O “ter” é um dos
principais aspectos da civilização atual. E um elemento fundamental do
consumismo capitalista, cujo veículo mais importante é a mídia televisiva, o
maior dos meios de comunicação social, a grande vitrine onde estão expostos os
produtos e divulgadas as mensagens que vão direto ao âmago das pessoas,
despertando nelas o desejo insaciável de comprar, de “ter”, de consumir.
Os shoppings Centers
são o novo templo da nova religiosidade. É para lá público que se dirigem,
devidamente produzidas, para visitar os seus “sacrários”, as lojas. E então as
coisas se combinam e se casam: a vontade de comprar e a necessidade de vender.
Para o mundo
capitalista quem não “tem” não “é”.
Porém, há as parcelas
da população estão excluídas desse processo consumista. Alguns grupos são
abastecidos pelos programas sociais de renda. Tais programas utilizam grande
parte do orçamento que, por sua vez, são suportados pelos impostos pagos pela
população em geral.
Outras parcelas nada
conseguem e nelas estão a origem da a violência que se espalha pelas cidades.
Se não têm recursos para comprar, roubam, assaltam e matam.
Muitas pessoas, mesmo
aqueles que têm condições de consumir, se juntam aos excluídos, e entram em
depressão, partindo para as drogas lícitas e ilícitas, com mais e mais
problemas para si mesmos, para as famílias, para a sociedade, que novamente é
chamada para “bancar”, via poder público, e com os seus impostos, os
tratamentos quase nunca são eficazes.
E há aquelas pessoas
que tem de tudo, mas não tem o mais importante: os valores humanos, éticos e
morais. É o vazio “ter” que gera mais depressão, mais consumismo, mais drogas,
mais problemas.
Acontece que simplesmente
“ter” e não “ser” não leva a nada! Essa troca de valores causa um profundo
vazio na alma e faz perder o sentido mais importante da vida. É necessário,
antes de tudo “ser”: ser humano, ser amigo, ser responsável, ser estudioso, ser
profissional, ser culto, ser ético, ser solidário, ser religioso, ser
engajado...
Oferecer sempre o ombro amigo, a parte mais importante do corpo e não o bolso como apregoam os capitalistas. Tudo isso, ou parte disso preenche os vazios da alma e dá sentido para a vida.
E o “ter”? Ah! O “ter”
vem naturalmente, trazendo em seu bojo as merecidas conquistas. E a felicidade
uma questão de tempo.
Imagem: Google
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