalmente
imprevisível, e os ciclos incertos. As poucas certezas humanas são o morrer
após ter nascido, a interdependência uns dos outros e a possibilidade do ciclo
da vida ser rompido a qualquer momento.
Mas a vida humana é
dotada de muitas maravilhas. Uma delas é a liberdade de escolha. Outra é a
liberdade e o direito de ir e vir, agora mais do que nunca reconhecido em todas
as partes (ou em quase todas).
Há ainda o direito de
ser a força externa de interferir no ciclo da natureza, fazendo-a inimiga e não
amiga como sempre o foi ao longo do tempo. Seres humanos sinônimos de
arrogância.
Em todos os ciclos há
o tempo de plantar e o tempo e colher. Sabiamente São João da Cruz escreveu: “No entardecer da vida, seremos julgados
pelo amor”. Não haverá um tribunal específico. A história cuidará de tudo...
Assim, conveniente é
sempre plantar amor e com amor, para que a colheita seja amor e com amor. Não
importa o que plantar: sonhos, projetos, estudos, participação política, vida
social, família, relacionamento a dois, filhos, viagens, conhecer o mundo...
Importam a qualidade das sementes e a certeza de que elas estão lançadas em “solo sagrado e chão quente...”
Imagem: Google
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