Foi um dia daqueles...
Minha noite foi uma
sucessão de terríveis pesadelos. Estive por lugares tenebrosamente
fantasmagóricos, indescritíveis. Naveguei por mares “nunca d’antes navegados” e
vi monstros que o cinema ainda vai mostrar, caso eu consiga descrevê-los.
Abri os olhos, já era
dia e o sol quente brilhava no espelho... Levantei-me de sobressalto. Minha
cabeça pesava o triplo do meu corpo, que, aliás, já extrapola o meu IMC ideal.
Caí de costas na cama (Ainda bem!). Doía... Ah! Como doía!
O cocuruto pulsava
feito garganta de sapo. A cada pulsação uma martelada... Doía... Ah! Como doía!
Levantei-me devagar e
abri a janela... A luz do sol foi como uma espada que atravessou o meu olho e o
meu cérebro... Joguei-me novamente na cama... O que está acontecendo? A morte
está me chamando? Não, não, não vou ceder, vou lutar!
A cabeça pulsava...
Doía... Ah! Como doía! Na testa, no alto, de lado, na nuca...
Liguei o rádio...
Aquele som, aquele chiado, aquela batida, mexeu com o estômago... Na rua, um
caminhão acionou o freio a ar: foi desesperador. O cachorro do vizinho latia e o eco do latido
respondia no centro do meu cérebro... De repente uma buzina, meu corpo rodopiou
e a cabeça ficou no lugar. Senti-me personagem do filme “O Exorcista”, aquele original. Estava tontinho da silva de tanta dor e enjoo...
Quase de quatro, fui
ao banheiro... Vomitei as tripas... E quase errei o lugar para deixar a
diarreia... Estava só... Terror absoluto!
A cabeça continuava
pulsando... E doía,,, Ah! Como doía... Deitei outra vez e cobri o rosto... Não
queria ninguém perto de mim... Mas precisava de ajuda... Tentei coordenar as
idéias... O que foi que eu fiz? O que eu ingeri de diferente? Não fumo... Não
bebo... Não uso remédios... O que eu fiz de errado? Nenhuma resposta...
Passam-se os minutos...
Pareciam horas, eternidade... Preciso de ajuda! Não. Não posso gritar... Quero
o amor da minha vida! Quero minha mãe!
Pensei em tantas
doenças: enxaqueca, meningite, hipertensão, AVC, enxaqueca... Meu Deus, anos e
anos na cama! Não! Preciso de ajuda!
Em pânico, dor
lancinante... Estou molhado, encharcado, com frio. Será que urinei na cama?
Não, ainda não foi desta vez.
“Força! Você é capaz!”
Arrastei-me até uma gaveta. Lá poderia haver algo parecido com dipirona. Graças a Deus... Obrigado, meu amor! Lá encontrei o remédio salvador... 35 gotas de horrível sabor...
Tudo fechado, o mais
escuro possível, silêncio, o sono salvador. Lá pelas tantas, extenuado,
acordei... Vazio, fome, solidão, saudade de você, meu amor... Tristeza... E um pequeno gosto de vitória pela superação.
Acho que vivi um
pedacinho do Calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Imagem: Google
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