Acompanhei
recentemente os momentos finais de uma partida de basquetebol masculino pelo
principal torneio do país. Segundo os comentários da transmissão radiofônica,
uma partida muito equilibrada, com ligeira vantagem do time visitante que
mantinha o marcador sempre alguns pontos na frente.
No time da casa, tido
como um dos melhores do torneio e sério candidato ao título nacional, mas sempre atrás no marcador, um dos seus jogadores se destacava com uma atuação perfeita, com índice de erra praticamente zero,
especialmente nas bolas de três pontos que fazem a diferença na partida e no
resultado. Acontecia, porém que o time visitante, tecnicamente inferior,
naquele jogo “sobrava” em quadra pelo seu conjunto, por sua garra e com boa
dose de sorte.
A questão é que quando
faltava apenas 4 segundos para o término da partida, com o resultado de 91 a 90 para os visitantes, a
bola estava nas mãos daquele jogador que havia feito até aquele momento uma
partida perfeita, era o “cestinha” do jogo e era a esperança de vitória, pois
uma cesta dele, mesmo que de dois pontos era a garantia da vitória. O público
que lotava o ginásio estava de pé, pronto para explodir de alegria. Eram
apenas 4 eternos segundos... E aquele jogador perdeu a bola. O placar se manteve e o time visitante
confirmou a vitória.
Eu torcia para o time
visitante que me era próximo aos sentimentos. De ansioso saltei para a
alegria. Mas não deixei de ficar pensativo na capacidade do ser humano de
permanecer perfeito em tudo o que faz. Certamente a emoção traiu aquele jogador
que se manteve frio durante toda a partida, mas não naquele momento crucial.
Vale pensar na
fabilidade humana... Não existe ser humano perfeito, nem o ator mais bonito ou atriz mais
bela. Não existem máquinas perfeitas, pois elas foram projetadas e construídas
por mãos humanas.
O rapaz não teve
culpa. Certamente foi movido pelo calor do jogo e corajosamente (mérito dele)
trouxe para si a responsabilidade de definir a partida. Certamente, também, é
uma boa pessoa, um exemplo de luta e dedicação.
Entretanto, levando para a vida fora das quadras, vale pensar no significado da perfeição... Onde
ou com quem ela está... Vale pensar na arrogância humana... Na pretensa
autoridade de pessoas que se sentem donas de tudo e de todos. Um dia a casa
cai...
Vale pensar nas
implicações do egoísmo, da auto-suficiência, da não dependência, do
individualismo...
Não vou identificar os
personagens dessa partida de basquete. Nem onde, nem quando aconteceu, pois não
tenho autorização para isso. Mas que foi uma bela lição de vida, disso tenho
certeza.
Imagem: Google
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